obesidade

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, cerca de 56,9% dos brasileiros, com 18 anos ou mais, estão acima do peso, o que representa 82 milhões de pessoas. O índice é superior ao calculado 10 anos antes,em 2003, pela POF/IBGE, que registrou 42%.

Os números da mesma pesquisa mostram que, para os homens, a prevalência de excesso de peso aumenta de 42,4% (em 2002-2003) para 57,3% (em 2013) e a obesidade de 9,3 % para 17,5%. No caso das mulheres, este aumento foi mais acentuado, passando de 42,1% (em 2002-2003) para 59,8% em 2013, ao passo que a obesidade passa de 14,0% para 25,2%.

Segundo a Dra. Maria Edna de Melo, médica da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-SP), um dos motivos de a prevalência ser maior entre as mulheres está relacionado à exposição aos alimentos, uma vez que um grande número delas ficam mais em casa e, geralmente, são elas também que preparam a comida. Além disso, o padrão de distribuição de gordura corporal nas mulheres favorece o acúmulo de tecido adiposo subcutâneo que, diferentemente do visceral, é mais difícil de perder. Lembrando que o ganho excessivo de peso durante a gestação é comum, o que pode representar mais um facilitador para a obesidade.

desafio 19 dias

Estudo realizado com adolescentes entre 13 e 17 anos, revelado pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015 (PeNSE), mostra os índices de excesso de peso e obesidade separados por gênero, conforme tabela abaixo:

Excesso de peso (total)23,7%
Meninos:23,7%
Meninas:23,8%
Obesidade (total)7,8%
Meninos:8,3%
Meninas:7,3%

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.

A doença está associada a alterações metabólicas como a dislipidemia, a hipertensão e a intolerância à glicose, considerados fatores de risco para o diabetes mellitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares que, até alguns anos atrás, eram mais evidentes em adultos. Nos dias atuais, essas doenças já podem ser observadas em adolescentes com obesidade. Mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares podem estar por trás do crescimento dos números da obesidade.

Existe a necessidade de combater e tratar a obesidade, doença crônica que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo. No Brasil (2013), quase 60% da população tem excesso de peso – na faixa de sobrepeso e obesidade.

Além de reduzir a qualidade de vida, a obesidade pode predispor a doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado e alguns tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

MANIFESTO

Obesidade: eu trato com respeito

Tratar a obesidade com respeito implica disseminar informações sobre o assunto de maneira responsável, checando suas referências. É deixar o sensacionalismo de lado ao abordar o tema. É não dar destaque a dietas milagrosas que colocam em risco a saúde e a vida das pessoas.

Tratar a obesidade com respeito é respeitar o paciente obeso. Respeitar a sua condição, é não reforçar a idéia errada de que a obesidade é culpa de quem tem. Tratar a obesidade com respeito é reconhecer que ela é uma doença crônica multifatorial.

Tratar a obesidade com respeito é investir na criação de políticas públicas de prevenção e tratamento, investir em protocolos e diretrizes junto às sociedades do setor para atender da melhor maneira o paciente obeso, tanto no âmbito público quanto no privado. É investir no acesso ao tratamento multidisciplinar.

Tratar a obesidade com respeito é integrar o tema aos currículos das escolas de medicina e de outras profissões ligadas ao atendimento do paciente obeso. É investir em atualização contínua desses profissionais.

Tratar a obesidade com respeito é respeitar a ciência e suas descobertas, e apoiar estudos na área. É reconhecer a necessidade do acesso ao tratamento completo, que pode, sim, incluir medicamentos, como em qualquer doença crônica. É considerar a cirurgia bariátrica como parte do tratamento, quando necessário.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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