Semana passada peguei um ônibus na casa da minha mãe e estava eu sentada, quieta com meus pensamentos, quando tocaa um celular e uma adolescente de uns 15 anos atende e começa a conversar com a amiga:
– Oi amiga (ela chamava a amiga de amiga o tempo todo, em momento algum disse o nome), tudo bem? ….
(amiga responde)
– É meus créditos acabaram e eu estou sem internet….
(amiga responde)
– Ah não acredito, ele acabou o namoro coom você? Ai meu Deus como deve estar sua cabecinha?
(amiga responde)
– Mas, tipo assim, se os dois quiseram acabar é melhor do que ficar em relacionamento com tristeza, mas responde amiga, como está sua cabecinha e a escola?
(amiga responde)
– Ai amiga, não acredito, tipo assim, até entendo porque é difícil fazer prova depois de uma coisa dessa, sua cabecinha deve estar em parafuso…
(amiga responde)
– Amiga, e o ballet?
(amiga responde)
– Olha amiga, eu vou te falar, tipo assim eu fui lá e pedi desconto, porque para a gente conseguir o diploma ainda esse ano, tem que fazer aula particular e tipo assim ele falou que era R$1000,00 por mês
(amiga responde)
– Não amiga, eu sei, até entendo, tipo assim, por isso que fui lá conversar, e consegui fazer duas vezes por semana, e pagar R$400…
(amiga responde)
– Não amiga, minha mãe também tá dura, mas seu pai vai ter que entender, assim como a minha mãe, que já consegui um super desconto, tipo assim não vão gastar mil, vai ser mais quatrocentos, mas é pro nosso futuro…
(amiga responde)
– Ai amiga, a gente não pode ter vergonha de pedir desconto, porque tipo assim é pro nosso futuro…
E o papo continuou, e eu ria sozinha enquanto aos 30&Alguns via os rostos das pessoas a sua volta, achando o papo totalmente non sense, a menina como um ser do mundo dos sem noção, e eu ria enquanto escutava aquele papo estapafúrdio e lembrava tipo assim, da minha adolescência…
“Que tempo bom, que não volta nunca mais”