Desde a infância a bicicleta faz parte da vida de muitos de nós. Ganhamos e geralmente aprendemos a andar com a ajuda dos pai, tornando-se assim uma das memórias da infância mais terna que carregamos.
Dificilmente paramos para pensar como e por quem ela foi criada. A história da bicicleta é interessante e tem diversas versões sobre o seu surgimento e desenvolvimento.
Uma das versões mais famosas da história da “magrela” é da bicicleta de Leonardo da Vinci, que atualmente sabemos tratar-se de uma fraude cometida por um monge, o real autor do desenho.
Depois de desvendada a fraude a história da bicicleta contada pela Escola de Bicicleta é baseada em pesquisas de livros americanos, ingleses, franceses e espanhóis.
Nos primeiros momentos da história da humanidade já havia uma cultura de veículos sobre rodas, passando por carroças, carruagens, carrinhos de mão entre outros.É possível que bicicletas usadas como brinquedos, tenham sido criadas antes mesmo do surgimento da bicicleta de Conde de Civrac, como mostram desenhos e pinturas feitas em vasos e relevos. Mas apenas com o Conde de Civrac que começ;/ou a divulgação e a história atual da bicicleta.
A história da bicicleta começou com a criação por Conde de Sivrac de um brinquedo conhecido como “celerífero”. Construído todo em madeira,pesada e rígida, com duas rodas alinhadas, uma atrás da outra, unidas por uma viga onde se podia sentar. Sem sistema de direção, apenas uma barra transversal fixa à viga que servia para apoiar as mãos. Sem freio e sistema de direção. Imagina.
A brincadeira consistia em empurrar ou deixar correr numa descida para pegar velocidade e assim tentar manter-se equilibrado de maneira precária por alguns metros. Imagina a cena…
O alemão Barão de von Drais, engenheiro agrônomo e florestal pode ser considerado de fato o inventor da bicicleta.
Em 1817 instalou em um celerífero um sistema de direção que permitia fazer curvas e assim manter o equilíbrio quando em movimento. A “draisiana” um sistema de freio rudimentar e um ajuste de altura do selim para facilitar o uso por pessoas de diversas estaturas.
O selim era parecido a uma sela de cavalo, dava para apoiar os pés no chão, de direcionar a máquina e manter o equilíbrio por longos trechos e frear. |O condutor tinha o controle e uma sensação conforto e segurança.
Bastava sentar no selim com os pés apoiados no chão, sair andando ou correndo até que se chegasse ao equilíbrio, então levantava-se os pés até que fosse necessário mais impulso para manter a velocidade e o equilíbrio.
Patenteada em 12 de Janeiro de 1818, em Baden e em outras cidades européias,na época o Barão von Drais viajava pela Europa fazendo contatos para mostrar seu produto, mas por ser péssimo vendedor acabou ridicularizado e falido.
Mesmo patenteada cópias da draisiana, surgiram e algumas até mesmo mais desenvolvidas com ferro em sua construção, sistema de suspensão no selim ou mesmo nas rodas.
Surgiram pessoas vendendo ou alugando a nova invenção. E no dia 20 de abril de 1829 aconteceu a primeira competição em Munique que envolveu 26 draisianas, realizada numa distância de 4,5 km o vencedor cumpriu o trajeto em 31,5 ‘minutos, a uma média de 8,6 km/h.
A primeira draisiana a ser adaptada com pedais foi criada pelo ferreiro escocês Kirkpatrick Macmillan em 1839, que aproveitou o conceito da máquina criada por Drais, com a viga central que liga as duas rodas redesenhada, e adaptado um sistema de propulsão por pedais em balanço ligados a um virabrequim no eixo da roda traseira por meio de alavancas. O ciclista acionava o sistema em paralelo à roda dianteira, com os pedais se movimentando para frente e para trás. A engenhoca não se popularizou.
Pierre Michaux, um carroceiro da cidade de Brunel, França, recebeu em sua oficina uma draisiana para reparos e acabou redesenhando todo o projeto original da draisiana, criando um quadro de ferro e um sistema de propulsão por alavancas e pedais na roda dianteira. Criando o que viria a ser chamado de “velocípede”. Michaux deu um de seus velocípedes para o filho de Napoleão III e isto abriu as portas comerciais de seu produto.
Pierre Lallement, ferreiro e carroceiro francês, afirmava ter inventado a mesma máquina antes de Michaux. Mudou-se para os Estados Unidos onde fabricaou os velocípedes, com patente requerida em 1866. Acabou falido.
Hoje se sabe que houve bicicletas e velocípedes com pedais anteriores às de Michaux ou Lallement, como um modelo feito por Philipp Moritz Fisher em 1853, dentre outros.
Movido pela Revolução Industrial, os projetistas perceberam a importância que um veículo menor e mais barato, mais fácil de produzir e vender, teria sobre a vida de todos.
Na exposição de Paris de 1868 a importância dos biciclos, bicicletas, triciclos, sociáveis e outras variantes tomou o mercado francês e logo em seguida em toda Europa. Foi então que foi levado para a Inglaterra um biciclo Michaux.
James Starley, responsável pelo desenvolvimento das máquinas de costura fabricados pela Coventry, repensou o biciclo e criou um modelo completamente diferente, com construção em aço, roda raiada, pneus em borracha maciça, um sistema de freios inovador, grande roda dianteira, de aproximadamente 125 cm, fazia a máquina de propulsão humana mais rápida até então fabricada.
Com os pedais fixos ao eixo da roda, quanto maior o diâmetro da roda maior a distância percorrida em cada giro desta, maior a velocidade alcançada em cada pedalada. As rodas eram fabricadas com medidas que atendiam ao comprimento da perna do ciclista.
O modelo patenteado em 1870 quando Starley fundou a marca Ariel, que vendia biciclos a 8 libras em 1871, poucos podiam pagar.
Passadas décadas do surgimento dos veículos de duas rodas e propulsão humana a imagem deixada pelos biciclos na maioria da população era de insegurança. Na última década do século XIX ocorreu o declínio dos biciclos de roda grande e o fortalecimento das bicicletas de segurança., configuradas com duas rodas do mesmo tamanho e o ciclista pedalando entre elas.
Com as ambas as rodas do mesmo tamanho, fabricar e montar uma roda padronizada facilitou todo o processo de construção porque uniformizou também o tamanho dos tubos usados para garfo e quadro.
Tudo isto transformou a bicicleta em um modo de transporte simples, eficiente, seguro, confortável, barato e enfim um transporte de massa levado a todas as partes do mundo.
Amada por muitos, hoje em dia é fácil achar, por exemplo, artigos de ciclismo na OLX, que tal dar uma pedalada?