Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 80% dos casos de surgimento de tumores malignos estão relacionados ao modo de vida, sendo o sedentarismo um dos principais protagonistas destas estatísticas. Quanto menos atenção à quantidade de exercícios físicos que o corpo necessita as consequências geram impactos diretos no aumento dos índices de casos de câncer.
Uuma pesquisa realizada elo Instituto Nacional do Câncer (Inca), aponta que a prática frequente de atividade física pode reduzir o risco de desenvolvimento de 26 tipos de câncer, entre eles o de mama, neoplasia que mais atinge a população feminina no Brasil. O câncer de mama é o mais prevalente entre as brasileiras, correspondendo a 28% de todos os casos diagnosticados da condição.
Segundo Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, é preciso lembrar que mesmo após o diagnóstico de câncer de mama, os exercícios físicos exercem um papel preponderante para a saúde da mulher e evolução positiva do tratamento, à prática constante de atividades físicas e ingestão de alimentos saudáveis surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices aumentados da doença como também forma de potencializar o processo de tratamento das pacientes. Pesquisas científicas sugerem que indivíduos com esse perfil apresentam taxas de sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico.
O oncologista explica que é importante oferecer à paciente a oportunidade de 150 minutos de atividade física semanal, ou seja, 20 minutos por dia, já que o movimento regular faz com que sejam eliminadas do sangue as moléculas de gordura, chamadas de lipídios, que servem como forma de alimento para as células tumorais. Isso significa que os exercícios dão um suporte extra para que o corpo possa combater o inimigo, reduzindo suas chances de crescimento.
Essa melhora nos índices de resposta contra o tumor de mama pode ser obtida a partir de mudanças leves na rotina:
– adoção de atividades aeróbicas simples, como caminhada, corrida, bicicleta e dança
– a yoga também é recomendadas.
A prática de movimentos libera substâncias como a endorfina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar, além de contribuir efetivamente para a redução das dores crônicas, fadiga, estresse e melhora no sono, tais benefícios oncológicos derivados da prática de exercícios contribuem para a diminuição no risco de recidiva da doença.
O controle e redução de peso também reduzem as chances de retorno do tumor, já que o sobrepeso e a obesidade são fatores que levam à maior chance de recidiva. A atividade física também pode proporcionar a melhora da autoestima da paciente.
Os exercícios funcionam como um complemento dos tratamentos convencionais de quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia ou cirurgia de retirada da mama. Segundo o Dr. Daniel, embora a atividade física seja importante durante o tratamento de câncer de mama, é essencial que seja praticada respeitando as limitações da paciente.