Especialista em amamentação desenvolve protocolo com laserterapia e obtém sucesso de 100% em pacientes
A amamentação é uma prática natural, capaz de trazer inúmeros benefícios para o bebê, como também para a mãe e a família. As vantagens do aleitamento materno são muitas: promove uma interação profunda entre mãe e filho; ajuda no desenvolvimento motor e emocional da criança; faz o útero da mãe voltar mais rápido ao tamanho natural; diminui o risco de hemorragia pós parto e, consequentemente, de anemia na mãe; ajuda a mulher a voltar mais rapidamente ao peso que tinha antes da gestação e diminui o risco de câncer de mama e de ovário. Com todos estes benefícios, as mamães buscam ofertar este, que é o alimento mais completo para seus bebês. Mas muitas encontram dificuldades.
Uma delas é a questão de ter mamilos invertidos, que pode ser uma anomalia congênita. Tratam-se de mamilos que se contraem ou se projetam para dentro ao serem estimulados e têm a aparência plana, ligeiramente invertida ou bastante invertida no centro. Segundo Cíntia Matieli, consultora de amamentação e fundadora da Mommy’s Angel consultoria materna, “mamilos invertidos podem dificultar o início da amamentação, enquanto mãe e bebê ainda estão se adaptando, mas não a impede necessariamente. Na pega correta, a criança mama boa parte do peito, e não só o bico do seio. O peito se estica na hora da mamada, e o mamilo fica lá no fundo da boca do bebê, quase na garganta. Para isso, é essencial o trabalho com uma especialista em amamentação”, comenta Cíntia.
E complementa: “ainda existem graus de dificuldade de pega de acordo com o nível do mamilo invertido. Por isso é necessário outros tipos de tratamento como a laserterapia”, explica a consultora.
Este foi o caso de Monique Souza, mamãe da bebê Lívia, hoje com 2 meses de vida. Ela procurou Cíntia cerca de um mês antes do parto, por ter mamilos invertidos em grau três, o que é considerado uma anomalia congênita. “Esse foi um caso em que tive um grande desafio, pois é uma herança genética, na família da Monique. Por parte do pai, todas as tias e também o próprio pai têm os mamilos invertidos. Estudei muito sobre técnicas para auxiliar esta mãe sem uso de qualquer acessório para o ato da amamentação”, ressalta Cíntia.
Segundo a profissional, um dos protocolos do uso da laserterapia no tecido mamário de puérperas tem como função a prevenção de feridas e fissuras, prevenção de edemas, drenagem local em caso de ingurgitamento mamário e outros. “Porém, por meio da técnica utilizando o Laser de baixa potência pude ir mais além, realizando um protocolo único, uma protusão do bico do seio de forma natural e com êxito”, explica Cíntia.
A criadora da técnica afirma que em princípio seria um experimento, mas o resultado positivo a surpreendeu desde que foi iniciado o tratamento com laser no mesmo dia do parto, sempre defensora do contato pele entre a díade mãe e bebê, e o trabalho direto com luz terapêutica no tecido mamário.
Cíntia afirma que apesar de testar o uso de bomba elétrica como tratamento adjunto, nenhuma teve o desempenho específico sem submeter a paciente a estímulos dolorosos nos períodos em que tentou massagear e estimular o fluxo do leite materno por meio deste mecanismo que facilitaria ainda mais a mamada do bebê. Portanto, preferiu seguir apenas com tratamento do laser em baixa potência com intervalos de 24 horas entre uma sessão e outra.
A mãe do bebê conta que essa foi sua segunda gestação e decidiu procurar a Cíntia porque na primeira ela não conseguiu amamentar. “Dessa vez, eu queria muito oferecer o leite materno para o meu bebê. Estou muito feliz com os resultados e o melhor, sem dor, sem feridas, sem traumas”, orgulha-se Monique, mãe da bebê Lívia.
Cíntia comemora o avanço da tecnologia: “Sabemos que é uma longa jornada, mas hoje posso afirmar que é possível, sim, uma mulher amamentar sem bico intermediário, mesmo com mamilos invertidos, por meio dessa técnica que tanto me empenhei para desenvolver, sem traumas, sem fissuras, sem dor, só com técnicas e tecnologia. Não usamos em nenhum momento bico de silicone. Trabalhamos a mama, treinamos a pega do bebê e apoio à mãe quanto posição, e todos os assuntos que envolvem o ato de amamentar. Estamos muito felizes com o resultado”, finaliza Cíntia, que já colocou a técnica em estudo sob responsabilidade de uma mestre em Genética e também sua professora no curso de Fisioterapia em uma faculdade do Rio de Janeiro.