Quando se trata de cuidados com a saúde, as mulheres estão na frente dos homens e isso é refletido na expectativa de vida das brasileiras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para a população feminina a perspectiva é de alcançar a idade de 80 anos, sete a mais que do público masculino. Porém, mesmo com todos os cuidados com o corpo, o câncer de mama ainda afeta 60 mil pessoas todos os anos.
A luta contra a doença ganha forças com a campanha Outubro Rosa, que tem a finalidade de incentivar o autoexame e a mamografia para, assim, ampliar as chances de diagnóstico precoce e, sobretudo, de cura.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), alguns fatores podem aumentar o risco de adquirir o câncer de mama, como a genética, o ambiente e o comportamento. Um dos pontos abordados em pesquisas é a relação do sono com a doença.
A Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, ressalta a importância da prevenção como o primeiro passo para combater a doença. “O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ser curada. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, 28% dos casos podem ser evitados por meio de hábitos saudáveis”, destaca.
Estudos apresentados na 2018 NCRI Cancer Conference, reforçou a relação do sono com a doença. Tanto as horas dormidas quanto os hábitos pessoais, noturnos e diurnos, foram avaliados na pesquisa. As mulheres que tinham preferências por seguir uma rotina matinal, como acordar cedo e fazer as atividades ainda no período da manhã, tinham um risco 40% menor de desenvolver o câncer de mama, de acordo com os pesquisadores.
Outra pesquisa realizada por cientistas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), com colaboração do Hospital Henry Ford de Detroit, de Michigan, apontou que a melatonina, conhecida como o hormônio regulador do sono, tem potencial de retardar o crescimento dos tumores do câncer de mama. Essa capacidade se deve ao papel que a substância pode desempenhar no controle da formação de novos vasos sanguíneos, a partir da vasculatura já existente do tumor, denominada angiogênese.
A consultora Renata Federighi explica que a melatonina é produzida naturalmente em resposta à escuridão, sendo uma controladora do sono. “Esse hormônio é responsável por avisar o nosso organismo que está na hora de dormir. É fundamental que os indivíduos durmam sem a interferência da luz para não atrapalhar sua produção e prejudicar a saúde”, acrescenta.
Embora a necessidade das horas de sono seja uma característica individual, a média da população adulta necessita de sete a oito horas diárias para que haja um reparo das funções do organismo, já que dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico. “Durante a noite, as células precisam repousar completamente para não perder a eficiência e sofrer mutações que podem ser as causas para o aparecimento de um câncer. As poucas horas de sono também prejudicam o sistema imunológico e favorecem quadros inflamatórios, deixando o corpo mais vulnerável a tumores”, explica a especialista.
Para melhorar a qualidade do sono e, consequentemente, aumentar os cuidados com a saúde, algumas precauções devem ser tomadas. “Tente dormir ao menos oito horas por noite, utilize travesseiros e colchões adequados para manter a disciplina postural, tome um banho morno antes de deitar para relaxar, evite o uso de aparelhos eletrônicos, mantenha o ambiente arejado, silencioso e o mais escuro possível e faça refeições leves antes de deitar”, completa a consultora da Duoflex.