Especialista aponta 5 dicas para fortalecer o compliance na gestão de riscos. Com a crescente pressão regulatória e o avanço das leis anticorrupção, investir em um programa robusto é essencial para proteger sua empresa de riscos e consolidar a governança corporativa
O avanço das leis anticorrupção e a crescente investigação sobre irregularidades no Brasil têm pressionado empresas de todos os portes a investir na implementação de programas de compliance. Trata-se de uma prática essencial para garantir a conformidade com normas legais e internas, além de ser considerado um diferencial estratégico na gestão de riscos.
De acordo com levantamento divulgado, neste ano, pela KPMG, o nível de maturidade do compliance nas empresas do Brasil subiu de 3,07, em 2021, para 3,09, em 2024 — o que garantiu que tivéssemos o índice mais alto desde 2015, quando a avaliação começou a ser realizada. A pesquisa revelou, ainda, que a maioria dos executivos (68%) revisa e aprova anualmente o programa da área, demonstrando um comprometimento significativo da alta administração (74%) com o provimento de recursos adequados e aprovação do orçamento da área.
Para Flávio Ribeiro, CEO e fundador do netLex — principal plataforma de gestão de contratos na América Latina — além de proteger contra multas e danos reputacionais, o compliance é um investimento na longevidade e na sustentabilidade dos negócios. “Neste sentido, um robusto programa pode fortalecer a governança corporativa ao garantir que as decisões empresariais sejam tomadas com base em práticas éticas e responsáveis. Isso aumenta a confiança dos stakeholders e melhora a imagem da empresa no mercado”, comenta.
Para ajudar empresas a integrar o compliance de forma eficaz na gestão de riscos, Ribeiro compartilhou cinco dicas práticas.
1. Desenvolva políticas e procedimentos claros
Elabore diretrizes que abranjam todas as áreas da empresa, desde operações básicas até a governança corporativa. Reforce a importância de revisões periódicas para acompanhar mudanças regulatórias.
Reconheça que essas áreas são interdependentes. A integração permite uma visão abrangente, facilitando a criação de controles eficazes para minimizar riscos e garantir conformidade. Além disso, Portanto, é imprescindível promover uma cultura organizacional que valorize ambas as práticas como parte do cotidiano dos colaboradores.
2. Estruture um programa robusto
Invista em treinamentos contínuos e canais de denúncia seguros. A capacitação de colaboradores é essencial para que todos compreendam suas responsabilidades.
3. Identifique, avalie e monitore os riscos
Use ferramentas avançadas para identificar e mapear riscos. Além disso, é importante monitorar constantemente esses riscos e revisar suas estratégias de mitigação, conforme necessário, com o intuito de garantir que as práticas de compliance e gestão de riscos permaneçam eficazes.
4. Fortaleça controles internos
Desenvolva e implemente controles internos que possam detectar, prevenir e corrigir violações de compliance. Esses controles devem ser integrados aos processos operacionais da empresa e auditados regularmente para garantir sua eficácia. Uma forma de fazer isso é investir em uma boa gestão de contratos. Se bem estabelecidos, eles ajudarão a garantir que a empresa opere dentro dos padrões legais e regulatórios.
5. Utilize tecnologia para automatizar processos
Ferramentas baseadas em inteligência artificial e machine learning ajudam a monitorar conformidade, gerenciar documentos e antecipar riscos. A automação aumenta a precisão e reduz falhas humanas.