Diagnóstico de Alzheimer impacta a qualidade de vida, mas também altera de forma profunda a rotina doméstica; evolução da doença pode levar pacientes e familiares ao desenvolvimento de transtornos de humor
Por ser uma doença neurodegenerativa, não existe cura para o Alzheimer. O cenário ideal une o diagnóstico precoce ao uso de medicamentos para desacelerar a evolução do quadro e, consequentemente, fazer com que o paciente não atinja ou adie ao máximo a chegada à fase grave da doença – quando ocorre a perda acentuada de memória e a piora motora progressiva. Mas além das alterações físicas, o Alzheimer tem relação direta com o bem-estar psicológico da pessoa e de todas os que participam do cuidado. Muitas vezes, o diagnóstico vem acompanhado de outro problema crítico: a depressão.
Segundo a neurologista do Hospital Santa Cruz, Dra. Ana Carolina Dalmônico , na fase moderada da Doença de Alzheimer, é comum o surgimento de transtornos de humor, como depressão e ansiedade. “O que pode levar a um falso diagnóstico de demência. É muito importante que esses transtornos sejam identificados e tratados corretamente, para não haver confusão diagnóstica”, enfatiza. Justamente por isso, os médicos costumam associar à medicação própria para o Alzheimer, alguns remédios auxiliares para melhora do humor e da qualidade do sono do paciente.
Mas não é apenas quem tem a doença que precisa de atenção. A confirmação também costuma ter um impacto significativo na rotina doméstica e na qualidade de vida dos acompanhantes. “É muito comum o surgimento de sintomas depressivos nos familiares e cuidadores de pacientes com Alzheimer devido à sobrecarga emocional e física”, completa Dra. Ana Carolina. Ainda conforme a neurologista, é importante procurar auxílio, seja psiquiátrico ou psicoterapêutico, logo no início dos sintomas, para evitar agravamento de saúde e o surgimento de complicações ainda mais profundas para a situação familiar.
Estágios da Doença de Alzheimer
– Inicial: caracterizada por alterações de memória e desorientação em tempo e espaço;
– Moderada: surgem as dificuldades para falar, coordenar alguns movimentos e realizar tarefas da vida diária, sendo que, nesta fase, também costumam ocorrer alterações do sono;
– Grave: piora motora progressiva com acometimento de memória de maneira acentuada, levando o paciente à completa dependência para realização de atividades como alimentação e higiene.