Quando o Adriano era recém-nascido felizmente não tivemos problemas com dor de ouvido o que pode ser um problema , principalmente para as mães de primeira viagem, pois é muito difícil identificar o que o bebê está sentindo e deve-se suspeitar da dor de ouvido quando a criança chora ao mamar ou ao se alimentar, pois ao deglutir a dor é intensificada.
A Dra. Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista e especialista em Otoneurologia, Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, aconselha fazer uma pressão no “Tragus” – pequena cartilagem um pouco acima do lóbulo da orelha, que fica à frente do canal do ouvido. Segundo a Dra. é importante observar a reação da criança. Em caso de choro, repulsa e desconforto visível ao toque e ou à pressão, reforça-se a suspeita e nesse caso, um especialista em Otorrinolaringologia ou um serviço de pronto atendimento deve ser procurado pelos pais.
Prevenção – Algumas vezes, a dor de ouvido em bebês decorre do hábito de mamar deitado. A Dra. explica que a criança nasce com a Tuba de Estáquio (estrutura cilíndrica que lembra um canudo e que comunica ouvido e nariz) muito pouco angulada. Isso favorece que alimentos e secreções possam regurgitar do fundo da garganta e do nariz para os ouvidos. Com o crescimento da cabeça e da face, a Tuba de Estáquio passa aos poucos a ocupar posição mais vertical, o que minimiza esta possibilidade”, comenta Dra. Jeanne.
Outra causa importante de dor de ouvido, segundo a especialista, é a utilização de cotonetes, em especial em situação de umidade da pele do canal do ouvido, por exemplo, após o banho. O cotonete, ao ser introduzido no canal do ouvido, causa uma fricção local da pele, desloca e retira a camada gordurosa protetora (produzida pelas glândulas ceruminosas, o cerume), gera microfissuras na pele, que podem ser porta de entrada para infecções por bactérias, fungos e vírus. Caso tenha curiosidade é só olhar a mensagem de alerta no verso da caixa (NÃO INTRODUZA A HASTE NO CANAL DO OUVIDO).
Mais frequente em idosos, a tontura é um sintoma que também pode vir a se manifestar em bebês e crianças, as causas mais frequentes são otite média com efusão (OME); e vertigem paroxística benigna da infância (VPBI) – neste caso as crises são breves, duram segundos, a criança cai subitamente ou tenta se apoiar em algo, acompanhada de choro, palidez e suor frio. Pode ser visualizado neste momento o batimento rápido de olhos em determinada direção, chamado nistagmo. Também pode ocorrer por vertigem relacionada (vertigem e enxaqueca) ou como um fenômeno equivalente da enxaqueca (vertigem sem enxaqueca); cinetose ou enjoos de movimento (mal estar causado por movimento não habitual do corpo, como o enjoo causado ao andar de carro ou ônibus, viajar de navio, avião, etc.).
Segunda Dra. Janine em bebês e crianças o diagnóstico é sempre mais difícil que no adulto, pela dificuldade em colher a história clínica. Entretanto, a história clínica é fundamental e representa 70% a 80% do caminho para um bom diagnóstico. Além do exame físico, exames complementares podem ser usados para esclarecer a suspeita inicial, são eles: o teste otoneurológico (cuja intenção é avaliar o funcionamento do labirinto), o teste auditivo (para avaliar a capacidade auditiva), exames de sangue, de imagem, dentre outros.
Sinais e sintomas indiretos que podem indicar o problema:
• Torcicolo Paroxístico Benigno, pescoço caído para um dos lados, e quando você tenta colocá-lo no lugar o bebê chora. Esta posição atípica de cabeça pendendo para o lado trata-se de postura de conforto, estratégia do corpo para evitar o surgimento do mal estar.
• Quando o bebê prefere ficar no berço ou no bebê conforto mais do que no colo. Neste caso o contato do corpo com as superfícies de apoio é bem maior, o que, consequentemente, aumenta a sensação de estabilidade e equilíbrio. No berço, muitas vezes, prefere ficar escondido no canto.
• Vômitos, náuseas, palidez e suor frio sem motivo aparente ou desproporcionais ao estímulo. Enjoo e vômitos em veículos em movimento, e em brinquedos de gira-gira.
• Desenvolvimento Motor / Equilíbrio Precário & Orientação Espacial Diminuída = quedas frequentes (cai com facilidade e por nada), tromba fácil nas coisas (esbarra nos móveis, está sempre com ecmoses – áreas escuras por pancadas).
• Batimento rápido de olhos chamado nistagmo.
O tratamento da tontura em bebês e crianças é feito de acordo com o diagnóstico e pode incluir dietas, medicamentos, reabilitação vestibular (método de tratamento indicado para indivíduos com distúrbios do equilíbrio, feito por meio de exercícios físicos específicos que visam ativar os mecanismos de plasticidade neural do Sistema Nervoso Central, buscando acelerar a compensação vestibular), dentre outros.
A especialista alerta que a tontura deve sempre ser investigada. Pode ser uma coisa simples e de fácil resolução. Entretanto, independente do motivo, quando mais cedo se procura ajuda maiores as chances de recuperação rápida e menor será a probabilidade de sequelas, do problema se tornar crônico, persistente e duradouro.