Escolha do escritório que fará a representação do processo de imigração é fundamental para a conquista do Green Card. O profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência para fazer uma correta representação
Mudar de país é o sonho de muitos brasileiros, mas é preciso tomar cuidado para não deixar a pressa e a ansiedade dominarem os ânimos, o que pode comprometer um planejamento perfeito. A vontade de iniciar uma nova história, em um lugar totalmente novo, é imensa. Mas por onde começar?
Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional há 20 anos, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, alerta que é preciso cuidado para que o desespero em mudar logo não cause problemas. “Alguns profissionais podem tentar empurrar uma possível solução, mas um visto não deve ser tratado como um produto de prateleira. É necessário um bom planejamento e conhecer esse nicho”, explica.
Por isso, o primeiro passo é conversar com um advogado de imigração. “O profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência. Precisa haver afinidade e segurança”, sugere. “Além disso, é importante entender o procedimento do processo, os detalhes de cada uma das fases e sentir se o profissional transmite segurança, é preciso fazer perguntas, questionar etapas e analisar como é feita a timeline”, aconselha.
Toledo ressalta que é necessário um tempo hábil para estruturar uma possível imigração. “A família deve estar envolvida no mesmo propósito. Vir sozinho não dá certo e se a esposa, marido, filhos, não quererem, não adianta forçar uma situação. Realizamos em média 100 processos por ano e já nos deparamos com diversas situações sendo que a mais clássica de todas são de casais que quando chegam aos Estados Unidos um começa a culpar o outro, um quer voltar e o outro não e então temos um cenário de caos”, pontua o advogado.
A forma que será conduzido o processo pode variar de acordo com cada caso. “Se é casado, a estratégia é uma; se é solteiro, é outra; ou, ainda, se a pessoa tem filhos. Aliás, o advogado precisa saber que esses filhos vão te exigir uma certa demanda. Não adianta a pessoa colocar no business plan que você vai trabalhar 14 horas por dia se você é pai solteiro”, afirma.
Toledo explica que o profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência para fazer uma correta representação. Ele cita que em muitos casos, algumas consultorias induzem o cliente ao erro quando se referem ao EB2-NIW como sendo uma única coisa. “É preciso separar as nomenclaturas, porque o EB2 tem uma finalidade e NIW outra, inclusive com regulamentações diferentes. Outro ponto importante que envolve essa modalidade é que não se trata de visto, como aqueles que são estampados no passaporte. Trata-se apenas de mais um meio que leva a conquistar o Green Card”, explica.
Ele reforça que, ao escolher um advogado de imigração, também é preciso ter certeza de que esse profissional entende as limitações e possibilidades de quem quer imigrar e consegue descrevê-las bem no processo. Quem ler, vai precisar conhecer o candidato através das palavras que o profissional vai usar para representá-lo”.
Finalmente, é preciso pensar em planejamento financeiro. “Começo perguntando onde a pessoa quer morar, para então conseguir estimar quanto ela vai precisar. Pensando em um padrão de vida médio nos EUA, diria que são necessários uns US$ 5 mil dólares para uma família de até quatro pessoas. Se conseguir se planejar para ter pelo menos seis ou sete meses de contas pagas, já é um cenário mínimo razoável”, destaca.
O ideal seria ter dinheiro para uns 12 meses o que permitirá estruturar a empresa, o business, arrumar um emprego, ou seja, cumprir o que foi colocado no business plan. É preciso entender que ninguém chega em outro país e já no dia seguinte terá uma empresa com faturamento suficiente para pagar funcionário, aluguel, impostos e, ainda, sobrar dinheiro para sobreviver”, finaliza.