Abycine

Com parceria do Instituto Cervantes de São Paulo, a mostra apresenta filmes da cena emergente espanhola

O Festival Internacional de Cinema de Albacete Abycine, um dos mais ousados da cena cinematográfica espanhola, tem favorecido a apresentação de longas e curtas-metragens que surgiram na cena espanhola com a ajuda de cineastas que estão mais dispostos a romper com as regras do audiovisual convencional. Uma de suas seções mais atraentes é o projeto Lanza, que reúne as melhores produções, criando um espaço para a busca de financiamento e manutenção da comunidade cinematográfica independente.

Como parte deste espírito, que trabalha para dar visibilidade aos cineastas emergentes, e em parceria com o Instituto Cervantes de São Paulo, serão apresentados três longas e dois curtas-metragens até dia 30 de setembro na plataforma Vimeo. Confira a programação:

09 de setembro

Yalla (2021), de Carlo d’UrsiYalla – 10min

A carreira do ator, diretor e produtor Carlo D’Ursi é um projeto impecável de compromisso com  histórias que nos obrigam a olhar para onde não queremos, para realidades alheias ao nosso cotidiano. Diamantes Negros (2013, dirigido por Miguel Alcantud) ou Tabib (2017) falam da vida das pessoas que vivem em outras partes do mundo, que sofrem os efeitos da guerra, a dependência e a vulnerabilidade que emanam da pobreza. Baseado em um evento real, e com fotografia fascinante, Yalla descreve como a vida pode ser despedaçada por conta de um erro tecnológico.

Sinopse: Mufid, um garoto de 14 anos, joga futebol com seus amigos. Ele erra um chute e faz a bola desaparecer atrás de uma colina. Ele não quer ir procurá-la, mas sabe que o fará. Quando ele entra na área vigiada por um drone militar, ele descobre que Amina levou sua bola. Mufid tenta recuperá-la. Hassan pega a bola dos adolescentes e a joga em algumas ruínas. O drone continua em alerta. Mufid emerge das ruínas com a bola, mas o drone não aparece nitidamente. Mufid se torna um novo alvo.

16 de setembro

El hombre que diseñó España (2020), de Miguel Larraya Valenzuela y Andrea Gutiérrez Bermejo – 81min

Poucas vezes o trabalho de um artista visual foi tão importante para pensar na forma como um país define um processo de democratização. O caso de José María Cruz Novillo responde a esse fenômeno no qual o imaginário da Transição está irremediavelmente ligado à sua capacidade de expressá-lo através da comunicação e do marketing, também espaços pioneiros no momento de seu maior sucesso profissional.  Formado em design durante o regime de Franco e pioneiro na teoria da comunicação de Nova York, o trabalho deste grande artista plástico conseguiu identificar este espaço social através de seu trabalho, mas também elaborar diferentes dispositivos de arte conceitual que o colocam em pé de igualdade com os melhores artistas representativos desta tendência nos últimos anos do século XX.

Sinopse: Você sabia que os logotipos dos Correios, Renfe, o PSOE, a bandeira e o brasão da Comunidade de Madrid, a Polícia Nacional, as notas da peseta de 1979 a 1985, os emblemas da Endesa, Repsol, La Cope, O Mundo e Antena 3 Rádio, e os cartazes de O Sul, a Escopeta Nacional e o Cria Cuervos foram todas desenhados pela mesma pessoa? José María Cruz Novillo redesenhou a imagem da Espanha enquanto o país estava sendo transformado. Mas seu trabalho não termina aí.

23 de setembro

Uno (2018), de Javier Marco – 10min

O casal criativo formado pelo diretor Javier Marco e pela roteirista Belén Sánchez-Arévalo  tem uma carreira impressionante que culminou com o Goya de melhor curta-metragem para seu A la cara em 2020, e com sua estreia em longa-metragem com Josefina, em 2021. Sua capacidade de enfiar as histórias mais pessoais com um olhar sobre os mais desfavorecidos da sociedade também está presente em Uno, um curta-metragem inscrito na terrível e mortífera história do Estreito de Gibraltar.

Sinopse: Um telefone celular em um saco hermético toca no meio do mar.

30 de setembro

La última primavera (2020), de Isabel Lamberti – 1h17

A cineasta holandesa Isabel Lamberti sempre sonhou com a Espanha e desde criança ouvia sua avó falar de seu país natal. A história de uma família que vive em uma favela em Madri foi a melhor resposta que ela pode dar às histórias desses moradores, na qual a força de todos os protagonistas revela uma história maravilhosa de resistência e solidariedade.

Sinopse: A família Gabarre-Mendoza celebra o aniversário de um integrante quando uma inspeção policial interrompe a festa. Na Cañada Real, uma favela na periferia de Madri, surgem tensões entre as autoridades e os vizinhos, porque o terreno foi vendido e as famílias foram obrigadas a deixar as casas que elas mesmas construíram.  Enquanto isso a mãe Agustina deixa de ser uma mulher muito alegre para viver com medo; o pai David, um trabalhador vendedor de sucata, tenta encontrar uma solução, mas a burocracia do sistema falha. Enquanto isso, os membros mais jovens da família, o filho David, a nora Maria, uma mãe adolescente, e o jovem Alejandro lutam com suas vidas na corda bamba.

Serviços:

Festival Abycine/Lanza – Laboratório de talento emergente espanhol

Quando: De 03 a 30 de setembro a partir das 15h (cada filme fica 48 horas na plataforma após a estreia)

Onde: Canal do Instituto Cervantes no Vimeo: (https://vimeo.com/channels/institutocervantes),

By redator

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