Pensando sobre qual tema abordar essa semana, lendo os feeds que assino, em especial do Digg, cheguei nesse post, “The Astonishing History of Vibrators” do TeeBeeDee, escrito por Michael Castleman, baseado no livro “The Technology of Orgasm: ‘Hysteria,’ The Vibrator, and Women’s Sexual Satisfaction,” da autora Rachel Maines, que me chamou a atenção por se tratar da história do surgimento do vibrador.

O vibrador foi inventado há mais de um século atrás, com o intuito de poupar as próprias mãos da fadiga causada por tratar da “histeria feminina”, condição esta que incluía queixas crônicas como ansiedade, insônia, irritabilidade, nervosismo, fantasias eróticas e humidificação dentro da vagina, ou seja, frustração sexual.

Se eu entendi bem, as mulheres quando tinham os problemas acima citados, tinham consultas no médico para serem masturbadas, quem diria? Além de serem masturbadas, ainda recebiam prescrições médicas para tratar da histeria (em grego significa útero).

No século XIII, os médicos aconselhavam as mulheres a usarem vibradores, já no século XVI os médicos recomendavam as mulheres casadas a encorajarem a cobiça nos seus maridos, para viúvas, solteiras e mulheres casadas que eram infelizes, eles recomendavam cavalgar, já que em alguns casos estimulava o clitóris suficientemente para que as mulheres atingissem o orgasmo.

No século XVII os vibradores foram “condenados” eram contra a decência e foi então que um tratamento inovador surgiu médicos ou parteiras massageavam o clitóris da paciente que sofria de histeria feminina, inseriam um dedo com óleo de flor de lis ou de açafrão-da-primavera como lubrificante, conseguindo assim relaxar a paciente. (ou seja, fazendo-a gozar)

Esses tempos puritanos eram um pouco bizarros, não?

No século XIX as pessoas desconfiavam muito dos médicos, já que muitos deles tiveram pouco ou nenhum treinamento científico, mas a histeria era uma “doença” que os médicos podiam tratar e as pacientes retornavam regularmente. O problema com o tratamento era o cansaço que causava aos dedos dos médicos por terem que massagear vários clitóris fazendo com que os médicos começassem a experimentar utilizando substitutos mecânicos para as suas mãos, sendo que inúmeros objetos foram um fracasso.

No final do século XIX com o surgimento da eletricidade dentro dos lares, surgiram aparelhos como máquina de costura, ventilador elétrico e a torradeira. Em 1880, o Doutor britânico Dr. Joseph Mortimer Granville, inventou o vibrador eletromecânico, detalhe, o vibrador foi inventado quase uma década antes do aspirador de pó e do ferro elétrico, ou seja, era algo necessário.

Até o século XX, homens americanos e europeus acreditavam que as mulheres eram incapazes de ter desejo sexual e sentir prazer, que as mulheres eram meros receptáculos (que horror e tem homens que pensam assim até os dias de hoje), serviam apenas para procriar. Com a chegada do vibrador elétrico os médicos foram perdendo as pacientes que preferiam comprar o “remédio” para a histeria e se auto medicarem em suas casas.

Com a invenção dos filmes, os vibradores começaram a serem usados em pornografia e ganharam uma reputação repugnante, tonando-se socialmente inaceitável em 1920 e desde de essa época até 1970,era praticamente difícil de encontrar um para comprar. Atualmente calcula-se que 25% das mulheres possuem vibrador e que 10% dos casai americanos utilizam um vibrador durante o relacionamento sexual com seus parceiros.

Você pode ler mais sobre o assunto e ver algumas imagens dos primeiros vibradores em: Boas vibrações – Metamorfose Digital.

– Publicado originalmente no Deusario.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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