Sinopse:
O século XXI está vivenciando o renascimento do gim. Esse fenômeno, iniciado no Mediterrâneo e com epicentro na Espanha, propagou-se em um primeiro momento para Portugal e para a Grécia e, depois, para o resto do mundo. Ao contrário da vodca, que é neutra, o gim é redestilizado com bagos de zimbro e de outros componentes botânicos, o que o torna uma bebida extremamente aromática, com odores muito complexos. A bebida está associada intimamente ao Reino Unido, que a elevou à posição que ela detém hoje. No livro Os segredosdo gim (192 p., R$ 89,90), da Mescla Editorial, José Osvaldo Albano do Amarante, um dos maiores especialistas em bebidas do país, reúne todas as informações sobre a produção e o consumo do gim no Brasil e no exterior.
A obra é resultado de um trabalho de mais de 25 anos, incluindo pesquisas, degustações e visitas a bares especializados na bebida. Segundo Amarante, a primeira data de que se tem registro na produção de gim foi no início do século XVII, na Holanda. Mais tarde, a bebida chegou ao Reino Unido, levada pelos britânicos que formaram as tropas que lutaram na Holanda durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). “A bebida fez imenso sucesso no Reino Unido, em particular na Inglaterra, razão pela qual hoje é considerada a pátria do gim”, complementa o autor.
“O Reino Unido é um dos principais fabricantes de gim e a casa do gim tipo London gin”, afirma o autor. Segundo ele, em 2014, existiam 202 destilarias registradas no estado, sendo 134 na Escócia, 61 na Inglaterra, seis no País de Gales e uma na Irlanda do Norte. Essa grande concentração de destilarias, diz ele, deve-se ao fato de as grandes empresas do setor terem optado por consolidar, na Escócia, as indústrias do uísque escocês, do gim e da vodca, obtendo uma maior economia de escala. Ele revela ainda que, em 2013, foram exportadas do Reino Unido 139 milhões de garrafas de gim de 750 ml.
Ao traçar o panorama mundial da bebida, o autor mostra também que as Filipinas são o maior mercado de gim do mundo, com consumo de cerca de 50 milhões de caixas de 9 litros. Esse volume, diz ele, representa cerca de 40% de todo o mercado mundial de gim e o consumo doméstico é dominado pela produção local (98%). “A destilaria filipina San Miguel é, de longe, a marca mais importante, com produção de 22 milhões de caixas de 9 litros, equivalendo a 62% do mercado”, afirma o especialista.
Desconsiderando a situação das Filipinas, os Estados Unidos representam o maior mercado mundial de gim. Além de ser o maior importador de gim britânico, o país fabrica uma grande quantidade de marcas britânicas localmente. Em 2013, segundo a Gin & Vodka Association(GVA), 10,3 milhões de caixas de 9 litros foram vendidas no país. Já a Espanha tem o maior mercado consumidor de gim da União Europeia e é o terceiro maior no âmbito mundial. O consumo local é dominado por marcas nativas que representam 75% das vendas
Em sua análise sobre o mercado brasileiro, Amarante revela que o Brasil já teve mais marcas de gim do que hoje em dia. Em 1989, diz ele, as de melhor nível eram cinco. Em meados de 2016, a situação inverteu-se, só restando uma marca nacional razoável: Seagers. Por outro lado, segundo o autor, hoje é possível encontrar no país maior diversidade de gins importados. “No segundo semestre de 2016, na esteira do boom do gim, surgiram os primeiros gins premium de pequenos lotes produzidos no Brasil. Os pioneiros foram Arapuru, Draco e Virga”, conta o especialista.
No capítulo sobre o consumo da bebida, Amarante fala sobre os estilos de gim, as formas de consumo e os coquetéis clássicos. De acordo com o especialista, conforme a seleção e a mistura dos botânicos empregados, o gim apresenta determinado estilo ou personalidade. Os diversos estilos de gim podem ser divididos em sete grandes grupos classificados pela família aromática dos ingredientes utilizados em seus componentes botânicos ou pelo método de produção. “O gim pode ser apreciado de diversas formas, dependendo do clima, da ocasião ou da preferência pessoal”, afirma o autor.
Ficha Técnica
Título: Os segredos do gim
Autor: José Osvaldo Albano do Amarante
Editora: Mescla
Páginas: 192
Preço: R$ 89,90 (ebook: R$ 57,20)
ISBN: 978-85-88641-46-4
Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890
Site:www.mescla.com.br
O autor
José Osvaldo Albano do Amarante, 70 anos, engenheiro químico formado em 1971, é diretor técnico da Mistral Vinhos Importados. É membro do grupo de experts do Brasil na Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), na comissão de direito e economia. Escreve para as revistas Gula, Revista do Vinho, Playboy, GoWhere Gastronomia e Gosto, é palestrante e organiza viagens enogastronômicas pelo mundo. O primeiro contato sério do autor com o assunto gim deu-se em setembro de 1989. Por já ser membro efetivo dos painéis de degustação de vinho da revista Playboy, foi convidado a participar de uma prova de gins. Ele já era um amante dessa bebida, mas, com esse incentivo, começou a pesquisar o assunto mais profundamente. Tanto assim que foi incumbido pelo editor da matéria a escrever o boxe “As lições de um degustador”, onde teceu comentários técnicos sobre a degustação de gins. Nos últimos anos, foi professor do curso superior de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi e também ministrou aulas em mais de 650 cursos sobre queijos, vinhos e outras bebidas. Escreveu quatro livros sobre vinhos: Ossegredos do vinho para iniciantes e iniciados (Mescla, 2005), Vinhos e vinícolas do Brasil (Summus, 1986), Vinhos do Brasil e do mundopara conhecer e beber (Summus, 1983) e Vinhos do Brasil (editado pela Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, 1982). Atuou ainda como consultor do capítulo “Brazil” da sexta edição do livro The world atlas of wine (Mitchell Beazley, 2007) de Hugh Johnson e Jancis Robinson. Também escreveu um livro sobre queijos: Queijos do Brasil e do mundo para iniciantes eapreciadores (Mescla, 2015). Este livro é resultado dos vários estudos do autor sobre gim compilados em um “resumão”. Entretanto, como o material acabou ficando muito completo, justificou-se publicá-lo.