Por Marcos Nehme *
A menos que você tenha passado as últimas semanas em uma caverna, certamente escutou falar do “Pokémon Go”, novo jogo da Nintendo. . Pensando melhor, mesmo que estivesse morando em uma caverna, provavelmente alguém entraria lá tentando achar um Pikachu. Pokémon Go é atualmente o mais popular game para plataformas móveis. Gerou para a Apple em 15 dias mais de U$ 3 bilhões de dólares em vendas de Pokecoins – moedas praticadas para compra de privilégios no jogo – fazendo as ações da Apple subirem 6% em menos de 15 dias. Ele também é o primeiro jogo da história a alcançar dez milhões de downloads em apenas sete dias de vendas deixando Clash Royale, Candy Crush Jelly Saga e os Angry Birds a ver navios**. Embora o jogo esteja em toda parte, há alguns riscos importantes que você precisa conhecer antes de se aventurar ou deixar seus filhos circulando por aí com um mobile device nas mãos.
Uma das maneiras de criar um usuário do jogo é usando uma conta existente do Gmail (Google). Ao fazer isso, o desenvolvedor do Pokémon Go, a Niantic, passa a ter acesso à conta. Surgiram algumas notícias falsas de que a Niantic teria “carta branca” para acessar os dados de seu usuário, o que não nos parece ser o caso. A empresa na verdade tem acesso restrito às informações e afirma que solicita apenas uma pequena quantidade de dados ao Google para compreender o perfil de seus gamers.
De qualquer maneira, é importante lembrar que pode haver uma diferença entre o que uma organização diz acessar e o que ela é capaz de acessar de fato, mas principalmente, deve-se considerar aquilo que ela poderá acessar no futuro. Em outras palavras, mesmo que a Niantic planeje acessar apenas um pequeno volume de dados, ela é capaz, na realidade, de visualizar muito mais. Há também o risco da empresa sofrer ataques de hackers ou de um funcionário desonesto fazer uso inadequado de suas informações.
A maneira mais fácil de eliminar esse risco é criar uma nova conta de e-mail que seja usada exclusivamente para o Pokémon Go. Além disso, o usuário deve evitar misturar dados dessa conta específica com informações de sua conta principal do Gmail. Outro risco que deve ser levado em consideração é o de instalar versões falsas do Pokémon Go ou aplicativos que prometem ajudar você de alguma forma no jogo. Este tipo de “App complementar” é muito comum nas lojas virtuais quando uma nova febre aparece para Androids e IOSs.
Se você fizer download do jogo e/ou de aplicativos de ajuda, use apenas canais oficiais, como a Google Play Store ou a Apple App Store. Além disso, desconfie se, aparentemente, o aplicativo não for popular ou for usado por poucas de pessoas. Nesse caso, talvez você esteja lidando com um malware que conseguiu se infiltrar na plataforma fechada. Além dos perigos cibernéticos, também há riscos de segurança física relacionados ao Pokémon Go. Enquanto perambulam por aí em busca de um Charizard, nem sempre os usuários prestam atenção à sua volta, seja um penhasco à beira do mar ou mesmo podem entrar em bairros perigosos.
Se o número de usuários for um indicador, o Pokémon Go é claramente uma tendência. Porém, como com qualquer conceito novo de tecnologia, é preciso ter cuidado. Esperamos que o usuário em conta os alertas mencionados na próxima vez que estiver tentando capturar um Pokémon dentro de uma caverna.
*Marcos Nehme é diretor de Pré-Vendas América Latina da RSA – Divisão de segurança da EMC.
** Fonte: The Guardian & Slice Intelligence