Revolução dos humanos: por essa Orwell não esperava. Gatilho! Violência extrema, crueldade, estupro e política atual. A distopia “O Bicho” revela uma face egoísta e covarde da sociedade
E se os humanos nunca tivessem dominado o mundo?
O que George Orwell não pensou, André L. Nascimento elucidou em sua obra O Bicho, publicada pela editora Flyve. Este livro fará com que o leitor repense em tudo que acredita ser certo dentro da sociedade atual, cruel e desequilibrada.
A distopia é relatada pela história de Dakota, uma cachorra que cansou de ver o mundo maltratando os bichos – que neste caso são os humanos. Engordados em granjas para o abate, com seus couros arrancados para produção de roupas, sugados para ordenhas e vivendo em um mundo no qual são tradados como escória, as pessoas são consideradas seres sem alma.
A história se desenrola por meio de mentiras, invasões, protestos, perseguições, explosões, estupro, mortes, inteligência artificial e investigações. O autor faz da protagonista uma verdadeira guerrilheira em prol da humanidade, que se torna braço direito do algoz, o ditador. A intenção é implodir o sistema.
Vegano na luta, André não acredita que os animais devem servir ao homem, portanto, a epifania seguiu seus instintos de justiça, e incitou nessa obra a via contrária. A partir disso, sua escrita vem para expor a crueldade que acontece com os bichos.
Humanos nus e de quatro, imundos, saíam pelos bueiros e aberturas entre calçadas
e ruas por onde a água da chuva escoava, cautelosos, mas felizes,
pois era a única hora em que podiam andar pelo breu dos becos e revirar os lixos, matar a fome.
(O Bicho, pg. 56)
Paralelo a todos os sentimentos que esta obra provoca, como repulsa, indignação e, até mesmo, compaixão, o humor ácido é tema com trocadilhos de nomes de políticos, personalidades e influenciadores.
O Bicho revisita as inquietações inerentes àqueles que ousam pensar, e não só a causa animal e o consumo de carne desenfreado são a motivação e o assunto. André também aborda a posição das mulheres, identidade de gênero, negacionismo, destruição do meio ambiente, política ditatorial e muito mais. Esta obra é uma leitura necessária em tempos sombrios.
Ficha Técnica:
Título do livro: O Bicho
Editora: Flyve
ISBN: 978-65-00-95230-8
Formato: 14 x 21cm
Páginas: 290
Onde comprar: Amazon
Sobre o autor: Formado em Matemática pela UEMG, em Letras pela UNIMES e pós-graduado em Ensino de Língua Inglesa pela Cruzeiro do Sul, leitor ávido desde que alfabetizado, André cresceu participando e ganhando concursos de redação e poesia, além de escrever peças teatrais para escolas. Aos 14, compôs a letra do hino da E. M. Dr. Manoel Patti. Em 2013, escreveu o roteiro do musical Aladdin da principal escola de música de Passos. Após retornar de um curso de inglês na Oxford College House, em Londres, iniciou a escrita de O Coelho, seu primeiro livro, inspirado, de forma sombria, em Alice no País das Maravilhas. O livro, já em sua segunda edição, foi publicado pela Editora Cabana Vermelha e lançado na Bienal Internacional de SP em 2022. Foi o responsável pelo aparecimento do autor, pela primeira vez, em muitos meios de comunicação pelo país, desde rádios e jornais, até o Portal dos Famosos, UOL, UAI, e IG Queer. Em 2023, o livro foi finalista nos prêmios Reflexo Literário e Ecos da Literatura, em 3º lugar em ambos como melhor fantasia nacional de 2022. Atualmente, André, vegano, atua como professor de inglês e tradutor, vivendo em Passos, Minas, com seus cães resgatados das ruas e auxiliando na luta pelos direitos animais e LGBTQIAPN+.
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