A palavra Colar deriva do latim “collum”, que basicamente quer dizer “pescoço” e apesar de oficialmente não haver registro da data ou local onde especificamente o colar feminino e/ou masculino começou a ser utilizado
Há pinturas rupesters de pessoas utilizando o colar antes da construção das pirâmides do Egito e em cavernas por toda a Europa nas pinturas rupestres encontradas é possível identificar homens primitivos utilizando colares, que serviam de amuletos, ornamentos que traziam sorte e eram feitos de conchas, ossos de animais e cipós.
O colar considerado mais antigo do mundo, datado de 5.000 a.c.foi produzido na Mesopotâmia com fragmentos “obsidianas”, vidro negro translúcido, encontrado nos vulcões do Lago Van, onde eram feitas escavações. O acessório era considerado de luxo entre os mesopotâmicos.
Durante o Império Médio e o Império Novo (1.567 a 1.085 a.C.) o mundo da joalheria no Egito deu um grande passo devido ao ouro, que os encantava pelo brilho. Para eles, as jóias representavam suas crenças e seus deuses e eram lapidadas em formato de animais mitológicos (escaravelhos, serpentes e dragões) que associados aos poderes simbólicos, funcionavam como proteção e força.
O comércio entre a Turquia, o Egito e a Mesopotâmia fez com que os artesões começacem a conhecer novas técnicas e estéticas. Entre 1.400 e 600 a.c.novas técnicas de fundição dos metais surgiram principalmente na Ásia e na Europa.
Entre 1.000 e 700 a.c. a criação dos pins de bronze em Luristan, nas montanhas do sudoeste do Irã possibilitaram que outras peças fossem desenvolvidas, como broches, brincos, e gargantilhas, de acordo com os ideais de beleza da época.
Do século I ao século XVI a joalheria na Europa deixou de ser patrocinada pelo Clero e começou a ser patrocinada pela burguesia no período Renascentista. O trabalho de ourives começou a ganhar fama e status de arte, assim como a escultura e a pintura.
No final do século XIV o ourives cedeu lugar ao joalheiro que acrescentou novas modas e tendências, com desenhos poéticos e
requintados e as jóias adquiriram status de obras de arte, e os mecenas passaram a contratar ourives para novas criações.
No período renascentista, no estilo barroco, laços, linhas curvas, flores, pássaros, e outros temas da natureza eram trabalhadas em ouro ou em tecidos unidos com pendentes, de formas assimétricas.
O imperador francês Napoleão I e sua corte usavam roupas inspiradas no estilo clássico greco-romano em vários detalhes, assim como as joias que os enfeitavam.
Os joalheiros e ourives da época começaram a pesquisar, na história da antiguidade clássica, técnicas antigas de confecção de joias, chegando assim aos etruscos.
O período da Belle Époque, no século XX na França, destacou a volta da arte barroca, a reinterpretação da natureza em delicadas formas de flores estilizadas e a utilização de elementos como o marfim e a platina.
Em 1929, com a crise econômica, foram empregados materiais sintéticos na joalheria. O estilo Art Déco ficou famoso, e destacava as formas geométricas inspiradas no Cubismo de Pablo Picasso.
No início da II Guerra Mundial, ainda no século XX, com o sucesso da estilista Coco Chanel, novas joias chamaram a atenção e conquistaram as mulheres, como a “Bijuterie Fantasie”, que eram peças feitas com materiais não preciosos e design especial. As mulheres passaram a ter um novo papel na sociedade, assim criou-se uma linha de joias mais versátil e acessível, sendo a pérola a pedra preferida na época.
Com o fim da guerra, as mulheres queriam mostrar seu glamour. O ouro continuava com sua fama, porém agora com texturas nas superfícies e gemas em combinação de cores coral e turquesa.
Até os anos 50 haviam duas formas de fabricação de joias, as artesanais, feitas com materiais mais acessíveis e as industrializadas, feitas com gemas raras.
Nas décadas de 60 e 70, o design começou a ser mais valorizado do que o material. Nos anos 70 as bijoux ficaram caracterizadas por três tendências: flores (no início da década), referências da moda indiana e linhas geométricas. Pulseiras, anéis, colares longos e brincos de metal com muitos fios eram decorados com pérolas ou pequenas flores de metal ou plástico.
No final da década de 70,início da década de 80, o movimento punk influenciou a moda, dessa forma surgiram os acessórios feitos com cruzes, caveiras, correntes de bicicletas e alfinetes.
Nos anos 90, o minimalismo voltou e as joias passaram a serem criadas com inspiração nos estilos passados, como a Art Nouveau e Art Déco. O ouro branco combinado com diamantes ganhou importância. Asmulheres mais descoladas abusaram das gargantilhas repaginadas e batizadas de chokers.
Nos anos 2000 os colares de miçanga com mix de pedrinhas coloridas viraram febre e na década de 2010 os colares pendentes fizeram moda.
CURIOSIDADE: Colar nos povos indígenas
Para os povos indígenas brasileiros, o colar é mais que um acessório, tem um significado muito especial já que todo guerreiro tem um e cada enfeite que o colar possui diz os títulos, habilidades, capacidades e tudo que aquele guerreiro aprendeu ao longo de sua vida como membro da comunidade indígena.
Cada elemento presente , como dente, pedras, sementes, etc., funciona como um distintivo do guerreiro.
Não importa se feitos de ouro, prata, pérolas, conchas, penas, miçangas, fragmentos de obsidiana, fina seda ou qualquer outro material, a verdade é que o colar adorna o pescoço da humanidade , desde os inícios dos tempos e pelo visto nunca vai nos abandonar.