Release:
Ao som de berimbau, batuque de jazz de Jam da Silva com a convidada Daúde, a casa de criação OESTUDIO mostrou a sua coleção outono/inverno 2011 no último dia do Fashion Rio (15/01). Pele pintada, máscaras, com um casting todo negro, a coleção “Com Ciência Negra” destacou o preto como cor principal e todas as suas variações, tons vermelhos representando o sangue que corre igual em todas as veias e peças mergulhadas em tinta, para mostrar que nós somos de todas as cores.
O desfile feito com a colaboração dos alunos do projeto social Oi KABUM!, escola de arte e tecnologia da Oi, levaram para a passarela do Fashion Rio um momento de reflexão sobre um tema marcante e urgente da nossa história, que não deve ser repetido, excluído nem esquecido.
“Com Ciência Negra” é uma celebração de conquistas sensório-territoriais – dos espaços empedrados, das vias entupidas pela falta de informação. É a ciência de se vestir pelo lado de dentro, de ser o avesso, de quebrar a casca da superfície. É costurar com bisturi, é passar e usar a alma recortada e estonada pela história. É colorir o mundo com a união de todas as cores. O preto.
Construído a partir de uma oficina realizada pelo OESTUDIO com os alunos da Oi Kabum!, o desfile revelou em cinco blocos a percepção dos jovens sobre a importância da consciência negra, consciência presente no processo criativo de todos os estilistas da marca. Inspirados pelo sentimento-cor preto, foram produzidas peças nas quais predominou o tom preto e suas variações, completadas com tons de vermelho – representando o sangue. Nas formas, detalhes que revelavam o avesso das roupas, modelagens amplas e utilitárias, calças mais curtas. Ainda em destaque o trabalho de patchwork, alertando para a miscigenação; a estampa de jardim negro, revelando a beleza do preto como ponto de luz, e peças mergulhadas em tinta, pois, afinal, nós somos de todas as cores.
De volta ao Rio pela segunda temporada, mais uma vez OESTUDIO propos um desfile que foi além das roupas. Desta vez, a estrela foi um tom – um tom que virou uma cor, que virou uma raça, que virou um instrumento, que separou o mundo, que virou história, e que se transformou em sons e seres e formas e estilos e arte e cultura, singularidades, especialidades, infinitas e multicoloridas…Através desse sentimento-cor, o coletivo quis deixar a platéia livre para criar seus pensamentos e reflexões.