Uma pesquisa publicada online na revista Psychoneuroendocrinology, sugere que a pílula anticoncepcional pode afetar a forma como as mulheres escolhem os seus parceiros.
O estudo comparou as preferências de mulheres entre 18-24 anos de idade que estavam tomando contraceptivos orais contra aquelas que não tomavam nenhum contraceptivo. Os pesquisadores mostraram imagens compostas de jovens rostos masculinos e femininos, que poderiam ser manipulados para parecer mais ou menos másculos (com base em características como a proeminência malar, maxilar, altura e largura da face).
Os cientistas pediram as participantes que alterassem os rostos masculinos para deixá-los da forma que fosse mais atraente para elas, tanto em relações de curto como de longo prazo, e para alterar os rostos femininos simplesmente para torná-los mais atraentes.
As mulheres foram testadas duas vezes, a primeira quando não estavam tomando a pílula e, novamente, três meses após algumas começarem a usá-la.
Quando as estavam usando a pílula, preferiram rostos masculinos menos másculos, arrendodados, com mandíbulas mais estreitas do que antes de começarem a tomar o anticoncepcional. O estudo mostrou que tomar a pílula não teve efeito sobre a preferência nos rostos femininos.
Em seguida, os pesquisadores analisaram se a pílula influenciava a escolha de parceiros. Para isso compararam 85 casais que relataram o uso da pílula quando se conheceram e outros 85 casais que relataram não estar usando a pílula quando se conheceram. Os pesquisadores tiraram fotos dos rostos dos homens de cada casal e voluntárias julgaram a masculinidade de cada um, avaliaram as versões computadorizadas modificadas acentuando a masculinidade, como por exemplo, ampliando a linha do maxilar inferior.
As voluntárias classificaram os parceiros de mulheres que não estavam tomando a pílula no início de seus relacionamentos como mais másculos do que os das mulheres que usavam a pílula. Classificaram as imagens manipuladas por computador da mesma forma, assim a ligação entre a pílula e traços faciais também foi confirmada.
Esse estudo é correlacional e, portanto, não se pode dizer que a pílula, ao invés de alguma outra variável, realmente determina essa preferência, já que enfrenta limitações, as mulheres que optaram por tomar a pílula podiam ser tendenciosa com os homens mais “estáveis” e menos másculos.
No entanto, dada a forma como a pílula é amplamente utilizada, seu papel potencial na forma como as mulheres escolhem seus parceiros pode ter efeitos de longo alcance.
Outras pesquisas, no entanto, sugerem que a preferência por traços másculos ou afeminados podem estar ligados a benefícios genéticos, tais como sistemas imunológicos, e alguns estudos descobriram que as mulheres preferem os traços mais masculinos durante a fase fértil do seu ciclo menstrual.
Aos 30&Alguns eu pergunto: e você já notou alguma preferência estando ou não tomando a pílula?