Quando era criança ia muito a praia em Santos, já que morava em São Paulo e minha família tinha um apartamento na cidade. Me lembro claramente, que era super normal, mães e pais com seus filhos e isopor na areia da praia, cheio de guloseimas para as crianças, além de bebidas para todos.

Quando mudei para o Rio de Janeiro, na época tinha 11 anos de idade, lembro que quando os parentes paulistas iam visitar e se animavam de levar o isopor para a praia era a maior vergonha, já que os moradores da zona sul, tendo dinheiro ou não, jamais chegam a praia carregando isopor com cervejinha, por mais que a geladeira em casa esteja lotada da bebida.

No Rio, a classe média zona sul, não carrega isopor para a praia, então quando você vê uma família carregando um isopor, há duas opções: se o sotaque for do Rio, a conclusão é que a família mora no subúrbio carioca e se o sotaque for outro, a família é de outro estado.

Uma amiga minha, certa vez foi a praia e achou tudo muito engraçado, que acabou tentando lembrar os detalhes do que viu e ouviu, já sabendo que provavelmente se me contasse, viraria um post no blog.

Engraçado foi ela descrevendo que havia visto uma família “trololó” na praia, mas não era uma família pequena, o pai estava em pleno Rio de Janeiro, calor de quase 40º, vestindo calça, blusa e sapato, a família era tão grande que estavam utilizando 5 barracas (guarda-sol) na praia.

Lógicamente, vários isopores regados de bebidas e belisquetes, afinal pagar duas ou três vezes o preço de algo, só porque está comprando na praia, não faz sentido algum para quem não é morador da zona sul carioca.

A impressão que minha amiga tinha, era que eram mineiros devido ao sotaque e de repente chegou mais um casal com o filho de  17 anos e a família eufórica comentando que o rapaz ainda era virgem.

Tenho cá com meus botões que o alvoroso era tanto com esse tópico que deve ter sido nesse momento que minha amiga realmente começou a prestar atenção naquela grande família que parecia ser tão unida e todos querendo dar palpites, que o papo foi além da virgindade do rapaz, que tinha uma namorada e ainda não sabia colocar o preservativo.

Sinceramente, aos 30&Alguns, conforme ela foi contando, eu fiquei imaginando uma cena de um desses filmes americanos sobre adolescentes e virgindade, já que segundo a minha amiga a mãe super liberal, informava a família que como já teve a idade deles, cinco vezes havia saído de casa para ir ao Shopping Center e aproveitar para deixá-los a sós, se é que vocês me entendem, e o menino informava que nada acontecia, pois a namorada dizia que ele tinha que esperar.

Os tios dando o maior apoio, diziam que ele deveria ter paciência e esperar, e o jovem desolado, apenas dizia: “já tenho 17 anos de paciência”…

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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