Geralmente quando pensamos em amor violento, a imagem que vem logo a mente é de um homem agredindo uma mulher, dificilmente pensamos em uma mulher agredindo um homem, mas isso também acontece e é tão ruim e perverso quanto o contrário. Qualquer relacionamento abusivo seja físico ou psicologicamente é triste, doloroso e o agressor com certeza precisa de ajuda, pois é inconcebível que alguém que “diz e pensa” amar outro indivíduo consiga acreditar que a violência faz parte desse pacote, que tem lugar no relacionamento.

Quando tinha 18 anos gostei de um cara que todo mundo sabia que era “meio” agressivo, ainda bem que ele nunca quis realmente nada comigo, porque fico imaginando como teria sido um relacionamento com uma pessoa que de repente resolve no meio de uma discussão usar da violência e no mesmo instante sou grata por não ter vivido esse tipo de relacionamento.

Mesmo tendo amigas e amigos com um bom nível social e intelectual, não é raro saber que alguém esteve ou está em um relacionamento abusivo, o que mais me impressiona é perceber que muitas vezes a pessoa durante o período de convívio com o agressor, consegue em certos momentos achar “normal” a violência, chegando a revidar. Esse tal “amor que machuca” muitas vezes acontece em ambientes com crianças que acabam vivendo e convivendo com toda essa violência.

Não é amor quando alguém te bate, te xinga, te humilha, te envergonha em público. Não é, deu para entender? Quem usa da violência não tem amor por você nem por si próprio, essa pessoa desconhece o verdadeiro significado da palavra e não deve estar com ninguém até se tratar.

Essa violência que geralmente aparece por ciúme descabido e doentio, é muito perigosa, porque a partir do momento que o agredido começa a revidar o campo de batalha está instalado, ninguém ganha, todos perdem e em muitos casos, infelizmente, acaba-se perdendo a vida.

O ponto principal em minha opinião é o agressor ter consciência que precisa de ajuda para não ficar entrando em relacionamentos e arruinando vidas e cabeças. Se você está em um relacionamento abusivo, saiba que isso não é amor, nunca foi e nem nunca será, quem ama não agride e se você está abusando de alguém em nome do amor, vai procurar um tratamento urgente, porque você com certeza têm sérios problemas comportamentais e mentais.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

4 thoughts on “Quando a violência sobrepõe o amor”
  1. Como bem escreveu São Paulo:
    “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
    Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.” 1 Coríntios 13:4-6

    Mas aí vem essa parte que eu não consigo conceber (acho que aplica-se somente ao amor pais e filhos):

    “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
    1 Coríntios 13:7-8

    Porque como muito bem escrito em seu post, não da pra suportar, sofrer e crer que abuso é amor e portanto tá certo. E portanto eu mereço as pauladas litarais e figurativas desse desamor. Mas sim esperar e acreditar que o verdadeiro amor é possível e preciso.

    Enfim, vivendo e aprendendo a jogar…simbora nós. É vida que segue. Paz & Bem.

  2. Comento sobre isto, que Gô disse não entender, e digo como é que entendo a frase: “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” para ver se ajuda.

    Todos sofremos por nossos amores;
    Por amor acreditamos em mudanças e temos outras crenças…
    Por amor esperamos mudanças;
    Por amor suportamos ausências, doenças, dores, angústias, … não violência física, psicológicas.

    Por exemplo, aqui na minha cidade, uma jovem casou-se com um moço, que tinha uma doença, jovem e impotente. Depois de alguns anos de casamento, ele a matou, porque, na cabeça dele, ela não era capaz de esperar pela cura, ele não suportou tudo por amor, não creu por amor, enquanto ela suportou todo o tempo, suportou toda a pressão.

    Na família aqui ao lado, uma moça, mesmo tendo sofrido as mais diversas formas de violência, insistiu até estar grávida. Agora, tem sofrido mais violência ainda.

    Tudo muito lamentável.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com