Havia convidado a Catarina do Pensando Alto para participar do Meme: Anuncie um blog, ela anunciou um site, apresentou o I used to believe…, “uma coleção online de várias gracinhas dos pequeninos e de adultos que resolvem confessar suas crenças infantis.”

Começou o post falando sobre o que acreditava e eu recordei-me de algumas coisas. Não me recordo ao certo qual idade eu tinha quando encafifei com o fato de como eu saberia se meus pais eram meus pais ou eram algum tipo de robô fingindo ser meus pais. Provavelmente assisti algum filme que tinha algo parecido e eu fiquei com isso na cabeça. O mais difícil era não falar para ninguém, pois podiam achar que era maluquice ou poderiam me enganar, imagina se eles fossem realmente os robôs?

Quando era mais nova ainda, devia ter uns 6 anos, época que começamos a aprender a escrever, lembro que tive a idéia de escrever em um papel os nomes dos meus pais e dos meus irmãos e tentava andar com ele sempre por perto, no bolso, na lancheira, pois caso eu morresse, se eu tivesse tempo de segurar o papel, mesmo se passassem anos até que um deles morresse, eu teria os nomes para reconhê-los no céu.

Sempre adorei séries e filmes estilo sessão da tarde, eu acreditava piamente que se eu morasse nos EUA, nas situações felizes, as pessoas iriam cantar ao meu redor, todos se uniriam … doce ilusão Hollywoodiana.

Acreditava que se eu dormisse com a porta do guarda-roupas aberta, um espírito poderia entrar no meu quarto e querer conversar comigo sobre a sua morte e sendo assim eu não dormia de forma alguma com a porta aberta.

Na época da novela, esqueci o nome, do Valpone, em uma festa na minha casa, todas as crianças apagaram as luzes do quarto e deram as mãos e começaram a repetir “queremos fazer contato com seres extra terrestre”, eu medrosa, quase tive um ataque do coração quando meu primo ligou um abajour que era a cabeça de um palhaço, até me dar conta do fato, pensei: “agora ferrou, a gente chamou e eles vieram”.

Acreditava que se um fio do meu cabelo encostasse em uma tomada, eu poderia morrer eletrocutada, que um dia eu seria amiga da Aretha e cantaríamos juntas Sopa de Jiló, se Deus via tudo, será que ele me via tomando banho?, se eu engolisse um caroço, uma árvore poderia nascer dentro de mim, que mãe de criança não morria…

Aos 30&Alguns vejo que quando eu era criança eu acreditava em tantas coisas, era tão bom, a descoberta do mundo, a imaginação fluindo, e você, acreditava em que quando era criança?

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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