Quando dá, o que é bem raro atualmente, tento dar uma olhada nos arquivos do blog, ver sobre o que escrevi e assim acabo relembrando o que vivi, como vivi e vi as histórias, o mundo, minha vida, o que se passava a minha volta em determinado momento.

Desde fevereiro de 2006 quando comecei a despejar nesse espaço minhas idéias, lamúrios, alegrias e muito mais, já morei em 4 lugares diferentes, estando no meu lar doce lar desde 2009, o que me deixa feliz por ter encontrado, pelo menos por algum tempo, um porto seguro, um local onde apesar de estar longe da maioria dos meus amigos, está perto de grande parte da família, ao mesmo tempo que em certos momentos me sinto MUITO longe da parte imprescindível da minha família: meus pais.

Diistância atualmente é algo relativo, enquanto em momentos posso sentir-me MUITO distante de meus pais,  que nem estão tão longe assim, nada que uma ponte aérea ou 6 horas de viagem, ou melhor ainda, um notebook e um skype não resolvam, me dou conta que durante anos, mais precisamente entre 2001 e 2006 estive longe de quase todos os meus amigos e familiares, sendo vizinha da minha irmã (um ponto a favor), e na época conseguir ver alguém via MSN era tudo de bom, já que a grande maioria dos amigos e parentes não tinham nem sequer uma webcam ou viviam conectados, os mais velhos mais antenados estavam apenas iniciando a usar o email.

O tempo voa e como voa … antigamente amava cachorros e tinha cachorros,  hoje apenas amo cachorros já que ambos morreram, mas me deram uma pequena prévia do que seria a vida de mãe, cuidados sem fim, horários de alimentação, desespero total quando não estavam bem, já que nunca nos anos todos que estiveram comigo conseguiram me dizer com palavras o que sentiam e agradeço que não o fizeram, sempre disse aos meus amigos que caso algum dos cachorros emitissem uma única palavra ou um som que pudesse ser entendido como uma palavra, eu seria a primeira a correr e nunca mais voltar, apesar de amá-los demais, mas ado-ado-ado-cada-um-no-seu-quadrado.

Desde que comecei a escrever aqui nesse espaço que me é tão estimado, já vivi como a grande família na volta dos Estates, depois morei um bom tempo com o meu núcleo de 3, maridão, cachorro e eu e quando achei que a foto de filme estaria no porta-retrato, estilo pai, mãe, criança feliz e o cãozinho best friend alí do lado, tudo mudou, não era para ser assim, o cãozinho best friend ficou conosco poucos meses e faleceu, já estava velhinho e no final é tudo como tem que ser, a vida nunca é como os contos de fada, faz parte do amadurecimento, do crescimento, do seguir em frente , da evolução, enfim c’est la vie.

E as músicas que hoje escuto, na sua grande maioria não são as que escutava, nunca ouvi tanto Melhor Amigo do Cão e a Raposa, como Cachorro Melhor Amigo da Galinha Pintadinha, Twinkle Twinkle Little Star e a top das paradas que faz qualquer problema desaparecer em um passe de mágica, Alecrim e tudo no final me leva ao começo, ou próximo ao meu começo quando meus pais escutavam lado A, lado B, lado A, lado B da fita cassete dos Saltimbancos.

E todo dia uma nova descoberta, tanto aqui com 30&Alguns como ali com 8 meses e alguns dias e logo mais serão 9 meses e só então terá ficado do lado de fora o tanto o quanto ficou do lado de dentro e esse texto é um monte de tudo junto com um bando de nada ou não, apenas sou eu nesse 30&Alguns momentos.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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