Reconhecimento facial é uma das habilidades, se não a mais, notável do sistema visual humano, afinal no geral os rostos são todos iguais, todos com dois olhos, um nariz, uma boca e todos compartilham a mesma estrutura, no entanto, achamos muito fácil distinguir e reconhecer centenas ou mesmo milhares de rostos com facilidade.
É mais fácil para as pessoas distinguirem com mais facilidade os rostos de pessoas da sua própria raça, em comparação com os de uma raça diferente.
Por exemplo, caucasianos acham muitos rostos asiáticos praticamente idênticos, com a mesma aparência, já os asiáticos acham que muitos rostos caucasianos têm a mesma aparência, assim como os adultos reconhecem os rostos de outros adultos co mais facilidade do que reconhecem os rostos de crianças.
Uma teoria para explicar essas formas de identificação de pessoas da própria raça ou da mesma faixa etária, depende do conceito de “tratamento holístico”, que é como o cérebro reconhece rostos. Em vez de analisar os componentes individuais, tais como os olhos, ouvidos, nariz e boca, separadamente, quando olhamos para um rosto tiramos uma fotografia dele.
No passado, os cientistas descobriram que reconhecemos melhor os rostos das pessoas quando o processamento holístico é mais forte para determinados tipos de de rosto. Assim, verificou-se que caucasianos têm forte processamento holístico para os rostos dos outros brancos em comparação com o rosto de asiáticos, e os adultos têm forte processamento holístico dos rostos de outros adultos do que para crianças.
Mas ainda não haviam verificado como isso se aplica às crianças. Cientistas do departamento de psicologia da Universidade Nacional da Austrália descobriram a razão pela qual as crianças são melhores do que os adultos na hora de distinguir os rostos de outras crianças.
Para isso testaram o processamento holístico de crianças entre 8 e 13 anos, em comparação à dos adultos com idades entre 22 e 65, para ver se ele foi mais forte para os rostos das outras crianças.
Para testar a transformação integral, eles mostraram aos participantes pares de faces experimentais “compostas”, em alguns dos casos, a parte superior das duas faces eram idênticas, em outros casos, elas eram diferentes. As metades inferiores dos rostos eram sempre de pessoas diferentes.
Os participantes foram convidados a olhar apenas a parte superior dos rostos e dizer se eram idênticos ou não.
Usando este teste, chamado a ilusão composto (ou efeito), eles descobriram que as crianças tinham o processamento holístico mais forte para identificar outras crianças do que os adultos.
Se as pessoas nascem com o processamento holístico ou não ainda não está definido, mas, a evidência sugere que é possível que o ambiente influence no desenvolvimento do processamento holístico . Tanto a memória de reconhecimento e processamento holístico são mais forte em relação ao tipo de rosto que o indivíduo interage mais no seu cotidiano.
Por exemplo, um asiático nascido em um país com maioria branca iria mostrar um forte processamento holístico para rostos asiáticos e caucasianos.
O fato de que as crianças passam tanto tempo com outras crianças nas escolas poderia ser a razão por trás da capacidade de processamento holístico dos rostos de outras crianças. Compreender mais sobre os processos cerebrais envolvidos no reconhecimento facial pode um dia ajudar as pessoas que que sofrem de prosopagnosia, são incapazes de identificar qualquer rosto, além de poder ajudar a desenvolver tecnologia de reconhecimento facial via computador.