De acordo com a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) 12% dos casos de gravidez conhecidas terminam em abordo espontâneo.
“Dar voz ao luto e apoio para mães e pais que passaram pela triste experiência de não trazerem seu filho para casa”. É assim que o casal Fabrício Gimenes e Rafaella Biasi, responsáveis pelo documentário O Segundo Sol, resumem o objetivo do trabalho. Depois de quase um ano de produção e gravações, o projeto lançado no ano passado, totalmente independente, narrativa com duração de 62 minutos conduzida por relatos de cinco famílias que vivenciaram a perda gestacional e neonatal, diálogos com profissionais da área da saúde e questionamentos sobre a vida, nascimento e, claro, a morte.
O documentário surgiu da própria experiência do casal: Fabrício, publicitário, e Rafaella, astróloga e modista, engravidaram no início de 2014 e perderam Miguel em 6 de novembro do mesmo ano, com 40 semanas de gestação. Fabricio revela que toda a dor vivida nesse processo mudou a forma de enxergar a vida.
Mais do que apoio, o trabalho oferece ainda material capaz de conscientizar as pessoas, familiares, amigos e profissionais, sobre a necessidade de ser empático neste momento de dor. O Segundo Sol tem grande preocupação em tratar de uma tema profundo e complexo com esperança.
O cuidado com a escolha do nome “O Segundo Sol”, um abrir da janela depois do período do luto para conseguir ver beleza nas coisas, no momento de luto tão acolhidos na dor que nem abrir a janela querem, e o dia pode estar muito bonito, mas as lentes estão em preto e branco. A luz é também uma analogia a iluminação do tema perda gestacional e neonatal. Tirar o tema da obscuridade e jogar essa luz através de histórias reais, de pessoas de carne e osso que assim como eu e Fabricio, também tem uma história de perda e amor para contar.
Assista o documentário abaixo: