Todos os anos cerca de 310.000 jovens entre 16-17 anos prestam exames em Twaiwan, que determinam se vão para escolas prestigiadas ou não e com isso em mente, em 2009 a National Taiwan Normal University em Taipei, conduziu um estudo com 779 alunos – 314 meninos e 465 meninas – de quatro escolas diferentes, pesquisando em cada aluno o gene COMT, que quebra a molécula de dopamina.
Os pesquisadores descobriram que os jovens com variações do gene COMT, que possuiam duas cópias da Met-158 tendiam a ter melhor memória e maior QI verbal do que aqueles que apresentaram uma ou duas cópias da variação Val-158, mas apesar do primeiro grupo possuir uma memória mais aguçada e um QI verbal maior do que o segundo grupo, os 60 alunos com duas cópias da variação Met-158 obtiveram um resultado muito pior do que os outros alunos – em especial aqueles com duas cópias do Val-158 – nas provas de ciência física e ciências sociais, além de terem também uma pontuação mais baixa nos exames de Matemática, Inglês, Chinês e redação.
Apesar do resultado surpreendente para alguns, segundo o pesquisador Chun-Yen Chang, o gene COMT – como muitos genes ativos no cérebro humano – desempenha um papel no comportamento que depende de outros genes e ambiente. A variação Met-158 além de afetar a memória e o QI verbal, em uma pesquisa anterior, também foi relacionada à doença mental, ansiedade e vulnerabilidade emocional, sendo assim em um contexto que envolve stress, como no caso dos exames prestados pelos alunos, faz sentido que os alunos com o alelo Met-158, tenham uma pior performance do que os demais alunos.
Segundo Jenny Barnett,psiquiatra da University of Cambridge, durante o exame,os benefícios cognitivos do Met-158 poderiam ter sido mascarados pelo aumento do stress associado também com a variação, ou ainda, que alternativamente, os resultados poderiam ser um acaso estatístico, resultante de uma pequena amostra, muito comum entre estes tipos de estudos, já que os efeitos genéticos sobre a cognição são tão pequenos que é necesário talvez milhares de pessoas para obter uma boa estimativa.
O próprio pesquisador, Chun-Yen Chang, ainda não sabe ao certo se os resultados encontrados por sua equipe pode ser aplicado a outros grupos, e especula que eles podem ser específicos indivíduos de países asiáticos, como Taiwan, Coréia do Sul e Japão.
Aos 30&Alguns uma coisa pelo menos parece ter ficado mais clara, que a ansiedade, um problema tão comum a tantos, parece ter uma raiz genética, e com o passar dos anos e com as pesquisas e estudos realizados, quem sabe em um futuro nem tão distante assim, desde cedo possa ser identificada e tratada evitando sofrimentos desnecessários.
fonte: New Scientist