por Juliana Mattozinho, gerente de marketing da Kaspersky

Estamos vivendo uma nova situação devido à pandemia e às medidas de isolamento social para combater o contágio. Esta situação tem exigido grandes mudanças em nossos hábitos: novas formas de fazer compras, de trabalhar, de acompanhar os estudos dos filhos, entre outros. É preciso flexibilidade para lidar com esses desafios impostos pelo fechamento de estabelecimentos e pelas restrições de circulação. Tais cuidados são necessários e, felizmente, temos a internet que passa a ser o pivô desta transformação, mantendo a rotina de trabalho, as compras online para o abastecimento da casa e, principalmente, a educação online e o entretenimento dos nossos filhos. Mas será que é só isso?

Pois bem, é importante falar em “universo da internet”, pois existe ali um mundo de coisas acontecendo, principalmente quando falamos de crianças e adolescentes. E ainda que, num primeiro olhar, possa parecer um lugar protegido de muitos dos perigos do mundo real, o universo virtual está cheio de ameaças e longe de ser um ambiente totalmente seguro, o que exige cuidados ao navegar por ele.

Quem são os amigos virtuais que os filhos estão fazendo? Será que os conteúdos que estão acessando são indicados considerando sua idade e maturidade? Como explicar para uma criança o que são golpes online? E nos jogos online, há alguma armadilha que eles devam estar cientes? Essas são algumas questões que passam pela cabeça dos pais neste momento de isolamento social e em que a educação escolar e a interação passaram a ser totalmente digital. E o principal desafio é como lidar com tudo isso sem restringir a liberdade e aproveitar as tantas coisas boas que a internet proporciona.

A Kaspersky, em parceria com a consultoria CORPA, ouviu cerca de 2.300 mães e pais de jovens até 18 anos, em seis países da América Latina – entre eles, o Brasil – e identificou que a grande maioria está ciente dos riscos da internet . Nesse contexto, destaco a conversa franca como um ponto fundamental e a recomendação de levar a discussão sobre a vida digital para dentro de seu lar, tornando-se uma referência positiva também em relação a isso.

Explique que os riscos virtuais existem e ensine as crianças a ter cautela – como, por exemplo, com aquilo que ela compartilha na internet. Explique que contar sobre a experiência vivida numa viagem no fim de semana é algo comum, mas que não se deve enviar a pessoas desconhecidas fotos daquele momento. Alerte sobre a existência de locais (sites) seguros e outros duvidosos e oriente-as sempre a pedir ajuda a um adulto para aprender a identificar essas diferenças. Ainda, abra portas para conversar sobre as situações vividas na internet, perguntando especialmente se houve alguma situação estranha ou que os fizeram sentir desconfortáveis ​​ou ameaçados, como assédio, bullying, mensagens de conteúdo obsceno ou aliciamento.

Falar sobre cibersegurança de uma forma leve e simples é um grande desafio para os pais (66,9%) . Pensando nisso, desenvolvemos um livro chamado “Kasper, Sky e o urso verde” para ajudar nesta educação digital das crianças por meio de uma história lúdica. A leitura infantil é, além de um momento agradável em família, uma ótima maneira de levar esse conhecimento a eles. Para quem tiver interesse, o livro está disponível gratuitamente para download .

Além da conversa, nós, pais, também tomamos outras medidas para lidar com a questão da segurança de nossos filhos e, de acordo com nossa pesquisa, a mais comum é estabelecer limite de tempo para navegação. Em segundo lugar, está a educação sobre cibercrimes, seguida da revisão do histórico de navegação. Já uma parcela pequena instala programas nos dispositivos dos filhos para manter a supervisão quando a criança navega por conta própria.

Todas essas medidas são valiosas para que as crianças tirem o melhor proveito da internet e, principalmente, mantenham sua rotina de estudos sem se preocupar com ciberameaças. Recentemente, tivemos um exemplo de como a segurança deve ser levada a sério. Em pleno isolamento social com as crianças se adaptando ao ensino à distância, foi descoberto uma vulnerabilidade relevante na plataforma de videoconferência que se tornou o xodó dos internautas, o Zoom.

Esta falha não intencional do programa permitia que cibercriminosos não apenas tivessem acesso a reuniões online, como também instalassem programas fraudulentos no equipamento do usuário. Para solucionar este problema, é necessário instalar as atualizações que a empresa está disponibilizando e ter atenção ao criar uma reunião para configurar corretamente a sala com uma senha e uma “sala de espera” – o que evitará a presença de intrusos. Sem falar que o uso de uma solução de segurança no dispositivo, principalmente celulares e tablets, é essencial para a proteção contra a instalação de códigos maliciosos.

Este exemplo mostra como a preocupação com a segurança familiar deve ser levada a sério e precisamos estar preparados para apoiar nossos filhos em relação a isso. O acesso seguro é, sem dúvida, uma das melhores prevenções.

E lembre-se, além de aumentar a segurança, ao proteger a experiência digital dos filhos, cuidar da segurança digital em casa também pode promover uma melhora no relacionamento familiar, estabelecendo diálogos mais abertos sobre temas importantes. Este período de isolamento social, é uma ótima oportunidade para reforçar isso, aproveite.

By redator

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