“A data foi reconhecida oficialmente pelas Nações Unidas (ONU) em 1999 e é uma homenagem às irmãs Mirabal, assassinadas a mando do ditador Trujillo, contra cujo governo na República Dominicana (1930-1961) haviam se rebelado.
Trata-se de umas das principais datas marcadas pela Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que inclui ainda 1º de dezembro (Dia Mundial de Combate à Aids), 6 de dezembro ( Massacre de Mulheres de Montreal) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).” – fonte Unesco

No dia 07.11, fui convidada para participar do evento do Lançamento Oficial da Rede de Blogs Mapfre Mulher, que ocorreu na Cozinha da Matilde em São Paulo e no final, recebi da Letícia Massula, dona do estabelecimento, distribuiu entre as participantes o material acima, que contêm 44 páginas e que ela, como advogada, participou da organização. O material explica detalhadamente a Campanha 16 dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres , realizada desde 1991, em 130 países e cujo slogan é “Uma vida sem violência é um direito das Mulheres!”.

Destaco algumas informações que encontrei e gostaria de compartilhar:

  • “Uma em cada quatro meninas sofrerá abuso sexual na infância ou na adolescência. E sabe-se hoje que a cada quatro adolescentes desaparecidos de casa, três são do sexo feminino, a maioria em fuga.” (Souza, 2000; Coletivo Feminino Plural, 2004)
  • “Sabe-se hoje que a exploração sexual de meninas é praticada em , pelo menos, 937 municípios brasileiros; e das cidades identificadas, 298 (31,8%) estão no Nordeste, 241 (25,7%) no Sudeste, 162 (17,3%) no Sul, 127 (13,6%) no Centro-Oeste e 109 (11,6%) no Norte”.
  • “Há um aumento de casos de mulheres jovens com HIV/Aids. Para cada adolescente homem (entre 14 e 19 anos), com Aids, já existem duas adolescentes infectadas”.(Ministério da Saúde)
  • “Os abortos praticados em condições precárias e complicações relacionadas ao parto constituem a principal causa de morte de jovens entre 15 e 19 anos de idade”. (Organização das nações Unidas)
  • “As mulheres jovens e afrodescendentes (de 15 a 25 anos), constituem a maioria das mulheres traficadas. As maiores de 18 anos são preferencialmente traficadas para outros países”. (Pesquisa Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, 2002)
  • “Além das condutas discriminatórias que atingem a população negra em geral, sobre as mulheres negras recaem estereótipos instituídos a partir das relações escravistas logo no início da História do Brasil. Desde a época em que o país ainda era uma colônia, as mulheres negras eram consideradas como objetos de uso sexual e, atualmente, têm sua imagem pejorativamente hipersexualizada nos meios de comunicação social”(ONG Maria Mulher)
  • “As meninas indígenas são recrutadas desde muito cedo para o trabalho doméstico e reduzidas à condição análoga a de escravas, e também para a exploração sexual e até o tráfico de drogas”. (Inbrapi)
  • “É bastante comum que jovens lésbicas sofram, em sua própria casa, espancamentos e outras agressões físicas, além de ofensas e desprezos, quando seus familiares descobrem sua orientação sexual … Não é raro ocorrer com lésbicas o “estupro corretivo”, quando homens (conhecidos ou não) forçam lésbicas a manter relação sexual, geralmente com muita violência para “ensina-las”o que é “correto”em tremos de sexualidade”.
  • “São diversas as formas de violência que as prostitutas sofrem cotidianamente. Começam pela linguagem adotada socialmente… Outra forma de violência vivenciada pelas prostitutas é a insistência da maioria dos especialistas, e também de alguns movimentos sociais, em dizer que elas são vítimas da sociedade e que nunca tiveram possibilidades de escolha profissional…A violência física quando ocorre, é apenas a parte visível de todas as agressões subjetivas que as prostitutas vivenciam em seu cotidiano”. (ONG Davida)
  • “A população prisional feminina do estado de SP é composta por mulheres jovens (77% têm menos de 35 anos), 53% delas são afro-descendentes, com baixo grau de escolaridade (84% não ultrapassaram o ensino fundamental/1ºgrau), com internações anteriores em instituições como a FEBEM (54%), histórico de violência conjugal (51%) e materniadade precoce (78% delas foram mães antes dos 21 anos)”. (Boletim do Dieese,2001)
  • “Das mulheres encarceradas, 82% têm filhos, e em apenas 20% dos casos os filhos estão com o pai, enquanto que 87% dos filhos de homens presos estão com as mães”. (Boletim Dieese, 2001)
  • “A prevalência do HIV?Aids dentro dos presídios femininos em SP está em torno de 18%, contra apenas 11% dos homens”. (Boletim Dieese, 2001)
  • “Do total de pessoas portadoras de deficiência no Brasil, 46% são mulheres, e como em outros segmentos, suportam um padrão específico de violência e discriminação por serem mulheres e deficientes. 1/3 das mulheres deficientes são analfabetas ou têm menos de 3 anos de estudo. Com relação mercado de trabalho, recebem menos que homens portadores de deficiência, que por sua vez, recebem menos que mulheres sem nenhuma deficiência”.(Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida)
  • “No início da epidemia da Aids, a proporção de pessoas contaminadas era de 1 mulher para cada 25 homens. Atualmente, esta proporção é de quase uma mulher para cada homem”.
  • “A cada 15 segundos, uma mulher é vítima de violência no Brasil e os principais agressores são maridos, namorados, companheiros ou ex”.
  • “A estimativa de caso de estupro no Brasil é de cerca de 100 mil casos por ano”.
  • “Segundo a Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC), as discriminações sofridas pelas mulheres ao longo da vida podem tornar a velhice feminina dolorosa, em especial nas camadas mais pobres da população”.
  • “As donas de casa pobres são duplamente violentadas, enfrentam a agressão física que machuca o corpo e a alma das mulheres, e as agressões psicológicas que também deixam suas marcas para toda a vida”.
  • “75% dos refugiados no mundo são mulheres e crianças. Este número tem aumentado devida às perseguições às mulheres, casamentos forçados, mutilações genitais, violência contra as mulheres e à utilização da violência sexual como arma de guerra”.
  • “Não existem dados específicos sobre situações de violência contra a mulher camponesa. A justificativa para tal ausência é a falta de recursos e pessoal qualificado na zona rural para este serviço”.
  • “A violência física e psicológica contra as trabalhadoras domésticas vem aumentando, sem que se tome as medidas no sentido de combater essa prática nociva a qualquer sociedade. A violência ocorre, principalmente no local de trabalho, e assume formas variadas: assédio moral e sexual, estupro, tortura psicológica, humilhações, agressões físicas e verbais, e também racismo”.
  • “Na esfera do trabalho (co)existem as diversas manifestações da violência contra as mulheres (violência física, sexual, psicológica, simbólica), algumas mais explicitas e visíveis, e outras onde nosso olhar moldado por uma cultura patriarcal, sexista, homofóbica e racista não consegue visualizar”.

Aos 30&Alguns, hoje no Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres, passe essas informações adiante, vamos conscientizar o próximo sobre a situação da mulher brasileira, assim, quem sabe, as pessoas possam mudar suas atitudes, até mesmo o seu silêncio diante de uma situação de violência com alguma mulher conhecida.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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