Na infância o núcleo familiar me parecia algo tão seguro, meu pai sabia tudo, era o máximo, minha mãe era a melhor mãe do mundo, meu irmão mais velho era meu ídolo, a única que não se enquadrava muito bem nesse quadro era a minha irmã mais nova, mas por razões óbvias, eu fui a caçula até os 3 anos de idade e de repente chegou ela para acabar com o meu reinado.

Na adolescência a visão de família se modificou por completo, os meus heróis, nessa fase, pareciam mais os meus inimigos (logicamente dentro da minha percepção de aborrecente que tudo sabe e tudo pode), meu irmão era um chato, minha irmã uma pentelha, que queria ir nos mesmos lugares que eu , usar minhas coisas e para mim não passava de uma pirralha.

Na vida de jovem adulta, outra visão diferenciada de todos que faziam parte da minha família, meus irmãos se tornaram meus amigos, era comum nós três irmos juntos viajar com amigos, irmos para festas, nossos amigos todos se conheciam, os amigos deles eram os meus amigos e vice-versa, algo difícil de acontecer na maioria das casas. Meus pais se tornaram meus amigos, minha mãe em particular a melhor mãe e amiga que alguém pode ter.

Na vida adulta, agora casada, vejo um novo núcleo familiar se formando com meu marido, amigo e companheiro, quem sabe daqui um ano ou dois seremos 3, depois 4 , quem sabe 5 ou 6 e sei que no início seremos os heróis de nossos filhos, depois seremos os chatos que estão no mundo simplesmente para atazaná-los e espero um dia que eles nos vejam como seus amigos, aqueles que os amam e sempre amarão incondicionalmente, o amor maior do mundo, onde nada se espera em troca.

Aos jovens casais eu recomendo sempre que olhem para seus parceiros como o seu novo e futuro e eterno núcleo familiar, talvez por não verem assim uns aos outros é que tantos casamentos se desfazem tão rápido.

Amem as suas famílias…. isso é algo que a gente realmente da valor total, geralmente por volta dos 30, aos 30 ou aos 30 e alguns…

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

4 thoughts on “Meu núcleo familiar e eu”
  1. COMENTÁRIO TRANSFERIDOS DO ANTIGO 30&ALGUNS QUE ESTAVA HOSPEDADO NO BLOGSPOT:

    Vinha disse…

    Sabe, eu percebi logo de cara que era você que tinha escrito o comentário no meu blog, quase respondi colocando o seu nome, mas de repente achei que você podia não querer que seu nome aparecesse.

    Muito bonito isso que você escreveu aqui, eu concordo plenamente. Acho também que muitos casais de hoje em dia não conseguem ver a sua nova familia se formando porque se casam por motivos diferentes de querer formar uma nova família ou de ter um parceiro pra te ajudar a alcançar seus sonhos ao longo da vida.
    Vejo muita gente que se casa pra prestar conta pra família ou sociedade, muita gente que casa só porque engravidou, porque quer economizar no aluguel, porque quer usar vestido de noiva e até gente que casa porque está com dinheiro sobrando ou porque chegou a idade. Enfim, por qualquer motivo momentâneo.
    O que casa porque os amigos casaram é o que mais me dá peninha…
    O pior é que quando falo pra essas pessoas que todo o ponto de você ser casada é que o seu marido/mulher vai te ajudar a construir os seus sonhos (e você os dele) e que então é mais importante que vocês tenham sonhos parecidos para querer ir pro mesmo lugar do que façam coisas do mesmo jeito pra alcançar os sonhos fatalmente se distanciando ao longo do caminho, elas acham que eu sou uma anti-romântica, interesseira e sei lá até se pensam que eu não amo meu marido.

    Mas eu não acho que o amor é o inicio de tudo, acho que ele é o resultado.
    Eu acho que TODAS as relações são baseadas em trocas de interesses (inclusive entre pais e filhos), não interesses materiais, mas afetivos, de admiração, de conforto e etc… e o amor é a constatação de que essa troca é essencial para a sua vida. Quanto mais importante e essencial é a troca, maior é o amor pela pessoa.

    Por exemplo (óbviamente o mais cru e ridiculo possível) você admira seu pai, ele é um herói e você sabe que ele vai te proteger e não vai deixar nada de ruim acontecer com você, em troca deste conforto, você dá a perpetuação do sangue dele, o atestado de quanto ele é foda, tanto por conseguir te proteger quanto por ter criado algo tão maravilhos para o mundo. Daí você não troca esse sentimento de segurança por nada nem ele o atestado do valor dele, até porque você também tem a ganhar dando mais pra ele e vice versa (quanto mais segurança ele te der, mas coisa você faz, e quanto mais coisa você faz, é melhor pra você também, e mais foda ele parece, todo mundo sai ganhando) então como a troca é valiosa e ele não perde nada te protegendo nem você admirando ele (pelo contrário, quanto mais vocês derem pra um o outro vai responder equivalentemente) ela é sentida em forma de amor.
    Na verdade o amor que você sente é pelo que você ganha em relação ao que voce tem que dar em troca.
    Só que o amor não deixa de ser mais nobre por isso, pelo contrario, uma vez que você sabe de onde o amor vem, ele fica muito mais fácil de gerenciar, sem cobranças desnecessárias nem frustrações.

    Desculpe, escrevi demais e nem sei se conseguir explicar meu ponto de vista (que sei que é polemico)aqui.

    O que eu queria dizer é que talvez nós, por termos vivido numa familia “bem familia” temos mais facilidade para reconhecer o valor que a união tem.

    Beijos Vinha

    Ah, e para os que ficaram na dúvida, eu amo meu marido, minha família e meus amigos. Todas as minhas relações são um troca-troca generalizado hehehe! E por isso tenho muito amor no coração.
    Sexta-feira, 24 Fevereiro, 2006

    Vinha disse…

    Ah, e um conselho, se querem um casamento que dure, escolham um parceiros que realize uma troca essencial para toda a sua vida e não para um desejo momentâneo.
    Cavem fundo dentro da alma de vocês e vejam o que está faltando, quem não puder preencher esta falta deve ser eliminado de cara e entre os que preenchem, escolha aquele que precise de alguma coisa que seja prescindível pra você.
    Sexta-feira, 24 Fevereiro, 2006

    andrea (prima da laura!!) disse…

    ola veri!
    tenho acompanhando seu novo blog e tb as fotos do fotolog e to adorando. beijos,
    Sexta-feira, 24 Fevereiro, 2006

    Flavia Albert disse…

    Oi, Veri
    Arrumou uma forma bem legal de deixar todos a par dos acontecimentos e pensamentos, hein??
    Virei sempre dar uma olhadinha.
    Mil Beijos.
    Sexta-feira, 24 Fevereiro, 2006

    Rosa Maria disse…

    Olá Veri,
    Já passei dos trinta e alguns.Estou nos entas e muitos.
    Os valores vão mudando com o tempo. Faz parte do nosso dia-a-dia, do nosso aprendizado da vida.
    Posso lhe dizeré que a maturidade me fez gostar muito mais de mim. Me sinto muito melhor que antes.
    Aprendi a me amar como sou. Nada narciso. Simplesmente me aceito.
    Com isso, me sinto feliz e faço os meus tb muito felizes.
    Parabéns pelo blog. depois visite o meu. http://spaces.msn.com/members/delfuego7
    Sexta-feira, 24 Fevereiro, 2006

    Veridiana Serpa disse…

    Vinha concordo com vc em tudo, inclusive que talvez por termos uma família “bem família” nossa visão em relação a família e casamento é bem diferente do que a maioria das pessoas acreditem hoje em dia, pra mim nunca houve a opção juntar, porque geralmente está ligada a frase”se não der certo é mais fácil”, se for para ser assim, não é para ser família…

    Andréa e Flávia fico feliz que vcs tenham visitado o meu blog e que tenham gostado e participado, continuem me visitando…

    Rosa Maria adorei o que vc escreveu, e acho que é bem por aí com o tempo aprendemos a amar mais quem somos, como somos, sem narcisismo, simplesmente nos aceitando…
    Sábado, 25 Fevereiro, 2006

  2. Postagem Coletiva “Faça uma Declaração de Amor a alguém” | 30 & Alguns diz:

    […] escrever um texto dizendo o quanto eu o amo, mas isso ele já sabe, e já escrevi aqui, aqui, aqui e aqui, resolvi fazer algo bem típico das mulheres, vou postar a nossa […]

  3. […] Acabei preferindo a minha família no geral, onde até o dia de hoje, houve apenas uma separação, mas isso também acho que tem muito haver com um texto que escrevi a quase dois anos atrás – Meu núcleo familiar e eu. […]

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