A funcionária da empresa de contabilidade que minha mãe utiliza, ligou para ela querendo saber se havia sido pago o honorário do mês de agosto.

minha mãe – sim, já paguei e já enviei o comprovante

funcionária – ah então tá bom amiga

minha mãe – em todo caso, vou dar uma olhada e retorno a ligação

– tá ótimo Dê

Minha mãe retornou a ligação

funcionária – fala Dê

minha mãe –  verifiquei aqui e já enviei

funcionária – ah então tá ótimo amiga

Aos 30&Alguns eu fico pensando que tipo de intimidade é essa com uma pessoa que ela nem conhece? Ainda bem que era a minha mãe, porque conheço pessoas que não iriam gostar nenhum pouco desse tipo de tratamento se tratando de negócios e ainda mais sem conhecer a pessoa. No atendimento no Brasil, a gente vê cada uma…

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

11 thoughts on “Atendimento: é para rir ou o quê?”
  1. Eu por exemplo, não aceitaria esse tipo de tratamento pouco profissional…
    Uma das piores coisas que acho quando ligo para o Brasil ou até quando lá estou, me atendem: “Quem deseja”? e eu fico furiosa e repito Quem deseja o quê? ou quem? .. não ficaria bem melhor se ao atender dissesse o seu nome ou o lugar de onde fala e quem está telefonando, diria também seu nome e com quem deseja falar??… reconheço que é “malhar em ferro frio”… cansei.
    bs.

  2. Nenhum de vocês poderia ser cliente da PortoFácil, então.

    Um dos motivos pelos quais eu quis ter uma empresa foi justamente para poder mudar a realidade que eu acho imbecil de tratarem as pessoas como se fossem números. Trabalhei num lugar em que eu era tratado por 467, que era o número do meu crachá. Ninguém merece isso, muito menos seres humanos.

    Na PortoFácil todo mundo é meu amigo. Se não puder ser meu amigo, se eu não puder tratar com intimidade, se eu não puder fazer uma piada (muitas vezes necessária para quebrar algum clima de tensão), não puder chamar a pessoa por um apelido carinhoso (pergunte pra Dê — Denise —, pra Gabi — Gabriela —, pras Lus — Luciana e Lúcia — ou pra Lici — Liciane —, só pra citar algumas clientes mulheres (são 14 clientes homens para cada cliente mulher na PortoFácil) quando foi que a gente conversou sem ser num tom absolutamente informal.

    Isso não tira o meu profissionalismo, não me diminui como profissional, nem afeta a minha empresa. Mas como não sou nota de 100 Euros pra agradar todo mundo, é bem provável que muita gente prefira ser tratada como um número por um atendente robótico. Esses, com certeza, não serão meus clientes.

    Tá, eu sei que tem que haver diferenças de contexto entre o caso da sua mãe com sua empresa de contabilidade, e os meus amigos que calham de pagar mensalidade por um serviço que eu presto.

    Mas toda generalização é burra, inclusive esta que eu acabo de fazer.

  3. Vou meter minha colher de pau também…

    Minha formação é contabilidade e minha família tem escritórios desde a década de 70.
    Esse tratamento com clientes em escritório de contabilidade, é normal. Interessante como se consegue essa intimidade.
    Afinal, lidamos com dados sigilosos da pessoa, fazemos seu Imposto de Renda e perguntamos coisas de seu patrimônio, coisas de sua família… Sabemos até do último tratamento dentário da caçula.
    Talvez por isso seja criado um elo assim, de intimidade.
    Acho normal que está de fora, estranhar. Mas para quem é do meio, é normal.
    Até me deu saudades dos tempos de escritório…

  4. O debate é interessane, Veridiana. No escritório de contabilidade que usamos, sou tratado como…Júnior, veja você! E chamo as contadoras de Aninha, Verinha e outros inhas!
    No caso, com bem comentou o Sérgio, esse pessoal e a Receita Federal sabem tudo da minha vida. A gente acaba se acostumando e tomando intimidade mesmo. E é até saudável, nesse tipo de relação.

    Agora, se alguma empresa de telefonia, banco ou cartão de crédito vier com algum “inho”, desligo na hora! Aí não tem graça nenhuma!!!

    Um beijão e ótimo fim de semana.

  5. Janio Sarmento » eu tenho clientes também, e tem aqueles que chamo de Rafa, de Xande, mas tem outros que eu não tenho intimidade para isso, acho que tem casos e casos, a primeira vez que o cliente chega até mim, se eu não conhecer não vou chamar por exemplo Eduardo de Dudu, da mesma forma que acho extremamente estranho quando pessoas que não me conhecem, nunca me viram, perguntam o meu nome e quando eu respondo, logo em seguida me chama de Veri, como disse tem casos e casose lógico que se fosse sua cliente não iria me incomodar nenhum pouco se você me chamasse de Veri, muito pelo contrário, depois que conheço a pessoa acho estranhíssimo quando me chamam pelo nome ao invés do apelido, vai entender 😉

  6. Sergio Grigoletto » eu até entendo, mas na primeira vez que você fala com a pessoa já dá um apelido? 🙂

  7. Eu… concordo com todo mundo. (rs)

    Mas antes de ser acusado de ficar em cima do muro, esclareço minha opinião:

    Realmente há casos e casos.

    O tratamento robótico é horrível e impessoal demais e jamais significa respeito. Muito pelo contrário. Quando você atende alguém “no automático”; é porque você não está “nem aí” e faz o básico.

    Médico, advogado,contador e alguns profissionais não devem mesmo ter um tratamento formal. Até porque, você pode pensar que não; mas eles SABEM TUDO de você muito bem. E, mesmo que você os veja muito raramente, a intimidade é óbvia.

    Quanto ao pessoal que diz “Quem deseja” aqui no Brasil. Amigo ou amiga (não consegui ler o me porque o contraste e a letrinha miúda não deixaram (não é uma crítica, é que eu sou cego mesmo e estou sem os óculos de leitura (rs)).

    Só tenho um conselho: Não venha para o Brasil. Afinal, se você morasse por aqui e vivesse numa guerra urbana, saberia que ninguém pode ir confirmando dados impunemente ao telefone (se for residencial). E em casos de empresas que atuam assim, não é informalismo. É falta de treinamento mesmo porque o patrão é um incompetente.

    Sou cliente do Janio, nunca o vi e sequer conversei com ele por telefone. Mas a competência e o pronto atendimento (que é o que reflete o profissionalismo MESMO) vale mil apelidos e até chamar o pai de careca e a mão de cabeluda.

    Já fui atendido e chamado até de doutor. Mas não tive meu problema solucionado. Em que o formalismo me fez bem? Em absolutamente nada.

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