O ciclo hormonal feminino é um dos fatores que podem influenciar sobre o desejo sexual e o prazer, diferente dos homens, que produzem testosterona, fundamental para o desenvolvimento dos tecidos reprodutores, como os testículos e próstata, e no desenvolvimento de características sexuais secundárias, como o aumento da massa muscular, massa óssea e o crescimento de pelos no corpo e o hormônio da libido masculina, ininterruptamente a partir da puberdade, a mulher só produz estrogênio, o hormônio estimulante da libido feminina, durante metade do ciclo.
O estrogênio é o hormônio cuja ação está relacionada com o controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas e em um ciclo de 21 a 35 dias, com média de 28 dias, é liberado pelo organismo feminino durante 14 dias após o primeiro dia de menstruação.
Durante este período, diversas mudanças ocorrem no corpo feminino, e tudo isso graças aos hormônios do ciclo menstrual. Os hormônios são produzidos em partes diferentes do corpo. A progesterona e o estrogênio, por exemplo, são produzidos nos ovários e apesar de não haver estudos científicos que comprovem , ginecologistas observam que a progesterona deixa as mulheres indiferentes em relação ao desejo, é conhecida sua associação com as flutuações de humor e algumas mulheres são mais suscetíveis do que outras à ação desse hormônio, resultando no desinteresse sexual que muitas apresentam na segunda metade do ciclo. Os distúrbios hormonais do ciclo prejudicam o prazer sexual, uma vez que produzem uma série de efeitos como transtorno de humor, cólicas terríveis, dores, enxaquecas, enfim, mal estar generalizado.
Durante a infância esses hormônios são inibidos, tendo sua produção iniciada durante a puberdade, sendo responsável pelo aparecimento das características sexuais secundária, tais como surgimento de pelos pelo corpo, desenvolvimento da cintura pélvica (quadril), desenvolvimento dos seios, início do ciclo menstrual e ovogênese (processo biológico de formação das células reprodutoras femininas).
Geralmente entre os 45 a 55 anos, varia de mulher para mulher, ocorre a menopausa, com calores, alterações hormonais e um longo período de questões emocionais começam a surgir, e essa acaba sendo uma fase conturbada para a mulher, especialmente por conta das alterações hormonais.
Por diversas razões, o balanço hormonal pode estar alterado, levando a repercussões no dia-a-dia da mulher. Durante a Tensão Pré-Menstrual (TPM), há uma elevação do hormônio progesterona, que provoca retenção de líquidos, sensação que se dá, sobretudo, nos seios e no abdômen, além de provocar diversos sintomas emocionais (irritação, nervosismo, tristeza, dentre outros).
A queda da progesterona, que resulta no início do fluxo menstrual, faz com que a eliminação de toxinas pela urina e o equilíbrio de líquidos no corpo voltem ao normal, a ovulação obedece a um ciclo hormonal, toda e qualquer alteração ou oscilação pode levar a um determinado quadro clínico, que dependendo poderá ser corrigido com o uso de algumas medicações hormonais, levando ao bem-estar físico e emocional.
O ideal é manter os níveis hormonais constantes e o uso de pílula anticoncepcional, por exemplo, tende a corrigir estes fatores.
Segundo o ginecologista e obstetra Malcolm Montgomery, a suspensão da menstruação pode ser utilizada por todas as mulheres, sendo evitado naquelas que o uso de hormônio não é aconselhado, e a mulher que apresentar um desconforto relacionado ao período menstrual deve procurar seu ginecologista e avaliar qual a terapia ideal, adaptada à sua realidade já que não há um tratamento único para todas.
O uso de um implante com um hormônio só, que não passa pelo fígado, tem sido utilizado, coloca-se por debaixo da pele e suspende a menstruação por dois meses, seis meses ou três anos garantindo que não se trata de interromper um processo natural e sim de prevenir doenças como a endometriose, maior causa de infertilidade nas mulheres, dessa forma acabando com a menstruação, elimina-se a TPM, as cólicas e os riscos de doenças como a endometriose.
O endométrio, camada de tecido composto por glândulas e estroma, recobre internamente a cavidade do útero, sendo responsável pela menstruação quando descama ao final de um ciclo menstrual. A Endometriose é uma doença caracterizada pela existência de endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina, fora do útero, ou seja, em qualquer outro lugar do corpo.
- Cólica menstrual (presente em 90-95% dos casos)
- Dor profunda na vagina ou na pelve durante relação sexual
- Dor pélvica contínua não relacionada a menstruação
- Obstipação intestinal ou diarréia no período menstrual
- Dor para evacuar
- Sangramento nas fezes
- Dor para urinar
- Sangramento na urina
- Infertilidade
Mulheres com sintomas sugestivos de endometriose (cólica menstrual forte, dor na relação sexual, infertilidade, dor ao defecar ou ao urinar e sangramento na urina ou nas fezes) devem consultar com um ginecologista para avaliar a possibilidade da endometriose com história clínica e exame físico e solicitar os exames necessários para complementar o diagnóstico. A confirmação da doença é feita com a videolaparoscopia com visualização das lesões e com a biópsia mostrando endométrio nas lesões retiradas.
A endometriose é considerada uma doença crônica, portanto, sem cura definitiva, porém os tratamentos com cirurgia ou medicamentos específicos podem permitir uma melhor qualidade de vida e alguns estudos mostram que cirurgias com exerese minuciosa de todas as lesões visíveis podem diminuir ou retardar a recorrência das lesões e dos sintomas de endometriose.