Endocrinologista pediátrica de Goiânia explica tratamento que auxilia no desenvolvimento da altura
O homem brasileiro tem, em média, 1,73m, e a mulher, 1,60m. Ambos registraram o mesmo crescimento desde 1914: 8,6cm de acordo com pesquisa publicada na revista científica eLife em 2016, que mapeou tendências de crescimento em 187 países entre 1914 e 2014. Para homens, o Brasil é o 68º colocado em altura entre os países analisados, a mulher brasileira alcançou a 71ª posição. Sabendo ou não dessa estatística, muitos pais se preocupam com o crescimento dos filhos e ficam atentos quando o desenvolvimento parece não estar indo bem.
A endocrinologista infantil Lara Barros, da Bela Infância Clínica Pediatra, afirma que nem sempre a criança atingirá a estatura média da população e, mesmo assim, poderá estar dentro da normalidade. Mais importante do que observar a altura dela é determinar se o ritmo de crescimento está normal e se não existem doenças associadas. Ela explica que até os dois anos de idade os principais fatores que determinam o crescimento são nutricionais e o estado geral de saúde.
A partir dos dois anos, a estatura dos pais, ou seja, a herança genética, começa a ter papel fundamental no crescimento, sendo responsável por até 80% da estatura final do indivíduo. Outros fatores podem prejudicar, como a puberdade precoce e deficiências hormonais, como do hormônio da tireoide ou do hormônio de crescimento, conhecido como GH (Growth Hormone).
Quando suspeitar que a criança não está crescendo bem?
De acordo com Lara Barros, o acompanhamento com o pediatra é a melhor forma de detectar precocemente problemas de crescimento. O pediatra utiliza curvas padronizadas de crescimento para saber se o ritmo da criança está normal. “Caso o pediatra observe uma baixa velocidade de crescimento uma investigação detalhada deve ser realizada”, diz.
A especialista alerta que a comparação feita pelos pais, entre crianças da mesma idade não é um bom parâmetro: “Crianças da mesma idade cronológica podem estar em fases diferentes da puberdade, terem idades ósseas diferentes, além de estatura alvo familiar diferentes, por isso, terão estaturas diferentes sem, necessariamente, ser um problema de saúde”.
Quando o tratamento é imprescindível?
Após detectar a baixa estatura, o médico deve estabelecer qual foi a causa para iniciar o tratamento específico. Em algumas situações, o uso do hormônio de crescimento pode ser necessário. “A deficiência do hormônio de crescimento é a indicação clássica para a reposição medicamentosa. Porém, existem outras indicações como algumas síndromes, Síndrome de Turner e de Prader Willi, doença crônica (principalmente a doença renal crônica) e a baixa estatura idiopática (sem causa definida)”, explica a endocrinologista.
Em relação a idade, a médica afirma que não existe uma idade mínima para o início do tratamento com o GH, este dependerá do grau da baixa estatura e do diagnóstico. “Casos de baixa estatura grave ou de deficiência do hormônio de crescimento devem iniciar o tratamento o mais precoce possível, pois assim a resposta será melhor”. O tratamento deve ser interrompido quando a idade óssea atingir 14 anos nas meninas e 16 anos nos meninos, pois a partir daí o crescimento longitudinal já não é mais satisfatório, ressalta a médica.
Acompanhamento regular com pediatra é fundamental para detectar se criança possui um bom crescimento