Você procura saber a origem do alimento que compra e leva para casa para se alimentar e alimentar a sua família?
Alguns anos atrás essa preocupação não atingia a maioria dos consumidores, que ficavam satisfeitos sabendo apenas o país de origem do produto comprado, mas não se preocupavam em saber em qual área daquele país o produto havia sido cultivado,etc, até que nos últimos anos começamos a ver e a ler nos noticiários casos de doenças relacionadas ao consumo de alimentos, doenças como salmonela, E.coli, problemas em fórmulas de alimentos para bebês e até mesmo em ração para cachorros.
Atualmente a maioria dos fabricantes de produtos no mundo, utilizam o código de barras ou chips de RFID para rastrearem seus produtos, mas qualquer um de nós, podemos tentar buscar informações online sobre muitas empresas.
Em Barcelona (Espanha), a empresa FoodReg desenvolve softwares para rastrear o alimento e muitos fazendeiros e agricultores que tem noção da necessidade cada vez maior de ter uma transparência a respeito da fonte do alimento que vende, tem utilizado o serviço.
Sistema de rastreamento como esse facilitam o cálculo da distância que o alimento percorre para alcançar as prateleiras, permitindo assim que os consumidores mais ecológicos, calculem, por exemplo, a quantidade de emissão de gás de efeito estufa que foi lançado pelo transporte desse alimento.
Segundo matéria da New Scientist, Simon Kelly do Instituto de Pesquisa de Alimento em Norwich (Reino Unido), e seus colegas usam análise de isótopo de frango para verificar onde e como as aves foram cultivadas. A relação de isótopos de carbono mostra a quantidade de milho que as aves foram alimentadas comparada a outros grãos, enquanto isótopos de hidrogênio revelam a quantia de chuva que ocorreu no local onde estavam sendo criadas. Com a combinação do resultado destes e outros isótopos os pesquisadores conseguem identificar aves Européias e distinguí-las das aves cultivadas na Ásia ou na América do Sul, além de identificar (85%) a origem de 21 locais na Europa.
O blog Fair Tracing Project, uma iniciativa online que tem como objetivo publicar como os fazendeiros em países do terceiro mundo são tratados pelas empresas multinacionais que vendem os mesmos produtos, é uma ferramente onde os fazendeiros utilizando seus celulares podem tirar fotos ou filmar vídeos e carregar online e assim mostrarem para o mundo a situação real do local onde vivem. O vinho chileno e o café indiano já foram diagramados pelo projeto.
Nos EUA, já há vários aplicativos para celulares, como o Good Guide, que possibilitam o consumidor verificar as origens de certos alimentos, que classifica os produtos de acordo com o ambiente, saúde e medidas sociais, já o aplicativo Locavore, que utiliza um sistema de GPS do iPhone para detectar onde o consumidor está e então exibe uma lista com os alimentos locais que estão na estação e os fazendeiros mais próximos do mercado.
E aqui no Brasil, o que é feito? Como é o comportamento dos consumidores?
O consumo de produtos orgânicos tem crescido aos poucos, esses produtos agrícolas são cultivados sem defensivos químicos, o problema que o consumidor encontra é a diferença no preço entre um orgânico e o que a maioria está acostumado a consumir e em um país onde o salário mínimo não atinge nem R$500, para a maior parte da população o consumo desses produtos se torna um luxo que não podem sustentar.
Parece que estamos atrasados, mas estamos caminhando, pois em um mercado globalizado quem não se moderniza e acompanha a evolução acaba perdendo oportunidades e é pensando nisso que algumas iniciativas interessantes já apareceram.
A Tetra Pak, fabricante de embalagens longa vida, anunciou esse mês o “Rastreabilidade Ativa Tetra Pak“, um sistema que permite ao consumidor final ter acesso a informações do produto comercializado em embalagens da companhia.
No sul do país, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) criou o certificado “Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional” que é um Selo de Identificação de Procedência, ou seja, “é um conceito que associa produtos e serviços a um determinado padrão de qualidade, característico de uma região específica”.
Na Bahia ocorre a Produção Integrada de Frutas (PIF), “um sistema moderno de produção onde “os produtos são certificados por empresas que realizam auditorias nas propriedades que aderem ao sistema e o selo tem a chancela oficial do Mapa e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).”
No Safra News, li a informação que as redes de supermercado “Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart suspenderam a compra de carnes de 11 frigoríficos, apontados pelo MPF (Ministério Público Federal) do Pará como comercializadores de gado criado em área de devastação da Amazônia.”
Creio que ainda temos um caminho longo a trilhar em rumo a maiores informações nos alimentos que compramos e aos 30&Alguns sugiro alguns links e pergunto: você costuma se informar sobre a procedência do alimento que compra?
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