Dia 01 de outubro, é o Dia Internacional do Idoso, instituído em 1991 pela ONU – Organização das Nações Unidas, aproveitamos a data para compartilhar informações passadas pela médica otorrinolaringologista, Dra. Jeanne Oiticica, especialista em Otoneurologia, que trata zumbido, tontura e surdez, sobre as causas, diagnóstico e tratamento do zumbido de ouvidos em idosos.
Em uma pesquisa de campo realizada com entrevistas em domicílio com cerca de 2000 habitantes da cidade de São Paulo a prevalência de zumbido na população foi de 22%, este valor salta para 36% quando analisado o percentual entre aqueles com mais de 65 anos de idade, ou seja, idosos tem 1,6 vezes mais chances de apresentarem zumbido.
A idade está habitualmente associada a um desgaste natural do corpo e dos sistemas, e a audição não fica de fora, o envelhecimento está acompanhado de uma série de comorbidades, incluindo diabetes, pressão alta, apneia do sono, colesterol alto, entre outras, que interferem direta ou indiretamente no funcionamento do ouvido. Somado a isto, este percentual tem apresentado tendência ao crescimento nos últimos anos tendo em vista o aumento da exposição ambiental a ruídos e a longevidade da população.
Alguns sinais antecedem o problema do zumbido nessa fase, a perda auditiva, tontura, sensação de ouvido tampado são sintomas comumente associados ao zumbido, e que podem anteceder o aparecimento do mesmo. Neste caso é sempre importante procurar a opinião de um Otorrinolaringologista. Algumas vezes, o problema é simples e pode ser resolvido no próprio consultório, como no caso de uma rolha de cera. Outras vezes exames adicionais são necessários para esclarecer o quadro clínico.
O diagnóstico envolve uma boa história clínica e exame físico adequado. Algumas vezes exames complementares seão necessários, incluindo audiometria (teste feito em uma cabine acusticamente tratada para evitar os sons ambientais externos), exames de sangue, exames de imagem.
O tratamento para esse tipo de problema é customizado caso a caso, depende da origem do problema. Às vezes, o zumbido pode sofrer influência muscular (músculos da cabeça e pescoço) e nestes casos algumas sessões de fisioterapia são suficientes para amenizar o sintoma. Outras vezes o fator desencadeante pode estar na dieta, na privação de sono e o tratamento é direcionado para a correção destes. Em alguns casos o maior problema é a dificuldade em escutar, isto muitas vezes pode incomodar até mais que o próprio zumbido. Nestes casos os aparelhos auditivos de amplificação sonora são fundamentais para o alívio do zumbido, pois audição e zumbido andam juntos e muito atrelados um ao outro.
Insônia, confusão mental, irritabilidade, estresse, ansiedade, tristeza, depressão, dificuldade de entender o que os outros falam, dificuldade em se comunicar, isolamento social, desconfiança, dificuldade de interagir com familiares e entes próximos, incompreensão, choro, falta de ânimo, descrença, desesperança estão entre as queixas associadas mais observadas.