O que as mulheres precisam saber sobre os principais hormônios femininos e suas funções
Os hormônios femininos desempenham um papel crucial na saúde e no bem-estar das mulheres, influenciando uma variedade de processos fisiológicos e psicológicos. Para se ter uma ideia, os hormônios atuam na saúde sexual, óssea, cardiovascular, na saúde da pele, na função cognitiva e saúde mental, dentre outras. Isso mostra como é necessário manter o equilíbrio hormonal para evitar impactos negativos no bem-estar e na rotina.
A produção de hormônios naturalmente diminui com o avançar da idade ou pode sofrer a influência de hábitos de vida não saudáveis ou por uma doença específica. Nestes casos, a reposição desses hormônios se faz necessária para reestabelecer a saúde e a qualidade de vida da mulher. Por este motivo, a doutora em Engenharia Biomédica Izabelle Gindri, cientista, farmacêutica, cofundadora e CEO da bio meds Brasil, esclarece algumas dúvidas sobre a importância dos hormônios na saúde da mulher.
Qual é a importância dos hormônios para o organismo feminino?
Hormônios são substâncias química mensageiras produzidas por determinadas glândulas para exercer diversas funções.Eles circulam por todo o corpo, e se ligam a receptores específicos contidos nas células dos tecidos-alvo. “É a chave certa para uma determinada fechadura, que irá iniciar uma serie de outras reações para uma finalidade específica. Ao se ligar ao receptor da célula, o hormônio pode estimular ou inibir a produção de uma proteína, por exemplo. É o caso de o estrogênio estimular a síntese de colágeno na pele”.
Principais hormônios produzidos nas mulheres
· Estradiol
O estradiol é o hormônio mais potente da classe dos estrogênios. Esse hormônio é produzido nas mulheres principalmente pelos ovários, a partir da molécula de colesterol, e atua diretamente no desenvolvimento das características sexuais e fertilidade. O estradiol regula o ciclo menstrual e a maturação dos óvulos. Seus efeitos, todavia, não se limita ao sistema reprodutor, o estradiol também está associado à manutenção da firmeza, elasticidade e hidratação da pele, ajuda a manter a densidade óssea, influencia o metabolismo, o apetite e a distribuição de gordura corporal.
· Estrona
A estrona é um hormônio que tem sua produção intensificada principalmente na menopausa. Antes da menopausa ele contribui para regular o ciclo menstrual. Na menopausa, a estrona ajuda a prevenir a perda de massa óssea e ajuda a manter os níveis de colesterol, contribuindo para a saúde cardiovascular.
· Estriol
O estriol é produzido a partir da conversão do estradiol e da estrona. Ele desempenha funções específicas e importantes no corpo feminino. Durante a gravidez está envolvido com o desenvolvimento do útero e das mamas. Além estuos indicam que esse hormônio atua no sistema urogenital melhorando a lubrificação da vagina, auxiliando na prevenção da atrofia vaginal e incontinência urinária.
· Progesterona
A progesterona também é produzida nos ovários e tem ação direta no desenvolvimento sexual na puberdade e na reprodução. Ela regula o ciclo menstrual e prepara o endométrio para a implantação na gravidez. Sua ação, todavia, não se limita apenas ao sistema reprodutor, este hormônio age como protetor do sistema nervoso e regula o humor e o comportamento.
· Testosterona
Embora seja comumente associado ao corpo masculino, a testosterona também é um hormônio essencial para o organismo feminino. A quantidade de testosterona presente na mulher é bem menor que em homens. Na mulher, o hormônio é produzido nos ovários, a partir das glândulas adrenais. As funções da testosterona no corpo feminino são diversas. Elas incluem a promoção do crescimento muscular e ósseo e manutenção da massa magra. Durante o ciclo menstrual, a testosterona aumenta a libido para auxiliar o processo de reprodução. Ela também é útil por fornecer energia, disposição para as atividades diárias, e melhorar a qualidade do sono.
A reposição hormonal
Durante toda vida, o organismo feminino lida com variações na produção de hormônios que podem ser mais ou menos intensos. Por isso, as mulheres lidam com sintomas de TPM no período menstrual, por exemplo. A partir dos 30 anos, os níveis de testosterona começam a gradualmente diminuir, e ao entrar na menopausa, há uma diminuição brusca da produção de estradiol e progesterona
Com a queda dos hormônios, diferentes áreas da vida são afetadas, como o ciclo social, a vida profissional, e a saúde física e mental. Na presença de sintomas relacionados à queda hormonal, a reposição deles é fundamental para melhorar a qualidade de vida da mulher.
“A reposição hormonal (TRH) objetiva reestabelecer os níveis de hormônios para faixas consideradas normais e benéficas para a saúde. Uma das formas é a administração de hormônios por meio de implantes aplicados no subcutâneos, logo abaixo da pele. Essa forma de terapia tem se mostrado segura e eficaz para aliviar os sintomas da deficiência hormonal e melhorar a qualidade de vida. No entanto, é crucial que cada mulher discuta com seu médico para personalizar o tratamento de acordo com suas necessidades individuais e avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios”, avalia Gindri, CEO da bio meds Brasil, fabricante de implantes absorvíveis.
A especialista explica ainda que “o principal benefício deste tipo de tratamento é a diminuição dos efeitos colaterais envolvidos com a utilização dos hormônios. A aplicação dos implantes subcutâneos é um procedimento ambulatorial feito por profissionais médicos treinados e capacitados para uma implantação segura. Após a aplicação, não é necessário realizar a remoção dos implantes, pois eles são completamente absorvidos pelo organismo.”
No Brasil, a produção via laboratório de manipulação de substâncias estéreis é regulada pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a qual concede a Autorização de Funcionamento e Autorização Especial (necessária para manipulação de substâncias controladas) e pela Vigilância Sanitária local, órgão que inspeciona e monitora as atividades do estabelecimento com vistas à concessão e renovação de Alvará Sanitário (anualmente). O laboratório precisa comprovar que atende requisitos de infraestrutura e monitora parâmetros de qualidade como o número de partículas viáveis e não viáveis no ar e nas pessoas envolvidas na produção.
Os processos de produção e esterilização devem ser validados e continuamente monitorados e, ao final de cada ciclo regulatório, a documentação é submetida e avaliada pela autoridade sanitária. Deve-se destacar que os órgãos reguladores brasileiros são reconhecidos mundialmente pela abordagem criteriosa e rigorosa nas práticas de regulação, as quais, em alguns aspectos, são inclusive superiores àquelas exigidas pelos órgãos competentes nos Estados Unidos (FDA) e Europa (CE).