Doenças do celular: o que pode estar detonando suas mãos, pescoço e coluna? “Pescoço de celular” é só o começo. Entenda como segurar o aparelho por horas da forma errada pode afetar sua saúde e saiba como evitar esses problemas
Você sabia que o celular pode ser um vilão para sua saúde? O uso excessivo e inadequado desse aparelhinho que a gente já não consegue viver sem, pode causar sérios problemas ortopédicos. Do pescoço à coluna, passando pelas mãos, o que parecia ser apenas desconforto pode virar dor crônica.
Uma pesquisa realizada pela GlobalWebIndex mostra que o Brasil é o terceiro país do mundo em que as pessoas passam mais horas do seu dia usando o celular. São três horas e 14 minutos em média por dia conectados, enquanto entre os jovens esse número de horas sobe para quatro por dia.
A seguir, o Dr. Alexandre Guedes, ortopedista do esporte, cirurgião e especialista em coluna, explica as principais “doenças do celular” e dá dicas preciosas para se proteger.
“Pescoço de celular”: uma dor que ninguém quer sentir
O que é?
O famoso “pescoço de celular” ou “text neck” (“pescoço de texto”) é resultado de horas com a cabeça inclinada para frente, olhando para a telinha. Isso coloca uma carga absurda sobre a cervical, podendo gerar dor crônica e até mesmo problemas mais graves, como hérnia de disco cervical.
Postura errada: Aquela posição que todo mundo faz: cabeça baixa, ombros para frente, quase que derretendo em direção ao celular. Parece inofensivo, mas essa postura joga uma pressão gigante na sua coluna. Para se ter uma ideia, o peso da cabeça ereta é de 4kg. E quando você projeta a cabeça para frente, pode chegar a pesar mais de 20kg, na maior inclinação, exercendo, assim, uma força excessiva na cervical.
Como corrigir: “Se você não consegue largar o celular, pelo menos tente mantê-lo na altura dos olhos e troque as mãos durante o uso”, recomenda o Dr. Alexandre. Usar suportes para o celular ou, se possível, apoiar os cotovelos em uma mesa enquanto segura o aparelho pode ajudar a manter a coluna reta. Isso contribui para o alinhamento dos ombros.
Tendinite: as mãos também sofrem
O que é?
A tendinite é uma inflamação dos tendões, principalmente na região dos polegares e punhos. No mundo do celular, ela aparece por causa dos movimentos repetitivos ao digitar, deslizar e segurar o aparelho por longos períodos.
Postura errada: Ficar com os dedos curvados e forçando as articulações, seja digitando freneticamente ou rolando o feed por horas.
Como corrigir: “Alterne o uso das mãos e faça pausas regulares para alongar os dedos e os punhos”, orienta o Dr. Alexandre. Outra dica é usar comandos de voz sempre que possível e evitar digitar textos longos no celular.
Coluna sobrecarregada: a lombar reclama
O que é?
Passar horas com a postura errada, seja sentado ou em pé, usando o celular, pode causar dores na lombar. Essa sobrecarga na coluna pode levar a problemas mais sérios, como a lombalgia crônica.
Postura errada: Sentado de qualquer jeito no sofá, ou deitado de barriga para cima com o celular erguido na frente do rosto. Parece confortável, mas sua lombar paga o preço.
Como corrigir: “O ideal é manter a coluna sempre ereta e, se estiver sentado, apoiar bem os pés no chão”, sugere o Dr. Alexandre. Se você gosta de usar o celular deitado, tente se posicionar de lado, com um travesseiro entre as pernas, mantendo a coluna alinhada.
Dicas gerais para o uso do celular:
- Troque de mão: evite sobrecarregar uma única mão segurando o celular o tempo todo.
- Atenção à altura: mantenha o celular na altura dos olhos sempre que possível.
- Alongue-se: faça pausas para alongamentos rápidos ao longo do dia.
- Mantenha-se em movimento: evite ficar na mesma posição por longos períodos. Levante-se e mova-se a cada 30 minutos.
Sobre o Dr. Alexandre Guedes: Ortopedista do esporte, cirurgião e especialista em coluna e em cirurgias minimamente invasivas. O Dr. Alexandre Guedes oferece atendimento individualizado aos pacientes, através de uma escuta atenta e com os melhores e mais efetivos tratamentos para promover saúde e qualidade de vida. Saiba mais: @dr.alexandreguedes