Estando casada a um pouco mais de 6 anos, contando mais um ano de namoro, então posso dizer que a um pouco mais de 7 anos que não tenho as ” mesmas” experiências das personagens acima. O engraçado porém, é sempre poder identificar de uma forma ou de outra amigas, conhecidas, amigas de amigas que possuem algo em comum com elas, e até mesmo, consigo identificar algo na Veridiana passada que tenha algo em comum com algo de uma e/ou algo de outra.
Carrie Bradshaw (a.k.a Sarah Jessica Parker), creio que muitas mulheres se identificam com ela, solteiras ou casadas, basicamente pelo simples motivo da personagem transportar para um pedaço de papel nossas frustrações, desejos, ansiedades e dúvidas. Ela é a base da união entre as 4 amigas e a que sintetiza o momento de cada uma e parece compreeendê-lo apesar de suas próprias dúvidas, desejos, ansiedade e frustrações.
Quem não tem aquela amiga que sintetiza tudo? A “cola” do grupo? A que faz com que certas mulheres se unam nem que seja uma vez ou outra, mas durante anos e anos da vida?
Que tem uma visão mais ampla dos problemas de todas, que dá conselhos, mas que ao mesmo tempo está longe de ser perfeita, mesmo porque se fosse perfeita não seria mortal.
Samantha Jones (a.k.a Kim Catrall), aquela amiga necessária, que fala tudo o que a maioria de nós pensamos, porém não verbalizamos. O tipo de mulher que não tem medo da sua sexualidade, que ousa, corre atrás do que deseja, não se incomoda de ser objeto ao mesmo tempo que “usa” e ” abusa” de homens como seres objetos. Enfrenta todos os desafios da vida, até mesmo cancêr, de cabeça erguida e no final, por mais estranho que pareça, encontra o seu príncipe, que a aceita da forma como ela é, sem ter que mudar nada.
Quem de nós não temos aquela amiga, que fala da própria sexualidade numa boa, conta detalhes, sai com esse, com aquele, curte, vive, não tem medo de experimentar, é falada, mas é querida, não está muito preocupada (para não dizer nem um pouco) com o que falam ou pensam ao seu respeito, porque ela sabe muito bem quem é e o que quer?
Charlotte York (a.k.a Kristin Davis), assistindo a série, um é capaz de pensar que ela nada tem haver com as outras amigas, o que que ela faz ali? Por que uma ” patricinha” tem aquelas amigas? Charlotte se veste com pudor, não fala palavrão, fica sem graça com as besteiras que as outras falam, em especial a Samantha, mas é amiga, entende as outras, e é extremamente respeitada e querida do seu modo pelas amigas.
Quem de nós não temos aquela amiga que sabemos de antemão que ao falarmos algo em sua frente, seu rosto ficará roxo, o seu olhar em nossa direção será de ” não acredito que você teve coragem de falar isso” ?
Miranda Hobbes (a.k.a Cynthia Nixon), aquela dentre todas que leva a vida mais a sério, uma advogada, que vê pela frente apenas o trabalho, sua meta é se tornar sócia da firma, tem dificuldades de relacionamentos, demorou para encontrar alguém, de certa forma por ser muito meticulosa, encontrar muitos defeitos em todos os homens que passavam pela sua vida, mas no final, viu que aquele que a amava, a aceitava como ela era e somente então após tê-lo, ficar grávida, perdê-lo, vê-lo com outra, se deu conta de que aquele era o homem de sua vida e que todo o resto que ela acreditava não era tão importante assim.
Lógico que temos aquela(s) amiga(s) em que passa a maior parte do tempo trabalhando, tentando fazer um nome, ser reconhecida, julga de certa forma os homens com quem sai pela aparência, ou se eles se encaixarão no padrão de vida que elas buscam e se esquecem do essencial, do amor, do companheirismo, e por isso muitas vezes acabam anos sozinhas.
O grande sucesso da série é porque toda mulher pode se identificar no básico que compõe as personagens e a história. Nem todas moramos em Manhattan, nem todas temos dinheiro, nem todas somos solteiras, mas todas somos mulheres, e como mulheres temos muito em comum, ao assistirmos as histórias de certa forma lembramos de momentos de nossas vidas ou da vida de nossas amigas e creio eu que esse foi o sucesso de anos de sex and the city.
Nós assistimos e nos identificamos com o que ali era passado, com a perda de um grande amor, com o encontro de outro, com as esperas ao lado do telefone, com o dia seguinte a um encontro em que não víamos (vemos) a hora de ligar para uma amiga e contar o que se passou e esperar os conselhos, de seguir os conselhos tolos e se arrepender, enfim milhares de situações que todas nós nos identificamos, ainda mais nós que já estamos com 30&alguns….