Naquela rua, desesperada, correndo e com frio.
Faminta.
Medo.
A vontade de chegar logo.
A noite caia, o sereno chegava e o dia sumia.
E tudo não passou de um sonho, de uma vontade além que cessa com a chegada da alma ao corpo, encontrando seu posto e me acordando, despertando.
E eu, me encontro metade acordada e a outra pensando.
Metade vagando.
Metade sonhando.
Querendo por fim me encontrar metade.
Filosofando a cada instante em meu alento, num sopro de vida que me resta.
E minh’alma se desprende da matéria e vaga no ar ate o vácuo absoluto. Nada. Apenas se depara no vazio, após sondar tantos corpos e beber mil encantos a procura de sua própria purificação.
Pois se torna onipresente, onipotente, onisciente.
E em sua total existência descobre o prazer da inutilidade, do anti-humano, de tudo o que não era na realidade, mas se fez ser ate o desgaste total e a chance da paz de espírito lhe surpreender na primeira esquina da mesma rua em que desesperada passava correndo, faminta, com medo.
E sozinha.