A primeira vez que eu me lembro que senti o racismo foi aos 3 anos de idade, na escola, no dia em que minha mãe colocou uma banana em minha lancheira/merendeira e os coleguinhas ao me verem comendo me chamaram de macaca. Outras crianças também haviam levado banana, mas eram brancas, e branco comendo banana não é macaco.

Logo cedo aprendi que o preconceito vem de casa, só pode ser….

Na primeira série (hoje em dia nem sei dizer qual série, já que tudo mudou), quando tinha 7 anos de idade, fui convidada para participar da peça de final de ano, o meu papel seria o da Zazá, única negra que aparecia na cartilha que a escola utilizava, assim como eu era a única negra na minha sala.

Não participei da peça… Zazá era a doméstica…..

Na pre-adolescência estudando em Ipanema em escola particular (sempre estudei em escola particular) quando tinha algum curso ou aula extra depois do horário normal do colégio, tinha que comer em algum lugar, geralmente no McDonald’s e geralmente na hora de pedir ou pagar o caixa olhava desconfiado como se eu não tivesse dinheiro, algumas vezes perguntava a coleguinha branca se ela iria pagar.

Durante um tempo pensei que tivesse “cara de pobre”… não…. era a cor que carrego na pele …

Certa vez fui convidada a me retirar da sala de aula, quando perguntei porque apenas eu se havia um grupo de amigos rindo a resposta foi que eu estava sujando o ambiente.

A cor da minha pele não era limpa o suficiente…

Na pré-adolescência minha mãe nos ensinou uma dura lição, que na maioria das vezes não ia ter problema ser amiga(o) de brancos, alguns pais faziam mais perguntas e ficavam mais de olho na criança negra presente na casa, mas depois de um tempo via que não era pobre, não ia roubar nada e tudo bem.

Mas minha mãe também ensinou que para muitos ser amigo de seus filhos pode, entrar para a família não pode, não é opção, seja amiga do meu filho mas não namore o meu filho…

Minha amiga apaixonou-se por um negro na adolescência e ao contar para sua mãe, na minha presença, a mãe colocou as mãos na cabeça e disse: “Fulana, não faça isso… coitado dos seus filhos”.

Pensei com meus botões: “coitada de mim?”

Uns 9 anos atrás, voltando de uma festa com o meu marido, estávamos em um táxi, fomos parados em uma blitz, a única que teve os pertences revistados fui eu, no final quando retornamos para dentro do táxi foi que me dei conta do ocorrido.

O taxista nos informou que haviam perguntado qual era da “morena”com o gringo, passei por prostituta, única e exclusivamente devido a cor que carrego na pele (meu marido é brasileiro)….

Trabalhei durante três anos em cia. aérea, viajava de primeira classe a todo momento, no Brasil, quando as pessoas entravam e me viam sentada na primeira classe com o meu marido, logo diziam em alto e bom tom:”Essa aí se deu bem”( nunca imaginavam que quem tinha as passagens era eu).

Na época em que começaram a ensinar na escola sobre a escravidão eu, sendo a única aluna negra na sala de aula, sempre me sentia mal, sempre sofria com os risinhos e brincadeirinhas, minha sorte foi ser “bocuda” e não levar desaforo para casa, mas por outro lado, confirmava o que muitos achavam “que negro é barraqueiro”, tinha de ser para sobreviver.

Provavelmente se a história fosse contada de maneira diferente eu não sentiria vergonha dos escravos, se eu soubesse que ocorreu um Holocausto Negro, que nos 4 séculos em que ocorreu o tráfico negreiro, a estimativa é que entre 30 e 60 milhões de africanos foram enviados para o Novo Mundo e que apenas 1/3 desses africanos sobreviveram à travessia, que ao lado dos navios negreiros comumente se via tubarões, pois os negros que morriam ou que contraiam doenças durante a viagem eram lançados ao mar, e que entre os séculos VII e o XVI a África vivia um grande desenvolvimento econômico, político e cultural com a criação de vários Estados, Reino e Impérios, talvez eu não tivesse tido vergonha dos meus antepassados.

Apesar da nossa cultura noveleira, sinceramente, NUNCA vi a minha família, nem de nenhum parente meu, retratado na telinha, somos uma família de classe média, cujo pai é um executivo, os filhos frequentaram excelentes escolas e universidades, o pai não rouba, a mãe não dá golpes, os filhos não são gays nem junkies, não escondemos dos amigos nenhum parente que more em comunidade carente nem em penitenciária, pelo simples fato, que não há esse tipo estereotipado de negro em minha família.

Na minha infância não havia bonecas negras no Brasil, todas eram brancas.Hoje em dia há bonecas negras no Brasil, mas admito que mesmo tentando comprar para dar de presente para crianças que conheço, a maioria das bonecas negras são feias, parece que feitas por obrigação, fora uma barbie que vi outro dia e parecia mais uma garota de programa.

A maioria dos negros sofrem diariamente com o racismo.
A maioria dos negros moram em condições de pobreza /ou miséria.
Dificilmente encontro um porteiro negro nos prédios que moro/morei ou frequento.
Dificilmente encontro vendedoras negras nas lojas nos Shoppings que frequento.
Geralmente os seguranças de prédios, shows, shoppings, etc, são negros.
Geralmente os meninos que fazendo malabares com limão no sinal de trânsito são negros.

Minha visão sobre as cotas? Da forma que foram feitas está errado, é necessário fazer algo e vamos ser sinceros e parar de falar apenas no ensino de base que deveria ser melhor, pois não será tao cedo e ninguém está afim de esperar mais 30 anos para a situação do negro no Brasil mudar.

O governo tinha que ter cursos preparatórios de pré-vestibular, gratuito específicos para jovens carentes, de preferência perto das comunidades onde moram. Simples assim, curso intensivo, preparatório para ingressarem na Universidade.

Aos 30&Alguns quando tocamos no assunto da raça é que notamos o quanto ele incomoda a muitos que não se consideram racistas. Em um país onde a população negra por sofrer diariamente com o racismo prefere ser chamada de morena(o), chocolate, marrom bombom, morena(o) de pele, mulato(a) – não me chame de algo que tem sua origem na mula – , ou seja, qualquer coisa menos negra(o) – eu particularmente prefiro preta, não vem de navio negreiro – é porque algo tem que ser mudado, a alto estima de um povo é extremamente baixa.

obs1. Durante esses “debates”, fúrias e etc contra as cotas já li e já escutei mais de uma vez que se os negros querem reparação que voltem para África, se o continente Africano estivesse bem como o Europeu, duvido que alguém iria estar sugerindo pagar passagens para os negros irem viver bem.

obs2. Já reparou como os políticos negros quando erram ou roubam são tratados de forma pior que os políticos brancos que cometem os mesmos delitos ou piores? Que dificilmente conseguem se reeleger, duvido muito que um político negro que fosse conhecido por “rouba mas faz” seria reeleito infinitas vezes.

obs3. Não venha me falar que somos todos iguais e que raça não existe (na boa, somente brancos falam isso), muito menos que o preconceito é social, porque estudando em ótimas escolas e universidades, tendo feito intercâmbio, falando 3 idiomas, sou discriminada pelo menos uma vez por semana, então me poupe do seu comentário nonsense.

Esse texto é apenas Uma visão negra a respeito da situação do negro no Brasil.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

31 thoughts on “Uma visão negra a respeito da situação do negro no Brasil”
  1. Sou loiro e de olhos azuis, e no lugar onde vivo, sofri preconceito por ser estudioso e um pouco inteligente, numa terra onde o legal é ser idiota, falar errado e agir como bandido sempre.

    Não é a mesma coisa, eu sei, porque os negros sofrem muito (aliás, demais) com essa suposta multiculturalidade brasileira, que só existe se eles forem excluídos dela. No Brasil, negro só é reconhecido se for jogador de futebol ou cantor de pagode (nem de samba tem valor, porque quem canta samba não fala de bundas e bobagens). É algo revoltante.

    Na minha faculdade do direito, pública, federal, grauita, só havia um negro entre 500 alunos e ele era um dos melhores e mais capazes de todos. Eu digo isso porque apoio o sistema de quotas, desde que ele não não vire um instrumento de vingança como deu a entender a tal ministra da igualdade racial em uma entrevista tempos atrás. É justo que universidades públicas e gratuitas atendam a toda a sociedade, mas seria bem melhor que negros, pardos e demais minorias concorressem em absoluta igualdade de condições para suas vagas. Enquanto isso não é possivel, tudo bem, mas o Brasil não pode se limitar a dar quotas, deve melhorar o ensino e as oportunidades de todos, dando igualdade de expectativas.

    Todo o racismo é condenável e deve ser combatido, mas ísso só acontecerá se todo mundo tiver oportunidades iguais, o que é difícil, pois o Brasil libertou escravos (substituindo-os por mão-de-obra branca e imigrante) e jogou-os na sarjeta sem se preocupar com o que seria deles livres, o que causou a maior parte de nossos problemas sociais.

    Você fez uma alusão ao holocausto, comparando-o com o tráfico de escravos. Foi perfeita e concordo absolutamente contigo, de tal modo que, se não pode glamurizar o holocausto, também não pode fazer o mesmo com o tráfico de escravos, muito embora se deva contar a história e aplaudir a enorme contribuição do negro para o desenvolvimento do Brasil, o que não significa estilizar um navio negreiro sobre um carro alegórico e colocar um monte de gente dançando em cima e em volta desrespeitando as vítimas da crueldade daqueles tempos, tal qual não se pode fazer isso com as vítimas do nazismo.

    Por fim, convido-a a ler uma matéria de uma amiga, que publiquei no meu blog, e cujo link é este:

    http://fabiomayer.blogspot.com/2007/06/o-racismo-no-idioma.html

    E também a minha opinião sobre o carro alegórico sobre o holocausto:

    http://fabiomayer.blogspot.com/2008/01/o-fim-da-picada.html

  2. Seu depoimento é justo, são nossas experiências pessoais, acredito que é apenas uma pequena parte delas. Quanto a suas ‘posições políticas’ creio que a falta de um envolvimento com alguns grupos do movimento negro e outros anti-racistas ampliariam sua visão sobre alguns temas que vc aborda e os colocariam numa perspectiva mais adequada a realidade da maioria negra.
    Axé e Evoé
    Conheça minha paródia as Mulatas do Gois em branqueladoze.blogspot.com

  3. Realmente o Brasil é muito cruel na questão do racismo. Aqui tudo é camuflado e sempre acreditam que por aqui o “racismo não é declarado”… Como não??? O único lugar que vejo pessoas de todos os tipos e cores é na rua! Basta entrar em qualquer lugar fechado que veremos muito mais brancos que pretos (e isso quando houver algum…) Isso é fato, basta assistir o BBB!!!
    Outra coisa: devemos retirar de nosso vocabulário a palavra Negro… O correto é falar PRETO. Aqui se passaram cinco séculos com os brancos nos “ensinando” a sermos chamados de negros, de raça negra… Somente aqui no Brasil é que o povo preto (de qualquer descendência africana) tem orgulho de ser chamado de ESCRAVO!
    Sobre as cotas, mais uma vez quizeram “ajudar” de forma errada. O correto seria cotas para pessoas de comunidades carentes…
    Eu tenho vários amigos brancos, mas a grande maioria deles só tem a mim de amigo preto…
    Taca Fogo!!!

  4. Foram poucas as vezes que vim até aqui para comentar, leio seu blog no meu google reader e hoje me atrevi devido ao conteúdo. Acho que falar de preconceito requer uma visão muita mais ampla, afinal, você está falando apenas do preconceito que sofreu enquanto negra (e talvez ainda sofra) – mas e o preconceito imbutido? A fulana é prostituta, garota de programa. Aquela ali é loira burra e a outra é homossexual.
    Você mesma mencionou que não tem filhos gays e se tivesse? Seria diferente? O preconceito não se limita a cor, raça…

    Minha família teve uma empregada alemã (maravilhosa) branca feito leite. Uma pessoa maravilhosa e hoje, aqui no Brasil temos uma empregada nordestina, limitada pelas condições e que viveu e que provavelmente sofre com o preconceito.

    Por falar em história, no Brasil só aconteceu a abolição dos escravos porque era de interesse de uma minoria ou haveria mão de obra escrava até os dias atuais e se percorrermos a extensão desse país, verá que a mão de obra escrava continua e não verá apenas negros nessa situação.

    Quanto as cotas, sou contra porque num país como o Brasil fica difícil dizer quem realmente merece, já que fica quase impossível mencionar quem são os verdadeiros negros.

    Preconceito sempre existiu e vai continuar existindo enquanto as pessoas não se permitirem respeitar uns aos outros, independente de raça, cor, sexo, ideologia, religião, entre muitos outros fatores.

    Abraços meus

    Oi Lunna, obrigada por participar, a referência ao pai que rouba e filhos gays, foi que quando teve a primeira novela brasileira com um núcleo negro classe média, “A Próxima Vítima” o pai se me lembro bem roubava e o filho foi um dos que causou a maior polêmica por ser gay, fizeram um fuzuê por causa do primeiro núcleo negro classe média para mostrar estereotipos, fora que eles não tinham mais nenhum parente, núcleo negro é sempre assim, veja em Belíssima, nunca vimos nenhum parente da “Selma”, a Dra. negra, amiga de “Helena” …. []’s

  5. Olá Veridiana,
    encontrei o seu blog através da Sam.
    Achei muito interessante ler o seu testemunho tão sincero e directo. Só muito recentemente tomei consciência do racismo que existe no Brasil, pois pensei que aí, dada a mistura de raças, as pessoas não sofressem desse preconceito.
    Para mim a questão preto/ negro é uma questão de semântica; actualmente em França dizem “black”, porque “noir” é racista, no entanto para mim racismo é o tratamento.
    Gostei muito do seu blog! Parabéns!
    Bom fim semana.

  6. Nasci numa região do Brasil que tem poucos negros, então simplesmente não convivi com este racismo, convivi com o preconceito contra quem estava em condições de vida inferior, quem é pobre, os que efetivamente precisam das cotas para estudos.
    Nem esta visão de que mulher negra é empregada eu tive até mudar para São Paulo, há 3 anos (aliás, aqui o preconceito é contra “nortistas”, independente de sua cor), pois as empregadas na casa de meus pais sempre foram claras e de olhos azuis. Mas como minha mãe é descendente de alemães e nós saímos mestiços bem moreninhos, passei a infância sendo barrada em lojas e clubes quando estava com ela. Na adolescência chegamos a ouvir comentários maldosos quando andava de mãos dadas com ela na rua… pode? Pode, no Brasil tudo pode, as pessoas estão tão preocupadas com aparência e com a vida dos outros que se dedicam a pré-julgar a vida alheia o tempo todo. É um esporte nacional.
    Claro que não estou comparando minha experiência de vida com a sua, apenas reflexionando que há um comportamento equivocado na sociedade como um todo. Sabe de uma coisa minha amiga? Meu comentário aqui vai é virar uma réplica ao seu post, ok?

  7. Duas coisas que lembrei: quando criança eu sonhava com bonecas com cara de japonesinha ou com pele mais amarelada como a minha, com cabelos negros (não tinha, eram louras ou no máximo Susis de cabelos castanhos). Nem imaginava que chegaríamos às Puccas que agradam tanto as meninas japonesinhas (e outras tb) hoje em dia.
    No Paraná, onde nasci, há uma história de racismo contra os japoneses (e orientais no geral) sabe? O governo da província optou por proibir a contratação de mão-de-obra japonesa quando as companhias de imigração chegaram ao Brasil no início do século XX, porque consideravam que os japoneses esam novicos porque se fechavam entre si e porque sua cor e tamanho não ajudavam no projeto de melhoramento genético da população da província do Paraná (à época recém separada de São Paulo). Os primeiros japoneses chegaram à região de Curitiba e posteriormente do Norte do Paraná a partir da década de 1930 já como proprietários de terras.

  8. Cotas deveriam ser para pobres, somente! A raça não deve ser levada em conta, para a distribuição das cotas é uma atitude discriminatória.
    Muito bem colocado Veridiana, quando diz que não somos todos iguais…De fato não somos, uns são mulheres outros homens; alguns pretos outros brancos, cada um com suas particularidades, e o que precisa ser respeitado é a diferença entre as pessoas!
    Sou de uma família por parte de mãe de origem alemã, todos tem os olhos azuis e são loiros, a origem da família do meu pai é brasileira mesmo, alguns são mais morenos, outros não…a mistura que existe no Brasil! Eu sou branca, mas puxei a família do meu pai, tenho o olho castanho e o cabelo castanho, pego sol e fico preta…Bom, quando meu filho nasceu loiro, as tão loiro que o cabelo chegava a ser verde, com os olhos azuis, senti um certo tipo de preconceito! Muitas vezes achavam que eu era babá dele, no início pensei que era por causa da minha idade, tive o Lucas com 20 anos, mas prestei atenção e vi que era por causa da diferença do cabelo, dos olhos, e da pele, meu filho é branco que nem papel!
    Mas não para por aí não, o pai do Lucas tem o cabelo preto e os olhos pretos…Pois é, quando um dia pensaram na hipótese do Lucas não ser filho do pai dele, vi como as pessoas são ignorantes e que de fato o ensino médio não presta para nada, nem em escola particular! Aprendemos genética no colégio, o meu filho era recessivo e filho do pai dele, conversa vai conversa vem, doce e meiga como sou…Mandei todos longe e lógico mas lógico…segui minha vida!
    Tá imenso quase um post, mas discriminação existe, com opção sexual, com a cor das pessoas, com o sexo …cotas para os discriminados não resolvem o problema da discriminação…É de berço como tu falou! Meu melhor amigo é preto classe média alta, e sei bem o que é ser discriminado…Quantas vezes pararam ele em blitz, e revistavam achando que ele havia roubado o carro!
    Teu depoimento foi importante Veridiana, e infelizmente é a pura verdade!Sabe o que acho pior ainda, é quando enfatizam bem a discriminação que existe, tipo: Fulano é o´primeiro negro Presidente de tal País, ciclana é a primeira mulher a fazer tal coisa…Isso não demonstra orgulho e acaba enfatizando a discrimanação!
    beijos querida!

  9. Quando um politico diz que instituir cotas é um “resgate histórico” com os negros dá margem para comentários como o que citou. E eu mesmo fiz um a respeito. Cotas racistas não reparam. Nem aqui nem no país menos racista do mundo. O que rola agora na pocilga é um projeto de lei para cotas de negros em empresas. Uma forma imbecil de não fazer realmente o resgate histórico que o negro merece, a capacitação edicacional pública, com qualidade tão boa quanto a educação particular. A educação reduziria em muito as situações vividas por você. Causadas por estupidez.

  10. Veri, excelente texto e abordagem. Infelizmente vejo o racismo nascendo nas nossas casas, pois as crianças não estão nem aí se o amiguinho é branco, preto, amarelo… Mas os pais transmitem esses valores errados e formam um bando de arrogantes e metidos a superiores. Falo isso porque já constatei, no convívio dos colegas do meu filho, essa situação, cometários chatos, palavras depreciativas… Cabe a nós ensinarmos e mudarmos a mentalidade de quem nos foi confiada a instrução. Um dia, essas pessoas limitadas serão minoria.
    Ah,pelo jeito aprendemos a ler na mesma cartilha, da Talita se não me engano…
    Aproveito pra comentar que o Mensagens Etc está ótimo, sempre leio no meu Reader.
    Beijos e bom Carnaval

  11. A discriminação está enraizada em nossa sociedade.
    Preto, branco, amarelo ou vermelho, é apenas a parte aparente.
    Há preconceito atualmente com obesos, idosos, magros, com quem mora no interior ou contra quem mora na capital.
    Os pobres são discriminados, mas quem tem condição financeira também é discriminado, quem é novo rico então…
    Petralhas, tucanalhas ou demoníacos?
    Um dia haverá tolerância, mas por enquanto, há o preconceito para quem prega a tolerância.
    E o que é tolerância?

  12. Veri, gostei de ler todo seu depoimento. Abordar o tema através de sua história de vida foi a melhor opção. O tema é muito mais amplo, mas esta foi a melhor maneira de exemplificar os fatos. Sou negro, você me conhece. Gosto de ser negro; gosto de dizer que sou “negão”; fico puto quando alguém diz: “ah! mais você nem é tão negão assim…”. Uai, preto é preto!

    Não vejo problemas em ser chamado de moreno, mulato, neguinho, pretinho, etc. Acho até carinhoso, dependendo da entonação, é claro. Acho também que as pessoas não vêem problemas e serem chamadas de “branquinha”, “japinha”, “galeguinha”… Gostaria mesmo é de ser chamado de “chocolate” e “marrom bombom”, mas para isso minha pele deveria ser mais escura do que é.

    Se eu fosse encucado com isso, prestaria mais atenção nos atos de preconceito das pessoas para comigo. Tenho tudo pra ser vítima. Além de negro sou baixinho, uso óculos, tenho cabelo duro, orelhas de abano e muitas espinhas até hoje. Já imaginou, né? Quase um quadro conjunto de Picasso e Dalí pintado com os pés. Quando era moleque, muitos tentavam me ofender, mas eu também devolvia na mesma moeda. Acho que já declamei alguns poemas preconceituosos para brancos e pretos, ricos e pobres, altos e baixos, gordos ou magros, desde que eles tenham pedido com muita vontade antes. O tempo foi passando e as pessoas foram vendo que não adiantava querer por que não iriam conseguir me tirar do sério só por causa disso.

    Resumindo, já senti um certo pré conceito sim em algumas raras ocasiões, mas nunca dei muita valor para isso. Senti foi pena dessas pessoas. Acho que o bicho não é tão feio quanto parece. A homofobia e o pré conceito financeiro, digamos assim, é muito mais presente na sociedade, na minha humilde opinião. O que eu acho, de verdade, é que a negritude desde país se apoia no histórico da sociedade brasileira e no sofrimento de nossos antepassados para se fazerem de coitadinhos. Somos vítimas sim, mas não somos coitadinhos!

    A idéia da lei de cotas nas universidades para mim é um ato racista e a aceitação dessa lei como O Salvador da Pátria Afrodescendente pela própria comunidade Afrodescendente é a prova da burrice do povo, a prova do quão fez falta uma educação de qualidade. A sociedade tem que perceber que o buraco é mais embaixo e que medidas paliativas não resolvem o problema. Se enquanto vigora a lei de cotas, o governo estivesse melhorando a educação deste país, dando melhores condições aos alunos e professores, tudo bem, mas isso não é o que está ocorrendo. A maioria da sociedade, principalmente a que está sendo beneficiada com esta lei, ainda não se deu conta de que esta foi uma ação meramente política, assim como foi também o Bolsa Família, por exemplo.

    Vou parar por aqui fia. Se deixar vou escrevendo até… As vezes esqueço que tenho blog pra escrever sobre o que quero.

    Termino concordando com uma comentarista lá de cima no que diz respeito a longevidade dos preconceitos. Sempre existiram e sempre existirão, infelizmente.

    Beijo grande pra ti!

  13. O meu nome e Zuleide Ribeiro Leonardo. Eu so preta e eu nao vou ser humilde por ser preta a ninguem. Se me trata com respeito, recebe o mesmo. O problema do preto brasileiro e que nos nao nos impomos. Se uma loja nao tem preto, nao compre na loja! Use uma costureira. Se o preto quiser mostrar a importancia, ignore tudo que nao mostre a tua cara. Pronto! Da mesma maneira que voce e ignorando, ignore. Este sistema e duro, mas e eficaz. Nao se rebaixem.

    Muitos americanos me perguntaram: Por que o preto brasileiro vive em tanta pobreza no Brasil?

    Eu respondo: O Sistema “Lynch. Os brancos, os morenos claros, nao fazem nada! Nos Estados Unidos, eu admiro os pretos americanos. Pode ser quem seja eles. Eu escolho os lugares onde eles moram.

    O preto deve parar de dancar no Carnival. O preto brasileiro so e apresentado ao mundo como um dancarino, e nao como um intlelectual.

    O preto brasileiro deve aprender como causar o branco racista entender o que e pobreza.

    Racismo poder ser enfraquecido. Tire o poder dos que manipulam a raca negra no Brasil a degradacao.

    Eu conheci alguem que vivia no Jardim America. Ele passou em primeiro a segundo lugar em um curso para ser engenheiro da Petrobras. Quando ele foi intrevistado, o intrevista disse que ele nunca seria respeitado pelos trabalhadores na plataforma. No fim, uma pessoa com qualificacoes foi passado pra tras,devido a mentalidade e o comportamento racista do pais Brasil.

    Como uma negra, sendo do Brasil, eu me destaco como um individuo, pois o Racismo do Brasil atrapallha a vida do Negro no exterior. No final, apesar de tudo que passei e passom, eu ando com a minha cabeca erguida. Muitos brancos racistas do Brasil nao podem fazer e falar a metade do que posso. Sim! Sou uma Negra orgulhosa.

    Uma visão negra a respeito da situação do negro no Brasil e a Verdade do Brasil. Se voce nao e preto, por favor nao faca comentarios sem viver o podre racismo existente no Brasil.

  14. O que é ser negro? Essa é minha primeira preocupação!!! Meu irmão tem pele negra eu não!!! Meu bisavô era negro e minha bisavó descendente de alemães! Quem sou eu? Tenho a pele igual a minha mãe, no entanto me sinto tão negro quanto meu irmão!!! Quantos de pele “parda” igual a minha se julgam no direito de ser racistas sem nem mesmo saber a própria origem! Sou totalmente a favor da lei de cotas pois a demanda por reparações visa a que o Estado e a sociedade tomem medidas para ressarcir, os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição. Visa também a que tais medidas se concretizem em iniciativas de combate ao racismo e a toda sorte de discriminações.

  15. O que é ser negro? Essa é minha primeira preocupação!!! Meu irmão tem pele negra eu não!!! Meu bisavô era negro e minha bisavó descendente de alemães! Quem sou eu? Tenho a pele igual a minha mãe, no entanto me sinto tão negro quanto meu irmão!!! Quantos de pele "parda" igual a minha se julgam no direito de ser racistas sem nem mesmo saber a própria origem! Sou totalmente a favor da lei de cotas pois a demanda por reparações visa a que o Estado e a sociedade tomem medidas para ressarcir, os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição. Visa também a que tais medidas se concretizem em iniciativas de combate ao racismo e a toda sorte de discriminações.;. All the best!!

  16. vc er uma boa negra eo nao sor mais sofri preconceito tos pro ser gordo
    ai me chamado de baleia,vocer e um exemplo para todos que leiren eser texto

  17. Meu pai e negro,miha mãe branca e loira(e ainda tem olhos verdes) eu sou morena… Nunca me ligei muito nessa de preto ou branco,tem que partir de cada um a iniciativa de não ser preconceituoso.Mas em verdade todos nós temos preconceito com alguma coisa… eu uso oculos e na época do colégio era muito discriminada por isso,me lembro que chorava e não queria ir pra aula…bem, todos temos uma historia sobre isso pra contar.É triste,frustrante… E aida temos que fechar os olhos pra não ver tanta fome ,miséria,corrupçao,guerras urbanas… NO QUE ESTAMOS TRANSFORMANDO O MUNDO?

  18. Eu acho que essa senhora que escreveu o texto dela deveria se valorizar mais,o preconceito existe contra judeus,gays,pobres eu acho que ao inves dela comentar o que passou ou deixou de passar com tanto rancor,deveria pensar que acima de tudo ela eh um SER HUMANO DA RACA HUMANA,se impor em toda e qualquer situacao e se defender quando necessario,agora esse blablabla nao ajuda em absolutamente nada,digo isso com muita clareza essas estorias ja li algumas e confesso fico pasmo como as pessoas se intitulam coitadinhas. o negocio e se impor,sedefender e esquecer o que passou.

  19. para – Zuleide Ribeiro leonardo, gostei muito de sua visao com relaçao ao preconceito visao negra no Brasil….

  20. Oi Veridiana, muito bom o seu texto. Me fez lembrar os preconceitos que sofri quando criança pela minha propria tia que é da minha cor, morena, mas teve filhos loiros.
    Ela sempre se referia a pessoas como eu como “negrinha “.
    Achei o máximo seu depoimento pois nao tinha conhecimento que pessoas pretas mesmo de classe alta passasse por tanto preconceitos.

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