De acordo com o National Institutes of Health, somente este ano 240.000 homens serão diagnosticados com câncer de próstata nos Estados Unidos, o mais comum entre homens com idade acima de 65 anos, raramente é encontrado em homens com menos de 40 anos de idade, e de acordo com Centers for Disease Control and Prevention, o segundo câncer mais comum em homens, depois do câncer de pele.
De acordo com o U.S. Preventative Services Task Force estudos em autópsias mostram que 75% dos homens acima de 85 anos estavam com câncer de próstata quando morreram, embora a doença não fosse necessariamente letal, já que o crescimento do câncer de próstata muitas vezes é bem lento e não afeta a saúde ou a vida do homem, eles acabaram morrendo de outras causas antes que o câncer fosse capaz de mata-los.
Os médicos podem procurar pelo câncer de próstata utilizando o antígeno prostático específico (PSA) no sangue, mas o uso em homens saudáveis e sem sintomas permanece controverso. No ano passado, nos EUA não foram recomendados exames de rotina contra o câncer de próstata em homens saudáveis, já que o benefício do rastreamento em homens entre 50 e 69 anos de idade é pequeno ou nenhum.
Um estudo realizado recentemente, nos EUA, com 76.000 homens entre 55 e 74 anos de idade, descobriu que os homens que realizaram a triagem anual de câncer de próstata tinham a mesma probabilidade de morrer da doença do que aqueles que realizaram a triagem somente com recomendação médica.Por outro lado, um estudo europeu, descobriu que o rastreamento do câncer de próstata salva vidas, se for realizados por mais de 10 anos.
A American Cancer Society recomenda aos homens conversarem com o médico sobre os prós e contras de utilizar o procedimento de rastreamento PSA para tomar uma decisão em relação ao teste ser ou não indicado para o seu caso.
Uma grande preocupação com o teste de PSA é que pode encontrar cânceres que jamais seriam diagnosticados, que não causariam problemas de saúde significativos para os pacientes. No recente estudo europeu, cerca da metade dos casos de câncer detectados por testes de PSA caíram nesta categoria.
O sobrediagnóstico é um problema porque os homens podem acabar recebendo tratamento que não precisam. Os efeitos colaterais do tratamento do câncer de próstata incluem disfunção erétil e perda do controle urinário.
De acordo com o National Institutes of Health, atualmente, cerca de 10% dos homens diagnosticados com câncer de próstata demoram a iniciar o tratamento, enquanto os 90% restantes recebem tratamentos, como cirurgia ou radioterapia.
No entanto, cerca de 40% dos homens diagnosticados, ou 100.000 homens, nos Estados Unidos, atrasam o tratamento utilizando uma estratégia chamada vigilância ativa, onde os pacientes com baixo risco de câncer de próstata recebem acompanhamento regular de testes e são tratados somente se o câncer se tornar mais agressivo. Muitos especialistas acreditam que a vigilância ativa é uma forma de reduzir os danos da triagem.
Uma maneira de reduzir o risco de câncer de próstata é com dieta. De acordo com o National Institutes of Health, estudos mostram que os vegetarianos têm um risco menor de desenvolvê-lo do que os homens que comem carne.
Um nutriente chamado licopeno, encontrado no tomate, tem sido consistentemente associado com menor risco de câncer de próstata, as evidências também sugerem que a vitamina D pode reduzir o risco de desenvolver uma forma mortal de câncer de próstata.
Exercícios para manter um peso saudável também pode reduzir o risco, a obesidade tem sido apontada como um fator para aumentar o risco de câncer de próstata agressivo.
Um estudo de 2008, descobriu que os homens que são sexualmente ativos em seus 20 e 30 anos de idade são mais propensos a desenvolver câncer de próstata – especialmente se se masturbam com freqüência. O estudo também descobriu que a atividade sexual freqüente em homens na faixa dos 40 anos parece ter pouco efeito e que pequenos níveis de atividade sexual nos homens na faixa dos 50 anos pode oferecer proteção contra a doença. A maioria das diferenças foram atribuídas a masturbação, em vez da relação sexual.
O estudo, liderado pela Universidade de Nottingham, analisou as práticas sexuais de mais de 431 homens que tinham sido diagnosticados com câncer de próstata antes dos 60 anos, juntamente com 409 que não tinham câncer de próstata. Entre os homens com câncer de próstata, 34% se masturbava com freqüência em seus 20 anos, em comparação a 24% do outro grupo. A propagação semelhante foi encontrada nos homens na faixa etária dos 30 anos. Os resultados, baseados em questionários, estão detalhados no British Journal of Urology.
A próstata secreta um líquido leitoso que mistura com o esperma e fluido da vesícula seminal para se tornar o sêmen, os hormônios parecem desempenhar um papel chave no câncer de próstata e é muito comum tratar homens com terapia para reduzir os hormônios que estimulam as células cancerosas, o desejo sexual de um homem também é regulado pelos níveis de seus hormônios, de modo que este estudo examinou a teoria de que ter uma grande energia sexual afeta o risco de câncer de próstata.
Os pesquisadores acreditam que ainda há muito a ser estudado para realmente saberem sobre o que está acontecendo no corpo antes que os resultados sejam vistos como conclusivos, no entanto, alguns estudos anteriores tinham gerado resultados diferentes.
Outros dados:
- 59% dos homens em ambos os grupos disseram que tinham atividade sexual (relações sexuais ou masturbação) 12 vezes por mês ou mais quando estavam na faixa dos 20 anos. Este número caiu continuamente à medida que envelhecem, para 48% em seus 30 anos, 28% em seus 40 anos e 13% nos 50 anos.
- 39% do grupo com câncer teve seis ou mais parceiros do sexo feminino, em comparação com 31% do outro grupo.
- Homens com câncer de próstata eram mais propensos a ter tido uma doença sexualmente transmissível do que aqueles sem câncer de próstata.
Outro estudo publicado no mês passado no Journal of the National Cancer Institute, descobriu que a vitamina D não protege homens de ter câncer de próstata, mas pode diminuir suas chances de morrer do mesmo, os homens com os níveis mais altos de vitamina D no sangue eram 57% menos prováveis do que homens com níveis mais baixos de sucumbir ao câncer de próstata.
No entanto, nenhuma relação foi encontrada entre os níveis de vitamina D e o câncer de próstata. Ainda não se sabe exatamente por que a vitamina D poderia reduzir o risco dos homens de morrer de câncer de próstata se não tem influência alguma sobre o risco de desenvolvê-lo.
Pode ser que a vitamina D especificamente influencie a capacidade das células cancerosas de progredir para estágios mais avançados da doença e propagação através do corpo, mas não a iniciação real do câncer. Ainda assim, o estudo foi observacional, não mostra uma relação de causa e efeito entre a vitamina D e a prevenção de cancer.
Existe evidência laboratorial abundante que a vitamina D pode ter propriedades anticancerígenas, mas enquanto estudos realizados em células de câncer de próstata de laboratórios mostraram que a vitamina D pode impedir a progressão do câncer, estudos realizados em pessoas têm mostrado que os níveis elevados da vitamina não diminuem o risco de contrair câncer da próstata.
Pesquisadores reuniram dados de homens que forneceram amostras de sangue entre 1993 e 1995, como parte de um estudo em curso na Universidade de Harvard e analisaram 1.260 homens que tinham desenvolvido câncer de próstata em 2004, e 1.331 homens que tinham a mesma idade, mas não desenvolveram a doença.
Em março de 2011, quando o estudo terminou, 114 dos homens com câncer de próstata haviam morrido. Quando os pesquisadores analisaram os níveis de vitamina D desses homens, descobriram que 31 deles estavam entre os homens com os níveis mais baixos de vitamina D no estudo, enquanto apenas 19 estavam com os níveis mais altos de vitamina D.
No entanto, os níveis de vitamina D não fez diferença em termos de desenvolvimento de qualquer câncer de próstata – 310 dos homens com câncer estavam no grupo com menores níveis de vitamina D, e 333 dos homens com câncer estavam entre aqueles com níveis mais altos.
Embora os resultados deste estudo precisem ser replicados em pesquisas futuras, os homens que estão preocupados com déficit de vitamina D devem conversar com seus médicos a respeito de tomar suplementos ou ingerir mais alimentos ricos em tal vitamina, que também é produzida naturalmente pela pele quando exposta ao sol. Recebendo cerca de 30 minutos de exposição ao sol entre 10:00 e 15:00 horas duas vezes por semana geralmente é o suficinete de acordo com o National Institutes of Health.
A maioria dos participantes do estudo eram brancos, o que limita ainda mais as conclusões já que a deficiência de vitamina D é mais prevalente em homens negros, e esse grupo também tem um maior risco de desenvolver câncer de próstata. Estudos realizados em homens de outras etnias seria útil para todos.
Via: aqui, aqui e aqui.