Cólica infantil: saiba como o tipo de parto, alimentação e estresse influenciam diretamente nas dores do recém-nascido. Entender como as cólicas acontecem é o principal passo para evitar o incômodo no bebê
Com o sistema gastrointestinal ainda em desenvolvimento, os bebês costumam sofrer frequentemente com cólicas. O mal estar, que é causado principalmente pela formação de gases, provoca crises de choro que deixam os pais em desespero. Geralmente se inicia na segunda semana de vida e pode durar em média três meses, tempo que o organismo do recém-nascido leva para amadurecer o tubo digestivo.
De acordo com Dr. Renato de Oliveira, Ginecologista e Obstetra da Criogênesis, o choro por conta da cólica é persistente e expressa aflição, sofrimento e muita irritabilidade, o que o torna diferente dos demais. “A queixa pode vir acompanhada de outros sinais importantes e que merecem atenção, como gases, barriga endurecida e punhos fechados, que são reflexos do bebê à dor intestinal”, afirma.
O especialista explica que, normalmente, os bebês que têm cólicas sofrem com as dores entre o final da tarde e o início da noite. “As cólicas são piores ao final da tarde e início da noite, quando os pais já estão mais cansados e estressados, o que pode ser um dos fatores desencadeantes das dores. Quando o ambiente está mais relaxado, os pais conversam com a voz baixa e evitam discussões, fazendo com que o bebê se sinta mais seguro e menos estressado, o deixando menos propenso a ter problemas de digestão”, alerta.
Dr. Renato garante que, de modo geral, as cólicas ocorrem por causa da prematuridade do sistema digestório, que nos primeiros meses de idade não processa de forma perfeita os alimentos ingeridos, mesmo que somente o leite materno. “Certos fatores como deficiência na absorção de nutrientes, falha no desenvolvimento do sistema digestivo e alimentação por fórmula podem aumentar as chances de incômodo abdominal”, declara.
O médico afirma que outro fator colaborativo ao o surgimento das dores é o nascimento prematuro. “Quando a criança nasce de parto normal e no tempo previsto, ele passa pela vagina e já entra em contato com a flora vaginal da mãe. Já nos casos de prematuridade ou cesariana, se nasce em um ambiente estéril, sem o contato com bactérias benéficas ao organismo, fazendo com que tenha mais riscos de sofrer com cólicas”, explica.
O obstetra informa que há, no entanto, algumas medidas que podem auxiliar na diminuição das dores. “Nos casos de flora intestinal pobre, há probióticos específicos, que devem ser recomendados por um médico, e contribuem à colonização do intestino. Massagens também podem ser feitas para amenizar a dor, assim como exercícios com as pernas para eliminação dos gases. Além disso, até os seis meses de vida, o único alimento indicado para os bebês é o leite materno. A crença popular de que dar um pouco de chá, como o de camomila, é bom para alívio da cólica não passa de um mito, além de ser contraindicado para crianças muito pequenas”, finaliza.