unhasRoer unhas é sobretudo um sinal de desequilíbrio entre afetividade e agressividade

Especialista explica que o vício de roer unhas está relacionado a agressividade e ao medo

Um dos hábitos mais difíceis de eliminar é o de roer unhas, um vício que atinge cerca de 30% da população mundial e 45% das crianças. Esse vício tem o termo técnico de oncofagia. No caso das crianças, pesquisas indicam que aquelas com menor desenvoltura social tendem a criar o hábito.

Mas porque se rói unhas? A oncofagia está relacionada a como a pessoa lida com agressividade, independentemente da idade. “Imagine que as unhas são nossas garras. Quem as rói está diminuindo, contendo a vontade de avançar, agarrar, arranhar, ferir, cravar os dedos e dar um basta. E não somente pessoas inseguras roem unhas, pessoas super seguras também têm o hábito”, conta Deyse Campos, psicopedagoga da escola Interpares, de Curitiba (PR).

Este também é um ato relacionado à oralidade, aquilo que não se fala, que fica calado na ponta dos dedos. “Roer unhas é relativo à agressividade porque esse sentimento é a outra ponta que sustenta e equilibra a afetividade. Um não existe sem o outro. Importante: não se deve confundir agressividade com violência”, detalha a especialista.

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Hábito de roer unhas torna especialmente as crianças mais suscetíveis a doenças. Crédito: Divulgação/ Interpares

Ela alerta que esse hábito torna especialmente as crianças mais suscetíveis a doenças, porque ao roer as unhas elas levam microorganismos para a boca, além da possibilidade de interferir na dentição e até mesmo de lesionar gravemente as unhas pela força com a qual as lascas são arrancadas. 

Segundo Deyse Campos, ainda no caso das crianças, esse vício é sobretudo um sinal de desequilíbrio entre afetividade e agressividade. A manifestação do comportamento ocorre em momentos em que sentem ansiedade, nervosismo, fome ou até mesmo tédio. Desordens mentais ou emocionais são motivações comuns da onicofagia.

“É muito mais um medo relacionado ao enfrentamento da sua própria agressividade do que um pavor ou pânico em função dos outros. Porque os outros  podem nos afetar, mas quem escolhe como enfrentar isso somos nós. Há os que reagem de imediato e há os que preferem, por exemplo, roer unhas até conseguir pensar e escolher como agir. Roer unhas é um ato de ruminação, de dar voltas no pensamento”, diz. 

Para sanar o vício, o melhor caminho é procurar um terapeuta que ajude a identificar os motivos que levam a pessoa a pôr a mão ou mesmo o pé na boca. 

By redator

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