Hoje em dia é fácil enganar um grande número de pessoas de forma rápida, graças à criação da internet, geralmente se as pessoas publicam ou enviam um email com alguma estatística e mencionam um “estudo” por trás da notícia, um número enorme de pessoas acaba propagando a notícia sem nem mesmo verificar.

Um exemplo foi quando as pessoas acreditaram em um “estudo”, que alegava que os usuários do IE tinham o QI mais baixo do que usuários de outros navegadores, como Chrome, Firefox. O fraudador admitiu que estivesse apenas tentando falar sobre o IE6 e apontou oito razões óbvias por que as pessoas deveriam ter sido capazes de dizer que o estudo era falso.

Porém como os usuários “hardcore” de internet, geralmente usam os navegadores Chrome ou Firefox, e que o Internet Explorer é mais usado por outro tipo de internauta, assumem que os usuários do IE são menos inteligentes, por isso ao aparecer em um site com aparência profissional um “estudo” sobre o IE, as pessoas propagaram a notícia sem nem mesmo verificar a fonte.

Da mesma forma, quando Keith Olbermann, um apresentador liberal de um canal de notícias americano,  falou no ar que os pais perdem de 12 a 20 pontos de QI depois de terem filhos, de acordo com um estudo publicado em um site local com notícias falsas, tendo depois que se desculpar no ar.

Mas várias pessoas acreditaram na notícia, as pessoas sem filhos provavelmente acreditaram utilizando como base, por exemplo, os amigos com filhos que falam com seus bebês como se fossem crianças, por outro lado, os pais podem ter acreditado, pelo simples fato de terem se sentido como um zumbi no primeiro ano de nascimento dos seus filhos, ou seja, a notícia vinda de uma fonte “confiável”, um apresentador, dependendo do ponto de vista “poderia” fazer sentido.

Até mesmo a renomada revista semanal inglesa The Economist caiu em uma dessas notícias falsas embasada em “falsos estudos”, que apontavam que as pessoas que votaram no Bush tinham QI mais baixo.  A notícia parecia obviamente verdadeira para qualquer um que fosse anti-Bush que não havia qualquer necessidade de verificação.

As pessoas muitas vezes estão inclinadas a acreditar em descobertas incríveis no campo das ciências, mas avanços científicos reais não têm títulos “atrativos”, então ao invés de informarem “Uma nova proteína identificada entre 500 proteínas pode ser a causadora do câncer”, torna-se “Quase descoberta a cura do câncer”.

Da mesma forma, não é difícil acreditar em notícias relacionadas à forma como as pessoas pensavam no passado distante ou nem tão distante assim, estamos totalmente disposto a aceitar que as pessoas na década de 50 ou 60, por exemplo, acreditavam que hoje em dia estaríamos dirigindo carros voadores ou que encheríamos nossas salas com computadores pessoais gigantescos, inclusive contendo direção.

Um photoshop da imagem abaixo circulou e fez com que as pessoas acreditassem que o computador abaixo era como as pessoas em 1954 acreditavam que os computadores pessoais seriam hoje em dia e na verdade a foto era um photoshop da imagem de uma foto da exposição de um quarto nuclear que aconteceu no Museu Smithsonian.

Atualmente todos têm uma opinião sobre o que está errado com a nossa sociedade, e as melhores histórias são baseadas nesses fatos, na tentativa de provar algum ponto sobre a mídia ou algo assim parecido.

Joey Skaggs vive nos EUA e é profissional em criar essas histórias, criou um serviço falso chamado de “Fat Squat” (“tropa dos gordos”) onde pessoas gordas poderiam contratar um funcionário da empresa para segui-los e batê-los se desviassem da dieta. O Washington Post, The Philadelphia Inquirer e Good Morning America fizeram matérias sobre o “Fat Squad”, sem nem mesmo verificar a fonte.

No Brasil o canal Globo News chegou a  mostrar no dia que foi anunciada a morte de Osama Bin Laden, uma imagem do corpo como se fosse verdadeira, porém tratava-sede uma montagem feita pelo site de humor 4chan, a emissora em determinado momento, chegou até mesmo a creditar a imagem a agência de notícias Reuters.

Outros exemplos, o Portal Pop e a Revista Veja publicaram a notícia falsa sobre a moça capixaba que tinha recebido o direito de se masturbar no emprego.

JT LeRoy, um adolescente que teve uma infância terrível onde sofreu abuso sexual, era dependente químico, se prostituiu e morou nas ruas, escreveu alguns livros sobre suas experiências angustiantes e acabou tornando-se correspondente do New York Times, apesar de na vida real nunca ter existido.

Nada mais era do que um personagem criado pela escritora Laura Albert e fisicamente interpretado por sua cunhada Savannah Knoop, que vestia óculos escuros e boné.  Demorou um tempo para a farsa ser descoberta afinal quem pensaria em sugerir que uma pessoa com uma história de vida tão horrível estaria mentindo?

Talvez seja pelo mesmo motivo que as pessoas hesitaram em enfrentar Janet Cooke, quando ela escreveu sobre Jimmy, um garoto de oito anos de idade viciado em heroína. Em vez disso, deram-lhe um Prêmio Pulitzer.

As autoridades da cidade tentaram encontrar o garoto para ajudá-lo e foi somente então que os bem-intencionados esforços resultaram em nenhuma criança de tal forma que começaram a questioná-la sobre o menino, que nunca existiu.

As pessoas que inventam mentiras e passam adiante contando com a generosidade, compaixão e confiança das pessoas para passarem adiante suas mentiras. Um dos piores exemplos disso são as pessoas que fingem estarem com câncer, chegando até mesmo a raspar as cabeças a fim de conseguir dinheiro e simpatia de amigos e estranhos.

Nos EUA, uma mulher conseguiu realizar o casamento dos sonhos com direito a lua de mel, tudo paga com dinheiro arrecadado com essa mentira.

Quantos de nós já não recebemos emails informando que alguma criança portadora de uma doença rara irá receber dinheiro para o tratamento se passarmos a mensagem adiante?

Quantos de nós ao receber um email fazemos uma busca no Google para verificar se a história é verídica antes de passá-lo adiante?

Eu já recebi inúmeras vezes um email afirmando que o estilista Tommy Hilfiger havia sido expulso do programa da apresentadora Oprah Winfrey por racismo, fato esse que nunca ocorreu, inclusive no Youtube vocês podem encontrar um vídeo do dia que ele foi ao programa para falar sobre o assunto, e tanto ele quanto a Oprah ficaram boquiabertos com a repercussão e propagação desse email falso.

Aos 30&Alguns eu recomendo sempre checar as informações antes de passar adiante, no site www.e-farsas.com ou no www.quatrocantos.com você acaba descobrindo rapidinho se um texto é hoax, ou seja, falso e lembre-se que nenhuma empresa doa dinheiro a ninguém se você repassar emails ou colar a mensagem no seu mural na rede social, ok?

fontes: Craked; e-farsas; IG NATV;

ps: texto revisado, com criança, isso acontece, acabamos escrevendo, publicando e depois se dando conta da falta de revisão da leitura do texto que levou horas para ser escrito, vou correndo ali que agora ele está engatinhando 🙂

 

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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