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Abertura do Entretodos 13 contará com show do primeiro DJ do Brasil, Osvaldo Pereira. Evento conta com sessões e debates especiais sobre sistema prisional, educação, pandemia e trabalho

Entretodos 13 – Festival de Filmes Curtos e Direitos Humanos, reconhecido internacionalmente como uma importante plataforma de valorização da cultura, educação e difusão dos direitos humanos, anuncia sua programação oficial.

Totalmente gratuito e online, o evento conta com a participação de diretores de todo o mundo em uma programação entre 13 e 19 de setembro. O evento é realizado pela Prefeitura de São Paulo, Spcine e ESTATE Produções.

A programação do Entretodos conta com atividades diárias, como a disponibilização de todos os filmes no site e cinco sessões da Mostra Competititva de 14 a 18 de setembro sempre às 18h – com exceção para quinta (17) quando acontece às 16h – transmitidas pelas redes sociais e seguidas por bate-papos com diretores e participação do público. Além disso, o evento conta com exibições de filmes com debates especiais sobre temas, como educação, pandemia, sistema prisional e trabalho, transmitidos pelo site e redes sociais.

Para as famílias e para adolescentes que fazem filmes, as Mostras Juventude e Infantil acontecerão em todos os dias do festival, no Instagram, com lives com os diretores às 14h, 15h e 16h. Os filmes da Mostra Moçada (dividida nos blocos Juventude e Infantil) provém do mundo todo, e dão destaque para animações e filmes que destacam atores menores de 18 anos.

A programação completa estará disponível na plataforma SPCINEPLAY, entre 17 e 26 de setembro. O Festival ainda conta com um podcast, que aprofunda algumas temáticas trazidas pelos filmes, como a perspectiva de futuro para a população negra e periférica.

A curadoria do evento teve o cuidado de selecionar filmes curtos que promovam o debate sobre diretos humanos, como participação social, direito à moradia, à vida, à igualdade social, orientação sexual, processos migratórios, direitos da juventude, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, ativismo político, ambiental entre outros.

O evento promove reflexões sobre a importância da garantia de direitos para toda a sociedade, discutindo os direitos humanos de forma artística e transversal, não apenas didática. Para isso, utiliza os filmes para inspirar a sociedade nessas temáticas. Em um momento que muito se discute a importância da democracia, da cultura e do conhecimento, é fundamental a disseminação de conteúdos claros e de qualidade sobre os diversos assuntos que mais impactam a vida dos brasileiros.

“Essa pandemia está escancarando a realidade de desigualdade e intolerância do Brasil. Isso só reforça a necessidade da garantia dos direitos humanos. Apesar de distantes, este ano estaremos mais conectados e fortes do que nunca. É isso que pretendemos passar com a realização de ações em diversos canais de comunicação”, afirma Jorge Grinspum, coordenador do Entretodos. 

Para a Mostra Competitiva foram selecionados 34 filmes curtos. O anúncio dos vencedores acontece no dia 19 de setembro, às 17h, na cerimônia de encerramento do Festival com transmissão pelo Youtube e site. Serão distribuídos prêmios de até R$ 5.000,00. Já na Mostra Moçada, que pela primeira vez na história do evento será competitiva, serão premiados os melhores filmes nas seguintes categorias: Melhor Curta Infantil; Melhor Curta Juvenil; e Melhor atuação (troféu/prêmio não-remunerado) com o objetivo de incentivar atores menores de 18 anos.

Além dos jurados técnicos haverá um Júri Popular em que o público poderá votar no site do evento. “Queremos saber qual é o filme preferido dos internautas. Entender os diferentes perfis e abrir a votação de forma democrática, para todos em todos os lugares. Isso pode também dar uma noção para produtores de filmes sobre o perfil de trabalho que chama mais a atenção do público”, afirma Manu Sobral, curadora do Festival.

Abertura – show com o primeiro DJ do Brasil

No domingo (13), às 15h, a abertura do evento contará com show de Osvaldo Pereira, o primeiro DJ do Brasil, que continua na ativa aos 85 anos. Amante da música desde a infância, ele criou uma forma de poder participar dos bailes da noite paulistana na década de 1950. Animados por orquestras – era da jazz band – os eventos de gala proibiam a participação da população negra e moradores das periferias, principalmente por conta dos altos preços cobrados nos ingressos. Osvaldo que é técnico em eletrônica, criou um sistema de som que deu início ao baile “Orquestra Invisível Let’s Dance”, se tornando o primeiro DJ do Brasil.

Sua história é retratada no filme curto homônimo do aparelho criado por ele quando jovem, e fala da importância da “Orquestra Invisível” para o movimento negro brasileiro, como uma forma de resistência junto com a organização da comunidade contra o racismo. Antes do evento, o filme será apresentado no Cineclube Entretodos, quarta-feira (9), às 20h, um bate-papo semanal realizado pela curadoria até a semana do evento, em seu Instagram. A conversa será com a premiada diretora Alice Riff, também diretora do documentário “Orquestra Invisível – Let’s Dance”.

Debates especiais

Paralelamente às lives, acontecerão debates especiais com os diretores dos filmes de cada sessão e os curadores do Festival.  Em cada mesa, haverá um convidado internacional representando festivais parceiros pelo mundo, como da Irlanda, Portugal e Uruguai.

Entre esses debates está o Cine Celas, na quarta (16), às 19h30, um encontro sobre direito à cultura e cinema no sistema prisional. O debate contará com a participação da diretora de “Liberdade é uma Palavra”, Stephanie Ricci, que fez filmes em presídios femininos, de Renata Del Monaco – uma das organizadoras do projeto Leituras Libertas, que promove a literatura e saraus em presídios femininos, de membros do Fórum de Cultura nos Presídios, além de um representante da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Estará também presente Oisin Kealy, pesquisador ligado à Universidade de Glasgow, que estuda Festivais de Direitos Humanos pelo mundo e em especial os da América Latina.

Outro debate especial é o Cine Educação, na quinta (17), às 19h30, que contará com a participação dos diretores dos filmes “Escolas sem Sentido” e “Escolas do Bairro”, além de arte educadores de ensino público. O bate-papo tem como objetivo repercutir o papel da escola e do cinema enquanto ferramentas no ensino sobre direitos humanos.

No filme “Escolas sem Sentido”, por exemplo, uma estudante mostra seus vídeos da aula de história aos pais que ficam com medo de uma suposta doutrinação ideológica. O caso ganha proporções impensadas na escola e afeta a motivação do professor com o trabalho. Entre os filmes que destacam questões do sistema prisional está “Homens Invisíveis”, que fala da situação da população transgênero masculina no cárcere a partir dos problemas de saúde acarretados pelo binarismo de gênero que embasa o sistema penal.

Serão realizadas também duas sessões da Mostra CineClube que irá retratar temas, como pandemia e trabalho. Essas sessões acontecerão diariamente entre 14 e 18 de setembro no espaço cineclube site do Festival, de 11h às 23h.

Entre os filmes exibidos nelas está o francês “De Façade” (Fachada), que conta a história de um casal de namorados em que um é trabalhador de serviços de coleta de resíduos e está na rua e o outro é professor universitário, protegido em casa. O filme fala dos desafios da distância por casais que passam meses sem se ver. Um filme brasileiro que retrata o tema é “Me dá um abraço”, apresentando diversas situações de quarentena em casa, trata-se de uma autoficção feita por um grupo de jovens atores.

Já a sessão “Ao Trabalho”, exibirá filmes que falam sobre os ambientes e relações de trabalho em diferentes setores. Entre eles o colombiano “O Infra-mundo de Rogério”, dirigido por Álvaro Muñoz Sánchez e “23 minutos” de Wesley Figueiredo, Rodrigo Beetz.

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