Não temos como negar os benefícios que a prática de esporte traz a saúde, existem mais de cinquenta motivos identificados e comprovados cientificamente relacionados aos benefícios dos exercícios físicos adequados às características individuais de cada pessoa, a prática de esporte raramente é vista como prejudicial ao funcionamento do coração, porém, isso pode acontecer quando os exercícios são realizados de maneira errada ou, até mesmo, sem prévia avaliação médica, daí a necessidade de antes de iniciar qualquer atividade física, passar em um cardiologista e fazer os exames que ele solicitar, assim o indivíduo fica mais tranquilo para iniciar a frequentar uma academia. Para o Dr. Marcelo Cantarelli, coordenador da Campanha Coração Alerta, é fundamental antes de iniciar as atividades físicas, todas as pessoas, sem exceções, estarem em dia com uma avaliação médica visando detectar problemas cardiovasculares e checar suas condições para definir os níveis mais propícios para a prática de determinado esporte.
Alguns exames poderão ser recomendados, como bioquímicos (avaliação do perfil lipídico, glicemia, eletrólitos), eletrocardiograma, ecodopplercardiograma e teste ergométrico. É importante também conversar com o médico sobre o histórico pessoal e familiar de hipertensão arterial, infarto do miocárdio, cirurgias e problemas osteoarticulares.
Tendo feito todos os exames e conversado com o médico chega a hora de sair do sedentarismo, segundo o Dr. Luís Felipe, “desde os primórdios o homem levava uma vida bastante ativa com atividades físicas diversificadas, relacionadas principalmente a ações de sobrevivência e preservação da espécie. Com a evolução dos tempos, principalmente após os 100 anos da revolução industrial, os avanços tecnológicos facilitaram de tal forma nossas vidas que hoje em dia não precisamos mais sair de casa para realizarmos nossas atividades diárias como trabalhar, conseguir alimentos e manter relações interpessoais, sejam elas reais ou virtuais. Tivemos que substituir essas atividades não mais necessárias por outras que nos possibilitem manter o equilíbrio energético e a homeostase das funções orgânicas. Andamos na contramão da nossa própria história natural e agora o diferencial para uma vida saudável e longeva está na retomada de hábitos simples, mas que fazem toda a diferença: alimentação saudável, de preferência natural e orgânica, prática de exercícios físicos regulares,sono restaurador e o controle do estresse.”
Mesmo com todo o conhecimento científico sobre a importância da atividade física para a saúde, estilo de vida e envelhecimento saudável, o comodismo e, consequentemente, sedentarismo ainda fazem parte das vidas da maioria dos brasileiros, devemos nos preocupar mais em ter uma vida saudável porque isso influenciará em quanto tempo poderemos viver bem e isso depende muito de nossas escolhas e atitudes.
Estudos sobre as doenças crônicas mais prevalentes apontam que 85% delas estão relacionadas aos nossos hábitos, restando pouco para culparmos a genética, ao iniciarmos a prática de exercícios físicos estimulamos todos os sistemas orgânicos e iniciamos adaptações fisiológicas que atuam na prevenção de doenças, na manutenção da saúde e no tratamento e reabilitação de uma série de patologias cardiovasculares, respiratórias, músculo esqueléticas, neuropsicológicas, imunológicas, digestivas, endocrinológicas e oncológicas.
A fisioterapeuta Grasiele Schwengber ressalta que o sedentarismo está ligado a 37% das mortes de câncer, 54% dos óbitos por doenças cardiovasculares e 50% dos casos de AVC. Uma pesquisa da Universidade de Stanford que acompanhou durante 25 anos mais de 17 mil estudantes recém-formados, concluiu que cada hora dedicada ao exercício físico aumenta duas horas o tempo de vida do indivíduo, ou seja, sair do sedentarismo é quase uma questão de sobrevivência de uma vida plena e saudável que possa ser desfrutada da melhor maneira possível.
Um fator essencial é conciliar a rotina de atividades físicas com a vida pessoal e profissional pois a falta de comprometimento em realizar os exercícios com frequência pode acarretar em grande perigo para a saúde cardiovascular. Ao realizar exercícios físicos também é extremamente importante prestar atenção se está realizando de forma correta, a corrida, por exemplo, se tornou um exercício físico muito praticado e procurado por pessoas que querem perder peso e ganhar condicionamento físico, o importante é ter cuidados que podem facilitar e potencializar a atividade, sem sobrecarregar o corpo.
O treinador Pérsio Schiapim, afirma que alguns cuidados são necessários para a prática do exercício, quatro fatores são essenciais para quem está começando a correr: paciência, persistência, foco e disciplina, lembrar que toda atividade cíclica deve progredir com cuidado para não ocasionar em problemas como lesões, baixa resistência ou alguma disfunção metabólica. Existem formas corretas de correr que permitem prevenir lesões, controlar o esforço para retardar a fadiga e produzir melhor desempenho.
A musculação também é fundamental para que os iniciantes possam praticar a atividade com menor risco de lesões e ter um melhor desempenho. Os exercícios educativos e corretivos melhoram a técnica, os exercícios de propriocepção protegem as articulações, tendões e ligamentos e os exercícios de mobilidade e estabilidade melhoram a integração do sistema neuromuscular.
Segundo Dr. Marcelo Queiroga, presidente da SBHCI – Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, quando o assunto é exercício físico intenso e frequente, a atenção do atleta precisa estar voltada ao seu coração, a prática intensiva e continuada de esportes, ocorrem mudanças no tamanho, estrutura e forma do coração: o órgão cresce a fim de se adaptar ao grande esforço por parte do atleta e, além disso, ele corre o risco de ter a composição de seus tecidos modificada, tornando-o mais sensível e suscetível a arritmias.
O tempo ideal para a atividade física, quando realizada diariamente, é de uma hora no máximo. Após esse tempo, dificilmente o organismo conseguirá se beneficiar com os treinos, diminuindo assim os riscos de infarto. Procurar orientação profissional, lembrando que existe o princípio da individualidade biológica no qual cada pessoa possui características próprias que influenciam diretamente na resposta aos estímulos, seguir um programa de treino que envolva a parte técnica, fortalecimento e alongamento são indispensáveis. Outro ponto importante é estipular metas pessoais de curto, médio e longo prazo. Além de encontrar motivadores para seguir firme na busca dos objetivos.
Na hora de correr lembre-se que é importante utilizar toda a base dos pés, desde o tornozelo até os dedos. Os tornozelos também devem estar relaxados para uma transferência de peso suave na transição da passada, para minimizar os impactos e diminuir a sobrecarga nos tecidos musculares e articulações.
Os joelhos devem estar elevados, para promover uma melhor transição entre um passo e outro. Os cotovelos e ombros devem estar relaxados, enquanto os cotovelos devem ficar em ângulo de 90 graus, os ombros devem mobilizar as escápulas no ritmo das passadas, para poder realizar um movimento de pêndulo com os braços.
Segundo a Dra. Mariela Silveira, Médica especialista em Nutrologia, em termos de benefícios, nenhum medicamento consegue ser tão completo quanto o exercício físico. A Equipe Técnica do Kurotel reuniu 60 motivos, baseados em evidências científicas para sair do sedentarismo:
1. Melhora do equilíbrio musculoesquelético, (musculaturaagonista x antagonista)
2. Aumenta a força dos ligamentos e tendões
3. Melhora da capacidade cardiovascular: hipertrofiacardíaca, cavidade ventricular (aeróbio), parede ventricular (anaeróbio), volume de ejeção, volume sanguíneo e hemoglobina, consumo máximode O2, ventilação pulmonar, limiar aeróbio, volumes pulmonares, eficiência respiratória e difusãoalvéolo capilar
4. Redução da pressão arterial, do tono parassimpático (acetilcolina), do tono simpático (adrenalina), da FCcardíaca, da resistência periférica
5. Melhora das doenças respiratórias
6. Diminui a intensidade e a frequência das crises de asma
7. Diminuição LDL colesterol (ruim)
8. Aumento HDL colesterol (bom)
9. Redução dos níveis de homocisteína
10. Redução de proteína C reativa
11. Redução de processos inflamatórios
12. Redução de triglicerídeos
13. Melhora da oxigenação tecidual
14. Redução da esteatose hepática
15. Diminuição de ateromas
16. Redução das chances de câncer
17. Redução das chances de metástases
18. Melhora do prognóstico em relação ao câncer etempo de sobrevida
19. Redução da sintomatologia de doenças autoimunes
20. Redução de chances de infarto, irrigação do músculocardíaco
21. Diminuição chances de AVC
22. Redução trombose venosa profunda
23. Controle glicêmico
24. Redução da resistência à insulina
25. Melhora do Diabete
26. Melhora sintomas do climatério
27. Redução da constipação intestinal
28. Melhora sintomas da andropausa
29. Maior abandono ao tabagismo
30. Menor fissura pelo tabaco
31. Menor chance de começar a fumar
32. Maior abandono ao uso de drogas
33. Maior abandono ao abuso de álcool
34. Melhora da autoestima
35. Aumenta produção de endorfinas36. Melhora da postura
37. Melhora da habilidade e interação social
38. Melhora da habilidade comunicativa em deficientesauditivos e visuais
39. Melhora da adaptação em crianças autistas
40. Melhora da estética
41. Redução da lipodistrofia (celulite)
42. Redução do percentual de gordura corporal
43. Aumento da massa muscular
44. Hipertrofia muscular seletiva: fibra do tipo I (aeróbio)e do tipo II (anaeróbio)
45. Aumento da força muscular
46. Redução de incontinências urinária e fecal
47. Aumento da massa óssea
48. Redução de dores crônicas
49. Melhora dos sintomas de fibromialgia
50. Diminuição de crises de enxaqueca
51. Aumento da imunidade
52. Redução de resfriados e inflamações de vias aéreassuperiores
53. Redução de edema de membros inferiores
54. Redução de sintomas de déficit de atenção e hiperatividade
55. Melhora da qualidade do sono
56. Aumento das ondas alfa
57. Melhora da memória espacial
58. Redução dos níveis de cortisol
59. Redução dos sintomas de ansiedade
60. Melhora dos sintomas de depressão
61. Aumento da percepção positiva frente à vida
62. Melhora das condições materno-fetais
63. Redução de depressão pós-parto
64. Melhora do desempenho e satisfação sexual