No dia 25 de junho de 2009, um mês e quatro dias antes de completar 51 anos de idade, morreu Michael Jackson, o Rei da Pop Music, em circunstâncias até o momento desconhecidas. Na última semana, em todos os notíciarios escutamos a cada dia que passa um novo fato relativo a vida do astro, um novo depoimento de alguém que o conhecia pessoalmente.
Desde pequena, lembro de escutar músicas dos Jackson Five e do Michael, quando foi lançado no Brasil o álbum “Off The Wall”, dançava ao som de “Don’t Stop ‘til You Get Enough” e “Rock with You” , que fazem parte até hoje da minha lista TOP 10 do Michael.
No início da década de oitenta, quando foi lançado o álbum “Thriller”, me recordo de estar sentada com a família na casa dos meus avós paternos, na expectativa de assistir ao vídeo clipe no “Fantástico”, e a emoção foi muita ao ver mais uma inovação do astro que veio a tornar-se o Rei do Pop.
Musicalmente falando, Michael Jackson sempre foi genial, desda infância, quando ainda se apresentava com os irmãos no Jackson Five, uma mente brilhante, um artista completo, sem tirar nem por e para muitas crianças negras, isso posso dizer de carteirinha, Michael representava muito mais do que muitos possam imaginar.
Com o passar do tempo e as mudanças físicas que o astro começou a submeter-se, tornando-se “outra pessoa”, foi e continua sendo, extremamente difícil de entender, alguém chegar ao ponto de rejeitar-se ao extremo quando o mundo lhe idolatrava. O mito não se aceitava apesar de todo o sucesso e dinheiro que possuia… é duro de aceitar.
Mudar a cor da pele que carregava consigo, tentar a todo custo ser branco, é incompreensível e difícil de explicar para qualquer criança negra em fase de crescimento, quando o racismo começa a aparecer, as dificuldades de não se reconhecer na maioria dos programas que passam na tv de canal aberto, entre tantos outros fatores, fez-me questionar se Michael Jackson deveria ser ídolo de alguma coisa para quem quer que fosse, mas em especial para crianças negras.
Me recordo quando estava em Nova Iorque e assisti junto com o meu marido e com o meu irmão a série de entrevistas (“Living with Michael Jackson”) que Martin Bashir, um jornalista britânico fez com Rei do Pop, fiquei tão chocada com o Michael que ali estava sendo apresentado, com os trejeitos de criança, as histórias de vida e a negação acima de tudo das transformações que optou por fazer fisicamente, que comecei a chorar.
Aos 30&Alguns admito ter chorado por muitos motivos, mas principalmente ao ver alguém que tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha absolutamente nada. No dia 25 de junho o mundo perdeu o Rei do Pop, Michael Jackson, um ser genialmente perturbado e com um dos beats mais bem bolados da história musical.