O hipoparatireoidismo é uma deficiência hormonal que acomete de 1 a 5 mil pessoas e se caracteriza pelo mau funcionamento das glândulas paratireoides (principais responsáveis pela manutenção dos níveis sanguíneos de cálcio dentro da normalidade), levando a queda das concentrações de cálcio (hipocalcemias) no organismo e a causa mais frequente de hipoparatiroidismo no Brasil e no mundo ocorre após cirurgias de tireoide, quando as glândulas paratireoides podem ser lesadas.
Em outros casos mais raros, o hipoparatiroidismo pode acontecer por destruição da glândula por doença autoimune ou por má-formação genética. A presença de catarata ou calcificações cerebrais deve levantar esta suspeita, especialmente quando aparecem em jovens com quadro clínico compatível. As dosagens sanguíneas de cálcio e PTH baixos definem o diagnóstico.
Os sintomas do hipoparatiroidismo são formigamentos na região da boca, mãos ou pés, cãibras, que podem chegar a convulsões e contrações musculares involuntárias e frequentes. Em geral, estes sintomas aparecem logo após a cirurgia, mas em alguns casos podem levar meses ou anos para aparecer.
Segundo o Dr. Sergio Setsuo Maeda, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), o tratamento padrão não é feito com o hormônio que falta no paciente, há décadas usa-se cálcio e vitamina D e em alguns casos pode-se lançar mão de tiazídicos para diminuir a perda urinária de cálcio e raramente usar quelantes de fósforo. É importante ter acompanhamento especializado para monitorar o tratamento e as complicações crônicas da doença.
Recentemente, foi aprovado nos Estados Unidos o uso de um análogo de hormônio da paratireoide (PTH) injetável para pacientes com formas graves de hipoparatiroidismo.