Pesquisa identifica mutação genética e o risco maior de câncer de tireoide quando há casos na família.  

Hoje, estima-se que 52 milhões de brasileiros convivam com nódulos de tireoide no Brasil na faixa dos 50 anos, sendo que 10% dos nódulos são diagnosticados malignos (cancerígenos). Segundo levantamento recente do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a tendência é de 40 mil novos casos de câncer de tireoide entre 2020 e 2022, afetando quatro vezes mais as mulheres do que os homens.  

O câncer de tireoide é o mais comum da região de cabeça e pescoço e quase 80% dos casos são do tipo papilífero, que é menos agressivo e quando pequeno pode ser detectado em exames de rotina. O risco do nódulo ser câncer depende do seu tamanho, características e da presença de gânglios cervicais. A história familiar de casos da doença é um dos principais fatores para o aumento de câncer de tireoide. Outras causas conhecidas são tratamento com irradiação do pescoço, radioterapia em baixas doses (principalmente na infância), além da obesidade, o tabagismo, exposições hormonais e a poluentes ambientais.

“Há muitos anos a prática nos mostra que o histórico de câncer de tireoide na família é uma das principais causas da doença, as pessoas que têm parentes de primeiro grau com câncer de tireoide têm duas a cinco vezes mais chance de ter o problema”, explica Leonardo Rangel, cirurgião de cabeça e pescoço, especialista em tireoide e pesquisador da UERJ. 

Os sintomas mais comuns de nódulos são inchaço no pescoço (bócio), dificuldade para mastigar e engolir e até para falar, mas muitas vezes o paciente não apresenta sintomas e o câncer é descoberto em estágio mais avançado.

MUTAÇÃO E RISCO DE CÂNCER DE TIREOIDE – Em um estudo publicado na Cancer Research (EUA), os pesquisadores acompanharam uma família composta por oito pacientes com câncer de tireoide, ao longo de quatro gerações. Ao analisar os dados, descobriram que todos os membros da família com câncer de tireoide tinham uma mutação rara em um gene chamado DUOX2, que ocorre uma vez em cada 138.000 membros da população em geral. A mutação é a primeira e única associada ao câncer familiar de tireoide a ser identificada em um gene que é expresso principalmente na glândula tireoide; e ajudou a entender por que essa forma de câncer é mais hereditária do que outros cânceres. 

CIRURGIA DE TIREOIDE SEM CICATRIZ – Se o diagnóstico é de câncer na tireoide, o tratamento sempre é cirúrgico. Conforme cada paciente e sua condição clínica, agora a tireoidectomia total ou parcial também pode ser feita com acesso endoscópico dentro do lábio e não só pelo pescoço como a cirurgia tradicional. Principalmente para as mulheres, há o incômodo de ficar com uma cicatriz grande no pescoço, o que não acontece com essa técnica. “A cirurgia endoscópica é feita com equipamentos de vídeo, a câmera aumenta a imagem e muda a forma como o cirurgião manipula e enxerga as estruturas da glândula, diminuindo certos riscos como lesões nas cordas vocais, a dor no pós-operatório e a cicatriz é invisível por dentro da boca ”, finaliza Rangel. 

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