v t reconhecer [ʀəkuɲə’ser]

1 identificar algo ou alguém que se conhece
2 admitir, confessar
3 perfilhar, aceitar
4 explorar um local
5 Examinar, observar

Reconhecimento na minha opinião é um sentimento tão bom… Ser reconhecido por algo que você tenha feito, reconhecer um amigo de infância, reconhecer quando se está errado e tentar se redimir, reconhecer um cheiro que nos traga a memória algo bom, reconhecer um lugar onde já esteve outrora, ah e  tem também o ‘de já vú’ que também é um tipo peculiar de reconhecimento, enfim, são muitas maneiras de se reconhecer algo, mas todas me remetem a coisas boas.

Contudo, queria falar sobre um reconhecimento específico, o reconhecimento de almas, pois acredito que esse se dá em vários níveis, principalmente na amizade, nas relações de trabalho,  mas onde este ocorre na sua forma mais pura é no amor, no amor romântico, pois acredito que há alguém especial para cada um de nós, não, não estou falando de almas gêmeas, pois de verdade não acredito nisso, apesar de ter que admitir que sou uma romântica de carteirinha.

Creio que ao longo da nossa vida, nos deparamos com algumas pessoas com quem temos esse tipo de reconhecimento, no entanto, algumas coisas acabam por não dar certo, por conta de outros motivos, tais quais: ‘timing’, maturidade, distância, incompatibilidade de gênios, metas e valores diferentes, entre outras coisas. Tendo dito isso, tenho uma convicção aqui dentro de que mesmo sendo a outra pessoa muito diferente, seu coração saberá reconhecer, e mesmo que finalmente tenham se encontrado de novo, seja na mesma, ou em outra vida, esta pessoa pode não conhecê-la(o). Você consegue sentir o laço de união, consegue ver o potencial, o futuro,  mas o outro não. Os seus medos, suas ansiedades, seus problemas, suas tristezas e mazelas, e até mesmo o seu intelecto,  mantêm um véu sobre os olhos do coração. E não há nada que faça essa pessoa permitir ajudá-la a remover esse véu. Você lamenta e sofre, mas segue o seu caminho. O destino pode ser tão volúvel…

Quando ambos se reconhecem, nenhum vulcão poderia entrar em erupção com mais paixão. A energia libertada é tremenda. O reconhecimento das almas pode ser imediato, um sentimento súbito de familiaridade, a sensação de conhecer esta nova pessoa a uma profundidade muito além daquela que a consciência poderia conhecer. A uma profundidade geralmente reservada aos familiares mais íntimos, ou ainda mais do que isso. Saber intuitivamente o que o outro quer dizer, como vai reagir, seus trejeitos e peculiaridades. Um sentimento de segurança e confiança muito maior que aquele que alguma vez poderia ser conquistado em um dia, numa semana, em um mês… Reconhecimento que só a convivência proporcionaria. O reconhecimento de almas pode também ser lento e sutil. Uma alvorada gradual a medida que o véu é gentilmente removido.

Nem todos estão preparados para o reconhecimento imediato. Podemos despertar para o reconhecimento através de um olhar, um sonho, uma memória, um gesto, um discurso ou até mesmo um sentimento. Pode despertar-se pelo toque das suas mãos ou dos seus lábios, e a sua alma é reanimada de volta à vida plena.

Afortunados aqueles que a sintonia permite desfrutar dessa troca, desse prazer, no entanto, nem sempre casaremos com a alma a que sentirmos estar mais fortemente ligados. Pode existir mais do que uma para nós, pois as famílias de almas viajam juntas. Podemos decidir casar com uma alma companheira à qual estamos menos ligados, uma que tenha algo específico para nos ensinar ou para aprender conosco.

O reconhecimento de almas pode acontecer mais tarde, depois de ambos estarem comprometidos com as famílias da vida atual. E mesmo reconhecendo a paixão, a química, os laços íntimos e sutis que implicam ligações ao longo de muitas vidas entre os dois. É possível  iniciar uma relação, mesmo que de amizade, possa ser prejudicial. É uma questão de desenvolvimento de almas, de acomodação a nova realidade apresentada, mesmo que isso pareça quase impossível, pois os impulsos, o ímpeto, só sugerem um tipo de relação, mas convenhamos que após esse reconhecimento, como deixar essa pessoa simplesmente sair da sua vida por completo?! Adapte-se e mantenha na sua vida quem você deseja a qualquer custo, mesmo que o tipo de relação tenha que ser diferente, do que seu coração almeja.

É ilusório acreditar que esse reconhecimento da alma, essa atração, sejam facilmente encontrados de novo com outro alguém, cada sentimento é único e intransferível. Não se tropeça nesse tipo de pessoa todos os dias, talvez só mais uma ou duas vezes em uma vida. Tais encontros são coisa do destino, mas esses ocorrerão, esteja atenta(o). Depois do encontro, reina o livre arbítrio de ambas as partes, que decisões são ou não tomadas é uma questão de escolha. Os mais adormecidos tomarão decisões baseados na mente e em todos os seus medos e preconceitos. Infelizmente, isto muitas vezes resulta em corações partidos, e quanto mais desperto estiver o indivíduo, maior a probabilidade de uma decisão ser baseada no amor.

O nirvana, o êxtase, a plenitude, a felicidade, tudo está ao nosso alcance, basta termos a motivação, a iniciativa, o ímpeto, para irmos em busca do que realmente queremos, e do realmente nos completa. Meu lema é foco e comprometimento, principalmente consigo mesmo. Mas e você, quem você deixará vencer? A razão, ou a emoção?

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