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Foi um longo caminho até que as mulheres passassem a usar shorts

Até a segunda metade do século XIV, as roupas femininas e masculinas tinham basicamente a mesma estrutura, somente em meados do século XIV e por todo o século XV, as diferenças nas roupas foram se acentuando.

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Durante o período do Renascimento que ocorreu no século XVI, durante as estações mais quentes, os nobres europeus começaram a usar os então chamados calções, surgiram e tinham a cintura alta e o comprimento até os joelhos. Alguns eram feitos com forro estofado, tornando-se bufantes e podiam ou não ter a braguilha com enchimento para ressaltar os órgãos genitais enfatizando o gênero. Eram usados com meias que cobriam toda a canela.

No século XVII, na Europa, os calções tornaram-se mais amplos e folgados (calções-saiotes), podiam ter ou não ter fitas presas por cima, e eram bem largos assemelhando-se a saias. Eram geralmente cobertos por gibões e casacos longos, eram associados à monarquia durante o reino de Luís XVI, no final do século XVII, os plebeus não podiam usá-lo já que havia leis de vestuário que separavam as classes.

Durante a Revolução Francesa, essa peça marcou a história tornando-se um dos símbolos da revolução. Os rebeldes franceses se auto-intitularam “sans culottes” (sem-calções), pois vestiam a calça de algodão grosseiro, ao contrário dos calções de tecido fino e sedoso usados pela monarquia.

O Decreto do Governo Revolucionário mencionava: “Nenhuma pessoa, de qualquer sexo, poderá obrigar nenhum cidadão a vestir-se de uma maneira determinada, sob pena de ser considerada e tratada como suspeita e perseguida como perturbadora da ordem pública.”

Nessa época as mulheres começaram a usar calções bufantes apenas embaixo de túnicas como trajes de banho para frequentar a praia.

Durante o XVIII os calções tornaram-se mais simples e justos ao corpo, surgiu assim o chamado culote, usado pela aristocracia Européia e pela nobreza nas Américas, era longilínio e enfatizava as coxas.

A partir do século XX, calções e bermudas ganharam lugar no espaço público, com as pernas à mostra. Os modelos iam do alto da cintura até os joelhos, chamados de short pants (calças curtas), eram peças quase exclusivas dos trajes esportivos ou de banho masculinos.

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Na década de 1930, os shorts começaram a serem usados ​​para conforto casual (por exemplo, atividades ao ar livre e atléticas) por homens e mulheres. No entanto, ainda era tabu usar shorts fora de certas atividades.

Somente na década de 1950 os shorts femininos de vários comprimentos e estilos passaram a serem vestidos por mulheres em uma variedade de atividades de lazer. O de menor comprimento era o denominado short (curto), seguido pelas bermudas acima do joelho, os pedal pushers que atingiam abaixo dos joelhos e o capri que estava entre um short e uma calça.

Os shorts femininos da década de 1950 eram inspirados no esporte casual e nas roupas de viagem com materiais adequados para dias quentes, como algodão e tecidos sintéticos “sem rugas”. Cores sólidas e tropicais como verde limão, laranja e azul caribe estavam em alta demanda.

Na década de 70, os shorts femininos eram muito curtos em cores vivas de cetim, algodão, nylon, denim ou veludo e eram também usados ​​no inverno, mais do que no verão. Apesar de curtos no comprimento, atingiam o nível do umbigo dando o visual de cintura alta. Eram muito utilizados com botas altas e meias brilhantes. A adição de um blazer longo de lapela larga os tornou um pouco mais adequados. O modismo teve curta duração, começando e terminando em 1971. No entanto, os shorts permaneceram populares nas pistas de dança das discotecas e nas pistas de patinação durante a maior parte da década.

Na década de 80 os shorts se tornaram mais populares com modelos diversificados e mais parecidos com os modelos atuais. Muitas vezes eram vestidos sob leggins coloridas.

A peça tornou-se uma das mais usadas na década de 90, com destaque para o modelos feitos em jeans.

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Atualmente as mulheres usam tanto bermudas como shorts de diferentes tecidos, estilos, tamanhos, seja para uma ocasiçao despojada ou social. São peças confortáveis, versáteis, presentes no closet de quase todas as brasileiras.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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