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Com a retomada de uma certa normalidade na vida, adolescentes voltam a fazer pequenas festas e encontros, mas junto disso a dificuldade de pais e responsáveis em saber o que fazer quando a experimentação, típica da idade, envolve o álcool

O longo período de isolamento causado pela pandemia de Covid-19 afetou o comportamento de pessoas no mundo todo, mas adolescentes podem ter sido uma das faixas etárias atingidas mais fortemente. A vida com amigos, festas e baladas ficou suspensa e agora, com uma certa normalidade de volta, voltam também os encontros e com eles a experimentação típica da adolescência, o que inclui o álcool.

Segundo a pedagoga e consultora especialista em educação e adolescência Carolina Delboni, a adolescência é uma fase caracterizada por experimentações e testes de limites e a bebida alcoólica faz parte deste contexto. “O que acontece, e sempre aconteceu, é que adolescentes quando saem querem beber, querem experimentar o álcool e o que eles faziam antes da pandemia, estão fazendo agora novamente com os pequenos encontros de bolhas, festinhas pequenas de aniversário, ou uma simples ida à casa do amigo. Adolescentes voltaram a viver uma certa normalidade, digamos assim, e isso inclui a bebida alcoólica”, diz.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, divulgada no mês passado pelo IBGE, mostra que cerca de 63,3% dos estudantes de escolas públicas e particulares entre 13 e 17 anos já experimentaram bebida alcoólica e mais de um terço deles (34,6%) provou pelo menos uma dose antes de completar 14 anos. Os dados se referem à realidade dos jovens antes da pandemia de Covid-19, mas revelam como é importante que pais ou responsáveis entendam como lidar com a questão.

A venda de bebida alcoólica é proibida para menores de 18 anos no país, mas é possível burlar as regras através de compras online, por exemplo. “Se o adolescente quiser fazer algo proibido, vai encontrar uma maneira. O importante é manter um canal de diálogo aberto para que a conversa em torno do álcool exista, para que o adolescente saiba as consequências da bebida em excesso, pra que ele entenda coisas básicas sobre beber e se sinta seguro em pedir ajuda aos pais caso precise. Não é liberar bebida e servir dentro de casa, mas não tapar os olhos para algo que estamos todos sujeitos”.

Sobre Carolina Delboni: Pedagoga, consultora especialista em educação e adolescência. Jornalista e escritora, Colunista semanal do Estadão Digital. Pós-graduada em Educação Infantil com especialização em Garantias de Direito da Criança Pequena através de Práticas de Leitura Literária, pelo Instituto Vera Cruz. Mãe do Pedro, Lucas e Felipe.

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